segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

O ambiente ao serviço das Quercus

A Quercus foi ao Procurador-Geral da República levar dossiers sobre supostas ilegalidades no licenciamento de novos projectos, susceptíveis de procedimentos criminais. Estará no seu direito.
Mas o Procurador-Geral deveria também investigar toda a pressão ilegítima e os boicotes da Quercus à grande maioria dos projectos empresariais de grande ou média importância para este país. E os dinheiros públicos deitados ao lixo, devido à sua acção.
E, a propósito: alguém me saberá informar da representatividade da Quercus? Quantos filiados tem? Como são eleitos os seus dirigentes? Há quanto tempo foram as últimas eleições? Quantos Presidentes teve?
Nota: Contestar muitas das acções da Quercus e de outras associações ditas ambientalistas não é lutar contra o ambiente; ao contrário, é uma acção positiva em favor do ambiente.

23 comentários:

  1. Eu confesso que não consigo perceber a representatividade da Quercus mas, por outro lado, a do Procurador-Geral da República também não.

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  3. Já agora ... Tonibler, ... eu também não consigo perceber para que serve o Ministério do Ambiente ???

    :-)

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  4. -Eu não consigo perceber, é se temos ministro do ambiente! E se existe, quem será? Um fantasma? Em relação á Querqus, para merecer credibilidade, apontem-me uma, não preciso mais, apenas uma obra de envergadura, com a qual a Querqus tenha estado de acordo. O ambiente deve ser preservado e defendido, mas posições fundamentalistas, não resolvem nada, pelo contrário, cada vez que surje um novo projecto, todos sabemos que vem aí crítica, logo ninguem lhes liga, e é pena, mas é uma escolha deles!

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  5. De todos, o único em que ainda acredito, é este:
    http://youtube.com/watch?v=56Y-qZQ_DTk
    Never loose the faith, in... humanity... Sometimes!

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  6. Caro Pinho Cardão,
    pena foi que estando em Londres não tenha tido tempo de ler o que escrevi em http://ambio.blogspot.com/
    a propósito dos lobos e dos 100 milhões e o contestar (aqui ou no seu blog). Seria uma boa altura para se informar um pouco mais o que parece ser útil a quem decide das leis no país.
    Este é o parágrafo final de um post que fiz no blog de cima sobre este post de Pinho Cardão sobre a QUERCUS que é razoavelmente inconsequente.
    henrique pereira dos santos

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  7. Anónimo22:10

    representatividade?
    O que é isso?
    Á de Moura Pina
    http://abrasivo.blogs.sapo.pt
    Por mais que tente, neste blog não consigo comentar como sapo. Alguém me explica?

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  8. Caro Henrique Pereira dos Santos:
    Muito obrigado pela atenção que dá aos meus escritos, mesmo discordando. Também tenho em atenção os seus.
    Quanto à Quercus e a todas as quercus deste país, acho que são fundamentalistas e, sendo-o,desacreditam-se e não ajudam a causa do ambiente.
    É do conhecimento geral, e ainda há dias o Presidente da antiga API, agora com outro nome, declarava que todos os projectos PIN eram contestados, por uma razão ou por outra, pelas associações ambientalistas, entre as quais a Quercus. O que levava, em não poucas vezes, os promotores estrangeiros a retirar-se dos processos, por não compreenderem o teor de tais reticências. Claro que muito fundamentalismo ambientalista está presente na tecnocracia do Ministério do Ambiente, razão pela qual as interpretações da lei tendem a ser desadequadas e levam a atrasos incompreensíveis na decisão. Sabe bem que, em Portugal, desgraçado do Ministro que decida contra os técnicos, sobretudo se estes têm uma associação ambientalista como suporte. Jorge Coelho referiu aqui há um ano que "ministro que decida contra os técnicos é louco". Por isso muitos projectos param. Com a agravante de que elegemos políticos para os técnicos, que não elegemos, decidirem.
    A paragem dos projectos trava o desenvolvimento e o emprego, atirando dinheiro para a rua ou para outros países.
    A questão do ambiente, do meu ponto de vista, não deveria ser, como é, e os ambientalistas acham matéria intocável, a última ratio da decisão. Deveria sim ser tomada em consideração com todos os outros componentes do projecto, de forma a dar-lhe um enquadramento global em todas as suas vertentes, incluindo a do ambiente.
    Mas os ambientalistas não prescindem de ter a última palavra.
    Recusam-se a compreender que, apesar de tudo, há mais realidades, para além do ambiente!...

