sábado, 18 de fevereiro de 2006

Um Ministro socialista e um socialista Ministro!...

Como noticiado, a taxa de desemprego atingiu os 8% no último trimestre de 2005, correspondendo a 450 mil pessoas sem trabalho.
De acordo com o Público de hoje, o Ministro do Trabalho, Vieira da Silva, referiu que “estes números do desemprego não são um revés para mim. São um revés para a sociedade portuguesa”.
Concordo com o Ministro, pois não compete ao Ministro do Trabalho, nem mesmo ao Governo, criar directamente empregos -quantos menos criar, tanto melhor.
Mas já lhe compete directamente, a si e ao Governo, criar um melhor contexto e um ambiente mais favorável para a expansão do investimento privado e para a melhoria de produtividade que favoreça as exportações, único meio, na actual situação portuguesa, de criar emprego.
Mas não posso deixar de dizer que muitas ouvi esse mesmo senhor Ministro, nomeadamente no Parlamento, a criticar, de forma desabrida e até grosseira, anteriores Ministros do Trabalho, responsabilizando-os directamente pelo que já então chamava revés da sua política, que levava ao aumento do desemprego.
Acontecendo que a política é basicamente a mesma, dei comigo a pensar como continuam bem diferentes estes Ministros socialistas dos socialistas que, há bem pouco tempo, se arvoravam em Ministros!...
São estas as atitudes que em nada credibilizam não só os políticos que seguem tal prática, o que é o menos, como descredibilizam a própria política, o que é o mais!...
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5 comentários:

  1. Um ministro do trabalho é algo de fabuloso uma vez que tem muito pouco que fazer, pelo que se deveria designar por ministro do emprego. Também tem a segurança social que, sendo uma área ainda mais técnica, ainda o torna mais inútil. Resumindo, se acabarmos com o ministério do trabalho ainda podemos criar alguns postos de trabalho valentes.

    Portanto, caro Pinho Cardão, não é exacto que ele não possa criar empregos...:)

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  2. O problema que o P. Cardão está a levantar é o do exercício da oposição.
    E aí é melhor estarmos todos muito calados. Quem puder lançar a 1ª pedra...
    As "nossas" oposições têm sido muito mais prejudiciais para a democracia do que os detentores do poder.
    É normalmente CONFRANGEDOR assistir ao exercício da "oposição".

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  3. O just-in-time veio mesmo "a tempo" de denunciar uma realidade perturbante: o cinismo e a falta de responsabilidade de uma verdadeira oposição. Até chegava a tremer de raiva quando de forma despudorada se atacavam ideias ou pessoas. Algumas vezes senti um verdadeiro sentido de estado, mas foram poucas. O "just-in-time" tem razão. Tanto faz uns como outros. Por vezes chegava a concordar com certas posições e só por terem origem na oposição não servia para nada! Errado. Claro que a não-aceitação de boas ideias deve originar uma certa "raiva" desviando os opositores para as formas de luta que todos conhecemos.
    No caso vertente é verdade que o actual ministro do trabalho "trabalhava" bem (mal) certas posições. Às vezes interrogava-me o que ele faria se estivesse no governo. Aí está a resposta. Do mesmo modo chegava a imaginar o que fariam certos deputados de partidos, teoricamente, "não-governo" se chegassem ao poder. Nem de perto nem de longe fariam aquilo que diziam. Enfim! O melhor seria ter uma oposição com nível, mas desconfio que não vai ser fácil...

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  4. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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  5. Prof. Massano Cardoso
    Não posso deixar de voltar ao seu comentário.
    É um testemunho vivido, sentido e genuíno, que vai além de pessoas e circunstâncias concretas.
    Espero que a sua "raiva" seja contagiosa.

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