terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Nausea

Ressuscitou a questão da violação dos direitos humanos dos detidos em Guantamano. De novo com foros de escândalo pela dimensão de uma alegada comparticipação portuguesa.
Ana Gomes diz-se esmagada pela dimensão das revelações de uma ONG constituida por advogados britânicos, de seu nome Reprieve.
Cheirando a escândalo, aí vão os media, todos, atrás. Não lhes interessa ler o relatório da ONG para verificar em que factos se baseia a acusação, que num ápice correu mundo, do envolvimento português nas práticas de tortura de prisioneiros levados para a base-prisão americana de Cuba.
Espalha-se aos quatro ventos a responsabilidade de Portugal.
Mas qual é a responsabilidade "apurada" pela Reprieve? Apurou mais do que já se sabia, isto é, que o espaço aéreo sob jurisdição portuguesa foi atravessado por aviões americanos com destino a Guantamano Bay transportando prisioneiros? Ou que foi utilizado o aeroporto de Santa Maria e a Base Aérea das Lajes nos Açores?
Façam os leitores deste blog o seu próprio juizo. Eu já fiz o meu, à margem do histerismo. O relatório pode ser lido na íntegra, aqui.

Gosto demasiado do meu País para, nestes momentos, não sentir asco perante o júbilo mal disfarçado daqueles que não perdem uma oportunidade de exibir como imagem de Portugal um coio de malfeitores.

Mova-os o que os mover, sede de protagonismo ou lá o que for, não têm o direito de expor Portugal e os portugueses, esses seguramente inocentes de qualquer violação de direitos humanos, ao risco do terrorismo internacional que esta repugnante propaganda agrava.

Uma nota final.

Neste blog já deixei claro, há muito, qual a minha posição sobre a questão da violação dos direitos humanos em Guantamano. E para que não restem dúvidas, defendo que a PGR deverá, até às últimas consequências, concluir o inquérito que julgo em curso para apurar a existência de culpas internas que até agora, apesar do propalado escândalo, nunca foram provadas.

12 comentários:

  1. -Já fiz o meu juízo de valor há muito tempo. A civilização entrou em guerra contra o terrorismo, logo é legítimo criar prisioneiros de guerra, devemos respeitar os direitos Humanos é certo, mas é legítimo manter os inimigos da liberdade sob prisão, sem acusação até que a guerra termine. A cobardia política europeia apenas nos torna mais vulneráveis face aos animais da Al-Qaeda, cujo humanismo ficou patente em N.Y., Madrid, Londres, Bali, Casablanca entre muitos outros locais. Assumir a guerra seria a meu ver, a atitude mais sensata, legitimaria a existência de prisioneiros de guerra, e até evitaria eventuais práticas de abusos e torturas.

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  2. Subscrevo inteiramente.

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  3. Caro António Almeida e Tonibler,

    A posição que subscrevem é um treta, desculpem que diga. Leiam o post inicial de José Ferreira de Almeida e lá está dito, claramente e bem, "lutar na batalha do terrorismo com os seus meios, e os seus princípios, será o fim da civilização, o retorno à barbárie, ao olho por olho e dente por dente.
    Seria um retrocesso civilizacional sem precedentes na história moderna e contemporânea"

    Mais: O ignóbil no meio disto tudo é que em Guantanamo está gente detida, sem culpa formada, que nada teve alguma vez a ver com terrorismo e esta situação é mantida e suportada por aqueles, que como vós, continuam a achar que "é legítimo manter os inimigos da liberdade sob prisão", legitimidade esta que é cega e não nos torna diferentes dos verdadeiros inimigos da liberdade.

    Caro JMFA,

    Se o nome de Portugal estiver bem sólido na defesa dos direitos humanos, não há propaganda que o belisque.

    Agora, se não está...

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  4. Subscrevo inteiramente o comentário do António Almeida.

    Por defeito académico, eu só conheço uma forma de lutar contra o terrorismo e aposto que nenhum de vocês quer saber qual é.

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  5. O insólito disto tudo é que, como hoje ouvi numa rádio, as conclusões do relatório da Reprieve baseiam-se nas informações de Ana Gomes, cruzadas com outras, como não podia deixar de ser, para dar credibilidade á coisa.
    Assim, um grupo de inquisidores, com larguíssima voz na comunicação social, vai, à vez, e periodicamente, apresentando as conclusões que os outros comparsas antes apresentaram, num círculo interminável.
    Sobre direitos humanos, faço minhas as palavras do Ferreira de Almeida. Mas isto nada tem a ver com direitos humanos; trata-se apenas da exploração ad nauseam, como também diz o F. Almeida, da situação dos prisioneiros para propaganda própria e obsessiva da srª D. Ana Gomes e seus companheiros.

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  6. Por acaso eu até gostava de saber Caro Antrhax!
    Se não for segredo, claro...

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  7. Camarada Monteiro,

    Isso é perfeitamente irrelevante. Os problemas da família resolvem-se em casa, só os traidores e as mal-casadas é que levam os problemas para a rua.

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  8. É o processo do Geraldo sem Pavor.Que a heráldica dos nossos antepassados felizmente nos recorda...

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  9. Camarada Toni,

    São perspectivas... no caso, demasiado "caseiras" para o meu gosto. Perspectivas que continuam a permitir que isto aconteça. Se temos situações destas, a ti se devem.

    Tal como disse, se a reputação do país é "imbeliscável" ela não sairá beliscada. Agora se não é, compete-nos a todos pensar no assunto.

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  10. Ao ver a lista de voos, verifico que 26 tiveram como origem a Turquia, 7 Açores,5 Marrocos, 4 Espanha, 1 Inglaterra, 1 França e 1 Libia.

    Porque é que o relatório não se chama [...] with the Help of Turkey.

    Porque pura e simplesmente a Turquia cairia em cima desta ONG. Ao passo que Portugal nada fará.

    É por isso que esta M_ _ _ _, de relatório feito por uma ONG que muito provavelmente é financiada pela Al-Qaeda de relatório tem o nome do nosso país.

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  11. Contudo ....

    é de reflectir, sobre esta notícia de hoje:

    http://jn.sapo.pt/2008/01/30/mundo/europa_investiga_voos_cia.html

    Não se sabe AINDA, quem FOI quem, como parte interveniente neste processo de permissão e apoio logístico, ao atravessamento de presos, pelo continente europeu, na direcção de Guantánamo.

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  12. Caro Invisivel,

    Segredo, não é... :)nem politicamente correcto *grins*.

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