Depois de ontem ter ouvido o anúncio do plano de austeridade, que mais uma vez vamos ter que pagar, não fiquei espantada, pois há muito tempo que estava à espera de um aumento de impostos da grande envergadura.
Vamos todos pagar, mas uns mais do que outros. Daquilo que ouvi e li não creio que a distribuição do esforço seja equitativa, quer na repartição entre o Estado e a sociedade, quer no seio da própria sociedade. O meu pensamento vai para as pessoas pobres e os pensionistas de baixos rendimentos e os desempregados que querem trabalhar, pessoas e famílias que já vivem com grandes dificuldades e a quem vão ser exigidos sacrifícios adicionais. Não sei sinceramente como se lhes pode exigir mais.
Mas não encontrei no anúncio do plano de austeridade qual é o compromisso do Governo para que a despesa pública seja sustentadamente reduzida para que não voltemos a ter daqui a uns anos novamente um agravamento de impostos. E o que pensa o novo PSD sobre o assunto?
Está claríssimo que o País não aguenta os elevados níveis de despesa pública a que se chegou, ou seja, é necessário encarar de frente a necessidade de reformar o Estado e de repensar o seu papel. Mas é também fundamental olhar para a economia e resolver o défice de crescimento económico com que nos debatemos há mais de uma década. Sem economia estamos a empobrecer. Não podemos continuar a viver acima das nossas possibilidades. Esta regra também se aplica ao Estado. É uma ilusão fazê-lo porque mais tarde ou mais cedo a verdade vem ao de cima. Será que a gravidade da situação a que chegámos é suficientemente chocante para mudarmos de vida?
Mais inteligentes que os políticos, parecem ser as agências de rating e os “mercados”.
ResponderEliminarConsiderando, e bem, que as medidas de austeridade impostas pelos países de dívidas públicas e défices elevados, irão penalizar os seus próprios crescimentos económicos e assim agravar a médio e a longo prazo as suas débeis economias, a resposta aí está, com a desvalorização do euro e com o aumento das taxas de juro da dívida pública. Os sinais estão a ser dados hoje nas Bolsas com a queda do euro e os índices a acentuarem as quedas.
Se os nossos governantes pensavam que tinham o problema resolvido, desenganem-se. As medidas de aumento de impostos não agradaram aos mercados. Eles conhecem bem os resultados destas medidas restritivas. A resposta só poderia ser dado com cortes efectivos na despesa corrente do estado, coisa a que os nossos governantes são avessos, por razões óbvias.
Apoiado Margarida: é exactamente por termos tanta despesa pública que não crescemos...
ResponderEliminarDepois do Plano de Austeridade?
ResponderEliminarNovo (próximo-futuro) Plano de Austeridade, Margarida - e mais exigente do que o anterior.
Tem dúvidas?
Cara Margarida
ResponderEliminarSó os inconscientes é que continuavam a acreditar na política desastrosa deste governo de cow-boys, sempre em bicos de pés, como nada se passasse de grave neste país .Uns por teimosia idiota, outros por incompetência
"calculista" e outros ainda por motivos da chamada "política baixa", iam jogando bridge com o naipe de paus a valer mais, até ao ponto em que, sob a ameaça de desaparecerem as "cartas", tiveram de dar o dito por não dito, com uma desfaçatez e um descaramento inauditos, próprios de um povo cujos políticos são seguramente de extracção mediocre. É a chamada governação à bolina`, como se a gestão pública e ainda por cima numa conjuntura gravíssima, pudesse ser definida por decisões que não obedecem a uma qualquer estratégia política global, muito pelo contrário, apenas são decorrentes e obedecem a impulsos interesseiros e inconsequentes . Tudo isto, num cenário norteado pelo mau senso e pela falta de vergonha, onde a falta de segurança é patente e que tende a agravar-se. Esperemos pelo inevitável fólclore de rua!
Tenho para mim que "isto" só lá vai com uma intervenção divina. Só que a Nossa Senhora de Fàtima já deve estar farta de nós com tanta bacorada e roubalheira!
Caro ruy
ResponderEliminarHá muito que está provado que o nosso problema não se resolve com aumento de impostos. É que o aumento da carga fiscal só agrava o problema. E o problema chama-se economia! Os mercados não se deixam enganar.
Caro franklin
Vamos sempre, ciclicamente, dar ao mesmo, porque não fazemos as alterações que se impõem fazer e entre as quais avulta o peso do Estado.
Dr. Tavares Moreira
Não tenho dúvidas! O meu texto vai precisamente nesse sentido.
Caro antoniodosanzóis
O que é extraordinário é que perante tanta degradação continuemos pelo mesmo caminho. A prática está tão enraízada que é difícil desviar caminho. Parece que faz parte do nosso ADN. Há muitos vícios instalados, demasiadas bocas a comerem à custa do Estado!