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  9. Caro Pinho Cardão,

    Sem querer meter-me na conversa...mentira, quero, e por isso vou meter-me.
    Realmente este país deve ser uma maravilha para investir porque todos os dias há gente com projectos que depois desiste por motivos bastante mesquinhos. Ora porque não temos um aeroporto novo, ora porque não temos TGV e, pelos vistos, porque temos razões esquisitas nos movimentos ambientalistas. Nunca é porque a agência que arranjamos para captar investidores não vale um caracol. Até porque é nos ambientalistas é que Portugal não é competitivo...
    A Quercus tem a representatividade que lhe derem e, honestamente, não tem que se preocupar em não ser fundamentalista. O papel deles na sociedade não é ser equilibrado. Esse papel está em quem é pago para isso mesmo, ponderar o interesse público entre a economia dos projectos e a economia dos não-projectos. Se quem é pago para ser equilibrado dá uma importância à Quercus desajustada, há que elogiar a Quercus que, pelos vistos, é a única que está a trabalhar bem.
    O que não deve faltar é oportunidades de projectos em refinarias, lixeiras nucleares, aramzenamento de ácido bórico e de minas anti-pessoais. Se é isso que a API consegue, obrigadinho, mas para isso é só meter uma página na Internet.

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  10. Mas nota-se assim tanto a acção dos ambientalistas em Portugal? Francamente, quando viajo pelo país, mesmo dentro de áreas protegidas, não tenho nada a percepção de que a conservação do ambiente tenha aqui a mão muito forte... Ou seja, diria eu que temos protecção a menos, e não a mais.

    Defender que, se não nos desenvolvemos mais, isso se deve à pressão dos ambientalistas fundamentalistas, parece-me uma posição bastante original. Será mesmo por isso?

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  12. O facto do país no seu todo não se desenvolver não se deve, como é óbvio, à existência ou não de associações ambientalistas. Mas que estas associações causam algum “marasmo” económico, lá isso causam…

    Há centenas de exemplos de posições fundamentalistas destas associações, nomeadamente, aquelas que serviram de base às leis sobre as reservas ecológicas.
    Por os considerar simplesmente aberrantes, apenas vou dar dois exemplos:
    -Primeiro exemplo: um indivíduo que tenha uma quinta inscrita na reserva ecológica e queira rentabilizar a quinta criando por exemplo gado, não o poderá fazer porque não lhe é permitido construir o abrigo, vulgo barraca, para os animais!
    -Segundo exemplo: um indivíduo que à entrada da lei da reserva ecológica já possuísse instalações para o gado, mas que decida ampliar essas instalações com uma sala de ordenha, não o poderá fazer porque não pode edificar “nada” na reserva ecológica!

    Atenção meus senhores que não estamos a falar de “urbanizar” essas quintas! Estamos apenas a pretender rentabilizá-las, criando condições para serem trabalhadas pelos próprios.
    Em minha opinião, estão aqui dois exemplos que causam certamente “marasmo” económico mais que não seja, a nível regional.
    É por isso que, dizem as más línguas, os governos para terem o “aval” destas associações para os seus projectos, são unha com carne com os seus dirigentes e daí, apesar deste episódio, não se ouvirem, ultimamente, grandes ecos de discórdia …
    Por outro lado, é interessante verificar o percurso de alguns desses presidentes/dirigentes …
    Por isto, mesmo sem serem representativas de nada, que têm muita força, lá isso têm!

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  13. Caro Tonibler:
    Outra coisa não esperava do meu amigo. Poderia lá este blog passar sem a sua lúcida contribuição?
    Mas os Projectos da API não são aqueles que mencionou; são outros, de cariz muito diferente, pelo que o argumento assim não vale.
    Por outro lado, o meu amigo elogia o desequilíbrio das associações ambientalistas. Eu não. Se querem ser credíveis,têm que se apresentar com um mínimo de racionalidade. Claro que eu critico ainda mais a cobardia dos políticos que se deixam levar em tal onda, para obterem a boa graça e alguns elogios das associações, com perdas graves para o país.

