quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Deslocar a escolha

Acho muito curiosa a forma como alguns dos nossos compatriotas que se dizem de esquerda falam de Barak Obama e destas eleições nos Estados Unidos.
Com uma lógica maniqueísta, transformam os Republicanos nos maus da fita e fazem dos Democratas os salvadores do mundo.
Recorrendo a umas quantas analogias, procuram transpor a realidade americana para o outro lado do Atlântico.
Ainda não perceberam que nos Estados Unidos da América essa coisa a que chamam de esquerda não tem qualquer expressão.
Certamente não sabem que nesse país apelidar alguém de socialista é uma forma de o ridicularizar e denegrir.
Se as ideias e o programa de Obama fossem transpostos para Portugal, este seria imediatamente apelidado de ultra-liberal e até de extrema-direita por aqueles que agora o elogiam.
A melhor imagem que me ocorre para caricaturar esta situação, seria obrigar um democrata a escolher entre Leonid Brejnev e Nikita Khrushchov.

P.S. Fiquei a admirar Obama por aquilo que conseguiu. Até agora o seu percurso é notável.
Já tinha uma grande admiração por John McCain e esta aumentou quando ele aceitou o desafio de se candidatar carregando a herança de George W. Bush. Nenhum deles seria a minha escolha para Presidente do meu país. Estão demasiado à direita!

2 comentários:

  1. Acho que a mudança defendida por Obama não é bem aquilo que as pessoas em geral espalhadas pelo mundo inteiro estão a pensar...Vai ser difícil, certamente, Obama gerir todas as expectativas criadas...

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  2. Obama permitiu todas as ilusões porque não tem história política, é assim como se viesse da Cidade Proibida, sem estar maculado com o exercício do poder, essa dura provação que disitingue o carácter de cada um e a força das convicções. E também a força das circunstâncias... É raro alguém chegar tão longe sem ter telhados de vidro, mas em breve começarão a chover as pedradas.

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