quinta-feira, 19 de julho de 2012

Emissao de divida publica e...lança-chamas em "panne"?

1. A Republica Portuguesa (através do IGTCP) realizou ontem uma emissão de bilhetes do Tesouro, a 6 e a 12 meses, tendo colocado um total de € 2 mil milhões: a 6 meses colocou € 750 milhões, com taxa média de 2,292% (anterior de 2,653% no leilão anterior); a 12 meses colocou € 1.250 milhões, taxa média de 3,505% (3,843% no leilão anterior). Regista-se, em especial, o facto de a taxa média da colocação a 12 meses ter sido significativamente inferior a registada no último leilão de divida pública espanhola para o mesmo prazo, realizado na 2ª Feira, que foi 3,918%.
2. Curiosamente, poucas horas antes desta operação, registara-se a entrada em cena, mais uma vez, do conhecido lança-chamas MS, conhecido pela sua acção destruidora de qualquer vestigio  de neo-liberalismo, desta vez disparando com toda a violência na direcção do Governo, que acusou de estar quase agonizante, de já não servir, sendo por isso urgente a sua substituição...
3. ...não se sabe por que forma essa substituição poderia agora ser feita a não ser por insurreição armada, mas isso para o lança-chamas em apreço trata-se de pormenores que não interessam muito ou mesmo nada, tudo será perfeitamente democrático desde que sirva para o derrube de quem não gosta...
4. Não deixa de ser sintomático do estado de eficácia do dito lança-chamas, a total indiferença do mercado em relação ao ataque que desferiu, reagindo exactamente ao contrario do que seria justificado face ao alarmismo que o mesmo seria suposto causar...
5. A conclusão parece apontar para a necessidade de uma urgente reparação do lança-chamas em questão, possivelmente danificado por excesso de uso nos últimos tempos, não se podendo esquecer que estes equipamentos muito sofisticados exigem uma manutenção frequente e rigorosa...
6. Se necessário, como e evidente, serão mobilizados fundos públicos para a reparação do lança-chamas, operação considerada de interesse publico...e, mesmo que o não fosse, os fundos públicos devem estar sempre ao dispor de causas nobres.

5 comentários:

  1. Ainda pensei que o caro Dr. Tavares Moreira - pegando na explicação médica dada à dias pelo caro Professor Massano Cardoso, acerca do envelhecimento, e do consequente atrofiamento "de determinadas estruturas do neocortex", causadoras da desinibibição de falar - referindo-se ao lança-chamas, nos viesse manifestar a sua dúvida de que nele, ainda exista cérebro... Chama, está provado que existe, desde que não lhe venha a faltar o combustível.
    Estou a lembrar-me da "Divina Comédia" de Dante e do último canto do Purgatório; podemos ler aí o anúncio feito por Beatriz sobre a vinda próxima de um «quinhentos e quinze» Messo di Dio (mensageiro de Deus), que punirá a «ladra» e o «gigante» que peca com ela e restabelecerá sobre a terra a justiça, a paz e a tradição espiritual restituída na sua pureza.
    Temos de ter fé, caro Dr.... muita fézinha!!!
    ;)))

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  2. Claro que o governo tem que ser substituído. Já deve estar a faltar dinheiro na "fundação". E depois? As revistas francesas sublinham-se sózinhas?

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  3. Caro Bartolomeu,

    Os dominios da neurologia e dos desvios comportamentais em funçao de alteraçoes verificadas na estrutura cerebral - designadamente no neocortex -ultrapassam a minha modesta ciencia, pelo que nem me atrevo a fazer uma abordagem desse tipo...
    Quanto a Divina Comedia, parece-me uma oportuna alusao do ilustre Comentador, tenho a percepçao de que estamos efectivamente a viver uma comedia que, nao sendo divina, excede em muito a capacidade de entendimento de pobres mortais como o autor deste Post...

    Caro Tonibler,

    Tambem me ocorreu essa hipotese, de uma possivel atrofia financeira fundacional, susceptivel de estimular o uso do gatilho do lança-chamas...
    Considero de lesa-patria qq tentativa de limitar a canalizaçao de fundos publicos para tao benemerita entidade e, nesse caso, plenamente legitimado o uso do lança-chamas...

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  4. Oxalá tal virulência incendiária adviesse de cortes na Fundação. Mas, infelizmente, não creio. A virulência destinar-se-à, sim, a prevenir cortes. Porque "quanto mais me bates, mais gosto de ti...". E o Governo já mostrou ter muitos complexos quanto a Fundações e Observatórios. Ainda não acabou com nenhum.

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  5. Ora aqui esta uma interpretaçao que me parece particularemente sagaz...
    O Pinho Cardao pode estar com muita razao,poden tratar-se de um ataque preventivo, muito utilizado em cenarios de guerra, incluindo os combates que se travam pela manuteçao de um lugar de tribuna central na Mesa do Orçamento...

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