    Cara Ljima:
    O Invisível respondeu ao seu último ponto.
    Quanto ao resto, trata-se mais de atentados ao bom gosto e às tradições das terras do que atentados ao ambiente. Embora os que haja, devam ser condenados.
    Mas como os ambientalistas condenam tudo...

    Caro Invisível:
    É isso mesmo o que diz. Todos os dias milhares de pequenos empreendedores perdem tempo,dinheiro e paciência, sem qualquer resultado, para levarem em frente projectos que, até melhorando o ambiente, criariam riqueza, mas que se vêem boicotados por uns meninós armados em tecnocratas cujo único trabalho parece ser o de castrarem toda e qualquer iniciativa produtiva.

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  14. Caro Pinho Cardão,
    Vou tentar perceber a sua argumentação.
    Em primeiro lugar diz que os ambientalistas são fundamentalistas, mas infelizmente não concretiza. Não diz quando, quem, em que processo concreto (suponho que sobre os lobos o tribunal de contas já deu indicações suficientes para se tornar claro onde nasceram os problemas).
    Fundamenta a sua afirmação no "conhecimento geral", esquecendo quão distante o bom senso pode estar do senso comum.
    E depois tenta conctretizar citando Basílio Horta que terá afirmado que todos os processos PIN são contestados pela QUERCUS. Independemente das minhas divergências com a QUERCUS na contestação a alguns destes projectos (como o IKEA e a Pescanova, por exemplo) e do facto de haver vários projectos contestados por outras associações que não a QUERCUS, a afirmação pura e simplesmente não é verdadeira.
    À agência que substitui a API foram submetidos mais de cem projectos que pretendiam ser PIN e muitos deles reconhecidos como tal. Consegue identificar neste momento vinte contestações de projectos PIN? Estamos pois no domínio do diz que disse.
    De qualquer maneira dos projectos contestados pelas associações ambientalistas quantos desistiram do investimento? Eu não conheço nenhum e de cada vez que se pede para este tipo de afirmações serem fundamentadas choca-se com o contrato de sigilo que torna impossíveis de escrutinar pelos cidadãos decisões de política pública que não respeitam à segurança do país.
    A sua citação de Jorge Coelho é ainda mais divertida: se ler os relatórios do tribunal de contas sobre as concessões scut verá lá escrito preto no branco que o Estado não acautelou o bem público porque adjudicou as concessões das estradas contra regras básicas de boa gestão de parcerias publico/ privadas, contra o parecer dos técnicos. Quem foi o ministro responsável? Jorge Coelho.
    Quando alguém, como Jorge Coelho, por exemplo, inaugura uma estrada afirmando que há um contencioso comunitário mas não quer saber porque depois da estrada feita ninguém a arranca e posteriormente o Estado Português é condenado pelo Tribunal Europeu isso é da responsabilidade de quem denunciou uma decisão ilegal e viu o tribunal reconhecer-lhe razão, ou de quem tomou a decisão ilegal?
    Quando um Ministro (José Sócrates, mas tanto faz, podia ser um qualquer dos partidos do arco governanental) manda (e o serviço dele dependente acede) lançar um concurso concepção contrução para uma barragem (Odelouca) e depois a barragem pára por várias razões, incluindo queixas comunitárias mas também a rescisão do contrato com o empreiteiro motivando processos judiciais cruzados de pedido de indemnização das partes, a responsabilidade pelo atraso e dinheiro deitado à rua é de quem apresenta queixas nos tribunais ou de quem tomou a decisão nestes termos, que não lembram a ninguém?
    Quanto às suas acusações sobre a tecnocracia do Ministério do Ambiente (de que faço parte visto a minha profissão é ser burocrata no Ministério do Ambiente) gostaria que as concretizasse.
    Quanto ao argumento sobre a REN de Invisível com o qual Pinho Cardão concorda era bom que fosse verdade porque seria fácil resolver a crise do mundo rural mudando a lei.
    Claro que seria sempre útil explicar por que razão outros países têm o mesmo tipo de problemas no mundo rural sem REN, mas talvez seja pedir de mais.
    Mas para os dois fica uma informação que lhes pode ser útil: o regime da REN tem irracionalidades que foram em parte corrigidas e que se espera que venham a ser ainda mais corrigidas.
    Mas há uns anos o Professor Sidónio Pardal fez um estudo sobre o regime da REN que era percorrido por afirmações como as de invisível e Pinho Cardão de uma ponta à outra.
    De concreto, nas mais de 100 páginas (penso que seriam mais de duzentas) apontava dois casos concretos: um pastor em Vinhais que não poderia ter feito um estábulo mas sem informação suficiente que permitisse verificar a afirmação e uma contradição entre dois planos, que era a única coisa verificável no estudo. Surpresa: a única situação verificável no estudo não era verdadeira.
    Assim sendo o que peço é que nos dispensemos de grandes tiradas sobre o que pensamos sobre o assunto (já parece claro) mas que se indiquem situações concretas onde se verifica toda essa perversão económica de que falam.
    E todo o atraso económico daí decorrente.
    Perante as situações concretas, cá estaremos para ver se é verdade ou não o que dizem.
    Apenas um último comentário: há anos houve um estudo de uma consultora internacional sobre competividade em Portugal.
    Nessa altura falou-se muito na identificação da burocracia associada ao conjunto da administração e sobretudo aos planos e legislação ambiental como um dos constrangimentos à competitividade do país (foi uma das fundamentações ideológicas para criar sistemas PIN e coisas semelhantes).
    Estranhamente pouca gente reparou que esse era apenas o terceiro factor identificado: o primeiro era a informalidade da economia e o segundo a má qualidade e preparação dos decisores (públicos e privados).
    Estou convencido de que o estudo não era mau.
    henrique pereira dos santos

