quinta-feira, 8 de julho de 2010

Prémio Boas Práticas no Sector Público

Uma das nossas características como colectivo é sermos avarentos no reconhecimento do valor dos outros. Preferimos dizer mal, ou pôr muitas reticências quando aparece uma coisa bem feita, relegando os bons resultados para um vago “não fez mais que a sua obrigação”. É pena, porque um elogio pode fazer milagres no ânimo das pessoas e ajudar a que se faça muito melhor.
O Prémio Boas Práticas no Sector Público, promovido pela Deloitte em colaboração com o Diário Económico, a FLAD e o INA, abriu as candidaturas à sua 8ª edição. Esta iniciativa tem avaliado e divulgado centenas de iniciativas inovadoras no sector público e o modo como contribuem de forma comprovada para a qualidade do serviço. Muito desse trabalho é conseguido com poucos meios, imaginação e muito empenho das equipas e precisam do reconhecimento e divulgação que a sua qualidade merece, também para que outros possam seguir o seu exemplo e replicar os modelos já testados.
Tenho o privilégio de ter participado desde o início nesta iniciativa que quis contrariar o sistemático discurso crítico e desmotivador ,que só aponta maus exemplos e ignora o muito que se progride e melhora no sector público. A análise dos projectos é feita com os mesmos critérios que são usados para avaliar e destacar iniciativas empresariais.
Tive a sorte de poder testemunhar a notável evolução que tem havido, quer na quantidade e diversidade de candidaturas, por exemplo de municípios, escolas, universidades e serviços centrais, quer na qualidade e exigência crescente dos projectos apresentados. Há progressos muito significativos no modo como se quantificam e valorizam as várias vertentes a considerar, - a financeira, processos, impacto nos colaboradores e qualidade de serviço ao cidadão, - o que evidencia os resultados e fundamenta a sua consistência.
Assisti, ao longo deste oito anos, ao entusiasmo e à emoção dos que trabalharam em centenas de projectos visitados, avaliados e por fim seleccionados para os Prémios finais. Em todos eles o traço de lideranças conscientes da importância do trabalho em equipa e o orgulho de assumir que se fez bem, em todos eles a ansiedade do reconhecimento e a importância do estímulo para continuar. Um estudo da avaliação do impacto deste Prémio mostrou o aumento do reconhecimento interno e externo e um aumento do grau de motivação das equipas.
É muito importante que a Administração Pública mostre o que faz com sucesso e prove como contribui para apoiar ou facilitar a vida aos que precisam dos seus serviços. É muito importante que, na falta de recompensas materiais ou perspectiva de carreira, se dê sem regatear o estímulo do reconhecimento a quem tem o brio de fazer bem o seu trabalho.
Para isso é preciso que sejam apreciados e divulgados, e a 8ª edição do Prémio das Boas Práticas no Sector Público é uma excelente oportunidade para o fazer, como podem testemunhar as dezenas de serviços já premiados.
As candidaturas podem ser apresentadas até 15 de Julho e a Gala terá lugar em Novembro. Esperamos ter muitos casos de sucesso para premiar!

16 comentários:

  1. Totalmente de acordo, reconhecer o mérito de uma instituição ou de um funcionário é um ato de superioridade moral e intelectual de quem o pratica, no entanto na generalidade não é este o comportamento, antes pelo contrário, cultiva-se a indiferença e só quando as coisas batem no fundo é que se lembram do que se ia dizendo nas entrelinhas...
    Mas tenho que fazer aqui um público elogio!:-A Dra. Suzana Toscano está muito bem nestas fotografias! viva a beleza!

    http://www.youtube.com/watch?v=_bcKnmH_syU

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  2. Excelente iniciativa!

    Sinceramente, não sei, como é que as pessoas que trabalham para o Estado conseguem obter a motivação para aumentar a eficácia e eficiência dos processos e até apresentar inovações dignas de registo. Num ambiente tão partidarizado, sem progressões, prémios de desempenho, aumentos salariais, estrangulamentos financeiros de toda a ordem, regulamentação contraditória e centralista, com uma mole de pessoas sempre a zurzir nos funcionários públicos, professores, médicos, polícias, etc.. é de facto espantoso como ainda há quem consiga obter energia para olhar em frente e fazer melhor.

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  3. Suzana
    Antes de mais, parabéns pelo trabalho que tem vindo a fazer!
    Este Prémio tem o mérito de reconhecer que no sector público há excelentes lideranças, profissionais e organizações. Muitas das iniciativas inovadoras, capazes de melhorar a qualidade da prestação de serviços públicos, são tanto mais meritórias quanto sabemos as dificuldades com que se debatem muitos serviços.
    A liderança - na sua capacidade de identificar oportunidades, de mobilizar esforços e vontades e de acrescentar valor - é fundamental no processo de transformação e mudança de paradigma em que o cidadão deve ser colocado no centro das atenções. A mudança faz-se fazendo. As sementes lançadas à terra, mesmo quando ela é muito árida, acabarão por dar bons frutos...

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  4. No entanto, cara Drª. Suzana Toscano, ha serviços do estado onde os projectos que são apresentados, não chegam a merecer, da parte dos dirigentes, um olhar de atenção.
    Durante o ano que passou e no início deste, apresentei aos meus superiores 2 projectos; um, relacionado com equipamentos informáticos, iría permitir reduzir os custos em 50%, o outro, relacionado com o aproveitamento de águas pluviais para rega e lavagem de viaturas, que iría necessitar de um investimento inícial, o qual, passados 3 anos, se pagaria a si mesmo.
    Acredita, cara Drª. que nenhum dos dois projactos, colheu o interesse de quem decide?!
    Por vezes ficamos com a impressão que certos gestores, consideram somente projectos válidos, aqueles que lhes projecta a imágem, os de estadão...

