segunda-feira, 26 de setembro de 2005

Capitalismos

CAPITALISMO IDEAL - Você tem duas vacas. Vende uma e compra um boi. Eles multiplicam-se e a economia cresce.
Você vende a manada e aposenta-se. Fica rico!
CAPITALISMO AMERICANO - Você tem duas vacas. Vende uma e força a outra a produzir o leite de quatro vacas. Fica surpreso quando ela morre.
CAPITALISMO JAPONÊS - Você tem duas vacas. Redesenha-as para que tenham um décimo do tamanho de uma vaca normal e produzam 20 vezes mais leite. Depois cria desenhinhos de vacas chamados Vaquimon e vende-os para o mundo inteiro.
CAPITALISMO BRITÂNICO - Você tem duas vacas. Ambas são loucas.
CAPITALISMO HOLANDÊS - Você tem duas vacas. Elas vivem juntas e em união de facto. Não gostam de bois e tudo bem.
CAPITALISMO ALEMÃO - Você tem duas vacas. Elas produzem leite regularmente, segundo padrões de quantidade e horário previamente estabelecido, de forma precisa e lucrativa. Mas o que você queria mesmo era criar porcos.
CAPITALISMO RUSSO - Você tem duas vacas. Conta-as e vê que tem cinco. Conta de novo e vê que tem 42. Conta de novo e vê que tem 12 vacas. Você pára de contar e abre outra garrafa de vodka.
CAPITALISMO SUÍÇO - Você tem 500 vacas, mas nenhuma é sua. Você cobra para guardar a vaca dos outros.
CAPITALISMO ESPANHOL - Você tem muito orgulho em ter duas vacas.
CAPITALISMO BRASILEIRO - Você tem duas vacas. E reclama porque a sua manada não cresce...
CAPITALISMO HINDU - Você tem duas vacas. Ai de quem tocar nelas.
CAPITALISMO PORTUGUÊS - Você tem duas vacas. Uma delas é roubada. O governo cria o IVVA- Imposto de Valor Vacuum Acrescentado. Um fiscal vem e multa-o, porque embora você tenha pago correctamente o IVVA, o valor era pelo número de vacas presumidas e não pelo de vacas reais. O Ministério das Finanças, por meio de dados também presumidos do seu consumo de leite, queijo, sapatos de couro, botões, presume que você tenha 200 vacas.
Para se livrar do sarilho, você dá a vaca que resta ao inspector das finanças para que ele feche os olhos e dê um jeitinho...
:)

6 comentários:

  1. Ehp...caro JMFA, permita-me uma pequena questão... eu cá não sou agricultor nem nada, mas no caso de um grupo de vacas não estaremos a falar de manadas em vez de rebanhos?

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  2. Há alguns pormenores que ficaram esquecidos no «capitalismo portugês», tais como:

    - os 10 mil impressos que é necessário preencher para que i IVVA seja pago;
    - O regime transitório do IVVA para ovelhas nacidas entre 1/1/2004 e 10/7/2004, qd a respectiva lã tenha sido utilizada, nos dois anos seguintes, no fabrico de barretes, sem prejuízo da dedução dos rendimentos de produtos lácteos obtidos em igual periodo, na parte que não exceda as respectivas quotas.

    quanto ao facto de o fiscal ter efectivamente fiscalizado é pura provocação.

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  3. Anónimo10:16

    Meu caro Virus, limitei-me a vender os "rebanhos" vacas pelo preço que mos venderam.Mas já alterei a designação da vacada em nome do rigor...
    Vou rementer as sugestões de RA para as competentes autoridades. Acho de toda a justiça a dedução à matéria colectável dos barretes. mais que justo.

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  4. Peço novamente desculpa pela intromissão mas... julgo que a dedução à matéria colectável dos barretes parece-me completamente despropositada, até porque se considerarmos os barretes como sujeitos à sua inclusão no Mapa das Amortizações (Fardas) então deverá ser considerada como um investimento logo não me parece lógico ser deduzido à matéria colectável.

    Aliás, para ser mais preciso, pergunto-me inclusivé se esse tipo de artigos não deveria estar inclusivé sujeito à Tributação Autónoma!

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  5. Anónimo17:52

    Bolas! E ainda dizem que os juristas são complicados! ;)

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  6. Está genial, Zé Mário, fartei-me de rir com o texto e com os desenvolvimentos, que não lhe ficam nada atrás...Quanto aos barretes, é um belo exemplo da espinhosa tarefa do legislador de impostos, sempre a abrir sub hipóteses. Sem querer contrariar a tese de Virus, pensando bem sempre é um produto tradicional em vias de extinção, digno portanto de uma excepçãozita que estimule o mercado e renove o desenvolvimento do produto. Voto na isenção.
    E já agora, esta parece-me uma versão progressista do Auto de Mofina Mendes:
    "Por mais que a sorte me enjeite
    Pastores não me deis guerra,
    Porque todo o humano deleite
    Como o meu pote d'azeite
    Há-de dar consigo em terra".
    Já Gil Vicente tinha poucas ilusões sobre a nossa capacidade de criar riqueza...

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