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  15. Para quem tenha interesse no que eu penso sobre o interesse público a conservação da natureza e o sistema PIN fica aqui o link para o primeiro de cinco posts em que dividi um artigo que escrevi sobre o assunto:
    http://ambio.blogspot.com/2007/04/o-interesse-pblico-conservao-da.html
    henrique pereira dos santos

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  16. Caros
    Muito interessantes os comentários sobre a Quercus. Existido internet pedia-vos o esforço de consultarem o estatutos da Quercus e www.quercus.pt. Há cerca de 14 mil filiados mas sócios com quotas actualizadas aproximadamente 4 mil. Contabilizei uns 8 presidentes de Direcção desde 1985 mas tenho de confrmar porque no início não tenho bem certeza. As últimas eleições foram em Março deste ano e as eleições resultaram de voto individual de cada um dos sócios em Assembleia Geral. Infelizmente houve apenas uma lista... Quanto à Quercus só dizer mal de tudo e de impedir sistematicamente o desenvolvimento do país, pensei que fosse uma visão ultrapassada ma enganei-me. Reservo-me para quando tiver mais tempo dar uma resposta... Francisco Ferreira, Vice-Presidente da Quercs

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  17. Caro Comentador Henrique Pereira dos Santos:

    Às vezes, de tão ocupados que estamos a tratar das nossas burocracias, ficámos com a sensação de que conhecemos e sabemos tudo. Mas de facto não é assim. Por exemplo, se eu fosse um burocrata na Presidência do Conselho de Ministros, de certeza que não sabia “de tudo” o que lá se passa, no entanto, até era capa de invocar essa minha qualidade para o fazer crer que sabia.
    Vem isto a propósito de invocar a sua qualidade de burocrata do MA para pretensamente dizer que sobre a REN eu falei daquilo que não sabia.
    Pois fique sabendo, meu caro comentador, Henrique Pereira Santos, que eu sei do que estou a falar.
    Vou-lhe contar: um amigo meu tem uma propriedade de 15.000 metros no concelho de Alenquer, no regime REN, e pensou rentabilizá-la. Para isso, necessitava de construir umas guaritas para animais, exactamente canis, e vai daí dirigiu-se à respectiva Câmara, Municipal para ver da viabilidade do seu projecto. Quer saber a resposta? Então aí vai:
    -“Não é permitida a edificação em reservas ecológicas, nem sequer duma simples capoeira, nem sequer alterar o manto”.
    E era mesmo assim, sabe? Eles não mentiram!
    E tanto era assim que, em 2006, houve alterações à lei da REN, dando a possibilidade, sob certas condições (uma delas é uma percentagem de X sobre a área) de edificação de estruturas em zonas da REN que visem rentabilizar as propriedades.
    Se ainda lhe restam dúvidas, é simples: telefone para a Câmara Municipal, qualquer uma do País, e vai ficar esclarecido sob o verdadeiro regime da REN!
    Se mesmo assim lhe restarem dúvidas talvez lhe possa indicar no MA quem o possa esclarecer melhor sobre esta problemática…
    Foi um prazer contribuir para a sua maior abrangência do que se passa no MA.

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  18. Caro Henrique Pereira dos Santos:

    Obrigado pela contribuição séria e construtiva que deu a este assunto, importante sem dúvida.
    Sendo o meu amigo um "expert" nesta matéria, com conhecimentos específicos e dos dossiers muito longe do meus,dá-me alguma razão quando também contesta algumas tomadas de posição de associações ambientalistas, no caso da Pescanova e da Ikea. E também me deu alguma razão, quando, creio que no seu bom blog, disse que discordava de algumas tomadas de posição pública da Quercus, que aliás o teriam levado a separar-se da organização.
    Retirando factos pontuais ou acessórios, duas coisas retive no essencial: que considera que as associações ambientalistas, entre as quias a Quercus, têm um papel relevante e que também discorda de algumas das suas posições, de forma grave, que o levou a sair, embora concordando em balanço global.
    Quanto a mim, também considero que a Quercus poderia ter um papel inestimável na defesa do ambiente e na contribuição para a pedagogia da defesa do ambiente. E aí estamos de acordo. Mas esse papel tem-se perdido, dado que todas as suas aparições públicas são quase exclusivamente para contestar projectos. Ora, quando se diz, hora a hora, "aí vem lobo...", quando ele chega ao rebanho já ninguém liga...(Não sei se o exemplo do lobo terá sido bem dado!...). Por isso eu digo que o seu papel pedagógico vem sendo anulado pela sua acção concreta. E aí estamos em desacordo!...
    Claro que também sei que muitas posições se devem a normas anacrónicas, mas aí as associações também deveriam distinguir o trigo do joio e não queimar toda a seara.
    De qualquer forma, alguma coisa aprendi com a contribuição do meu amigo.

    Caro Francisco Ferreira:

    Muito obrigado também pelos seus esclarecimentos. Os elementos que referiu sobre a Quercus, vi-os pela primeira vez. Só por isso, valeu a pena, pois fiquei com uma ideia mais precisa sobre a Associação.
    Quanto ao facto de dizer que pensava "ser uma ideia ultrapassada a Quercus só dizer mal de tudo e de impedir sistematicamente o desenvolvimento do país", de facto creio estar um pouquito enganado. Admito perfeitamente que em certos círculos e ambientes tal ideia nem sequer se coloque. Mas o mundo e o país não reflectem esses círculos. Pelo que a imagem é substancialmente diferente do que refere.
    Claro que tenho todo o respeito pelo ambiente e por isso gostava de ver a Quercus com outra postura sobre a realidade do país. É que exgeros de um lado trazem exageros do outro. Já os latinos diziam que abismo atrai abismo.
    E, já agora, lanço-lhe um desafio. Parece que uma das grandes dificuldades dos Projectos é o facto de, depois de estudados na sua viabilidade técnica, financeira, económica, social, e aprovados em todos os parâmetros, terem que passar, em exame final, pelo crivo do ambiente. Não seria mais razoável, diria mesmo, não deveria ser obrigatório fazer um enquadramento global do projecto, incluindo, a par dos critérios económico, financeiro, etc, o critério ambiental? Ganhava-se tempo e dinheiro. E evitava-se essa coisa, para mim ridícula e geradora de graves entropias, de estar sempre a referir-se a viabilidade de um projecto e depois vir a ser reprovado por razões exclusivamente ambientais.
    Enfim, obrigado pela sua contribuição e cá esperamos o seu prometido comentário mais alargado.
    Todos aprendemos com a discussão.

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  19. Caro Pinho Cardão

    Ora aí está um tema super interessante. Qual é o "accountability" das NGO's. Como são financiadas, que despesas realizam e quem são o seus membros e, além do mais, que métodos de representatividade e de eleição dos seus órgãos dirigentes são seguidos.

    O outro tema é execatmente a responsabiliazação destas organizações pelos bloqueios injustificados ao progresso económico e social.

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  20. Caro Invisível,
    Invoquei a minha condição de burocrata do Ministério do Ambiente para fazer a minha declaração de interesses já que em relação à afirmação de Pinho Cardão de que a tecnocracia do Ministério do Ambiente respondi dizendo-me disponível para discutir os casos concretos.
    Quanto à REN afirmei que a lei tinha irracionalidades (por razões históricas que não vale a pena explicar agora) e que estavam a ser corrigidas mas nada disso demonstrava qualquer ligação entre essa lei e as dificuldades do desenvolvimento económico.
    E disse-me disponível para discutir casos concretos. O que gostava de saber é em que pé está neste momento a rentabilização da propriedade do seu amigo (e convenhamos que fazer de raiz um conjunto de canis é diferente de dizer que os pastores ou produtores pecuários não podem ampliar as suas explorações).
    Caro Pinho Cardão,
    Não me custa nada dar-lhe razão parcelarmente.
    A minha ruptura com a QUERCUS tem por base uma divergência concreta num projecto concreto em que achei que a QUERCUS não tinha tratado bem instituições que achei que tinha a obrigação de tratar com mais cuidado.
    De maneira nenhuma lhe dou razão quer na acusação de poder oculto ou pressão ilegítima em relação à QUERCUS.
    São acusações graves e infundadas.
    E também divergimos na importância que as questões ambientais devem ter no processo de decisão.
    Normalmente não é porque a avaliação ambiental aparece no fim que se introduz irracionalidade. É ao contrário. É porque se desvaloriza o peso das questões ambientais nas decisões que se empurra para o fim a consideração ambiental da questão, como uma diligência burocrática a cumprir e que se resolve, se preciso for, com uma intrução do Governo que acabam por se dar muitos passos maiores que a perna.
    E esta parece-me ser a divergência de fundo que vale a pena discutir.
    henrique pereira dos santos

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  21. Caro Pinho Cardão,

    Seria bastante "equilibrado" ter um campeonato de futebol mais competitivo por isso a atitude mais equilibrada do guarda-redes do Porto é deixa entrar as bolas? Mesmo que se possa dizer, com razão, que a longo prazo seria proveitoso para todos incluindo o Porto?
    Pode haver dezenas de problemas, milhares de projectos de investimento em semi-condutores não poluentes. Se não vão para a frente de certeza que não é culpa de Quercus. De certeza absoluta. Como o desequilíbrio do campeonato não é culpa do Elton.

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  22. Caro Tonibler:
    É verdade, caro Tonibler.
    Mas a Quercus, numa esfera, e o Helton, na outra, atrapalham bastante!...Embora mais a Quercus que o Helton1...

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  23. Invisivel, não é para mim muito certo que as leis de REN tenham sido criadas para satisfazer a Quercus. Acho isso estranho porque, mais uma vez, a impressão que tenho é que o lobby dos ambientalistas não tem peso praticamente nenhum. Fazem estudos, reuniões, comunicados, usam as leis como podem (e não é para serem aplicadas que as leis existem?), fazem algum (ou muito, conforme as opiniões) barulho, mas pouco mais. A impressão que tenho é que quase sempre se trata de esforços inglórios. Quixotadas.

    Que as leis que temos não sejam perfeitas, não me custa nada a acreditar. Mas são as leis que temos e devemos cumprir enquanto não forem modificadas. Por outro lado, penso que todos concordamos que são necessárias leis ambientais. Ora, por perfeitas que sejam, imporão sempre constrangimentos que alguns considerarão bloqueadores do "progresso" e promotores de marasmos.

    Quanto ao apontamento de Pinho Cardão sobre atentados ao bom gosto e às tradiçoes das terras, acho que não estamos a falar das mesmas coisas. Mas como Pinho Cardão concede, também há atentados ambientais e concorda que esses devem ser denunciados. Porque será, então, que apenas os "ambientalistas" os denunciam? E porque será que quando o fazem se ouvem os coros (de que este post parece ser mais um exemplo) do costume "lá vêm os ambientalistas, as forças do marasmo de sempre, é por causa deles que este país não anda para a frente"?

    Se é para proteger o ambiente, é preciso mais do que dizer que se é a favor do ambiente, em geral. É preciso também manifestar-se contra empreendimentos concretos que o ofendem. É nos detalhes concretos que está o busílis, não nas declarações genéricas de boas intenções.
    Mesmo quando, passando das gerais boas intenções para tomadas de posição em casos concretos, somos acusados de bloquear o "desenvolvimento" e de promover o marasmo.

    Cumprimentos
    José Amoreira

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