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  5. Permita-me dizer-lhe, caro bartolomeu, que pelo menos um dos seus projectos faz agora algum sentido, o buraco gigantesco para acolher as águas pluviais já existe, tem vindo a ser aberto paulatinamente desde 2006, finalmente chegou ao fim...
    Quanto ao projecto da informática, sabe como são estas coisas, evoluem da noite para o dia, o que ontem era uma certeza inabalável hoje é um devir permanente…
    Pois, insista, insista, insista muito, vai ver que o projecto da água acaba por ser apreciado superiormente com o indispensável despacho: concordo e autorizo nos termos propostos!
    :)))

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  6. Pois... essa questão da insistÊncia, está de acordo com o espírito do post que a Drª. Suzana publica... é necessário que nos oiçãm. Caso contrário, perde-se a vontade.

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  7. Caro Bartolomeu,

    Insista, especialmente se incluir a substituição de software pago, por software livre como Linux e OpenOffice, por exemplo. Indique exemplos de países bem mais ricos que o nosso. Indique até como exemplo a nossa vizinha Espanha.

    Boa sorte.

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  8. Agradeço-lhe desde já a atenção que dedicou ao meu comentário, caro Fartinho da Silva. Contudo, devo esclarece-lo de alguns pontos:
    O estado paga muito pouco pelo licenciamento do Office, depois, a implementar um programa substituto, seria necessário compatibiliza-lo com o restante sistema implantado e ainda exportar tudo o que existe no Office, para o software sem pagamento que fosse instlado, o que, dependendo do volume de dados e da dimensão do serviço, seria uma tarefa que obrigaria à afectação de pessoal especializado e demoraria imenso tempo, sem que, no final se tivesse a garantia de sucesso a 100%.

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  9. Deviam dar o prémio de Boas práticas na administração pública ao Silva Pais, a título póstumo. Está bem que dedicava a vida a lixar o próximo, mas fazia-o de forma eficiente...

    Tenham dó de mim...

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  10. Caro comentador Bartolomeu:

    Especificamente no caso de um software como o Office, e salvo raras excepções (como por exemplo folhas de Excel com programação avançada, VBA), não há propriamente necessidade de exportar nada. O OpenOffice lê perfeitamente os .doc, .docx, .xls, .ppt, etc.

    Não quero com isto dizer que não haveria trabalho a fazer, obviamente, apenas que muitas vezes se parte pra estas "migrações" com noções pré-concebidas que poderão não ser as mais correctas.

    No entanto, ninguém melhor que o caro Bartolomeu pra saber exactamente do que se trata em concreto.

    Por fim, apesar de eu ser um "entusiasta" e apologista do software livre/open source, devo dizer que, no caso do Open Office, existe uma barreira a transpôr, que é o interface gráfico, simplesmente horrível. Pode parecer uma questão de somenos, mas no caso dum software deste tipo, é mesmo uma grande barreira!

    Melhores cumprimentos.

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  11. Dra. Suzana Toscano

    Estou de de acordo com o que escreve a propósito do Prémio Boas Práticas no Sector Público. De facto há muita gente capaz na nossa administração pública e que devem ser incentivados.
    Mas, e lá vem o mas, propunha-lhe que fosse criado também o Prémio "Como enganar o sector público".
    Explico: é que há pessoas na administração pública que conseguem aceder a formação qualificada, por exemplo o CADAP, do INA, com recurso a falsas declarações.
    Por outro lado, há pessoas, na qualidade de dirigentes, que prestam falsas declarações, o que permite "validar" as citadas anteriormente.
    Entretanto a situação é descoberta, mas ninguém faz nada.
    Assim, quem sem habilitações para tal, consegue obter um título que o pode fazer aceder, com prioridade, a procedimentos concursais para acesso a cargos dirigentes, e a estar habilitado a dirigir qualquer unidade orgânica, e até uma Direcção-Geral ou Instituto, merece um prémio, não acha?
    Ah! Acresce o facto de não ser funcionário público!
    De facto esta prática incentiva-nos a trabalhar melhor, sermos inovadores, criativos, e a vestirmos a camisola!
    Felicidades para a sua tarefa! Vivam as Boas Práticas!

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  12. A dra Suzana Toscano é digna dos maiores encómios. Não apenas pelo que tem feito em prol das boas práticas, como por nos prodigalizar o seu post, partilhando connosco a ideia chave de que vale a pena incentivar e motivar o sector público do Estado.

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  13. Peço desculpa ao AF, por só agora lhe responder. Hoje o meu canguru decidiu emudecer, talvez as radiações solares lhe tenham afectado o software.
    ;)
    Pois é, meu caro, a barreira do grafismo, é talvez o mal maior, sobretudo se a gama de utilizadores, se mostrar pouco aberta a mudanças.
    O que traria trabalhos acrescidos ao helpdesk.
    ;)
    Mas mesmo assim, ainda sou preferencialista do microsoft e das suas actualizações. pode ser uma questão de tacanhez, mas oferecem-me mais garantias em termos de funcionalidades. E em certos locais e serviços, essa garantia é fundamental.

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  14. Anónimo15:32

    A Dr.a Suzana Toscano foi alguém que, no desempenho de funções governativas, se bateu pelas boas práticas da Administração como parte de uma política de reforma das atitudes e condutas no sector público administrativo. Fui disso testemunha privilegiada. Não me admira o seu empenho nesta iniciativa que visa exibir o mérito como exemplo.

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  15. Muito bem lembrado, caro Drº Ferreira de Almeida...e é justo dizer que não passou apenas por lá, deixou a sua marca.
    Pena é que outros não sigam o exemplo, em vez de abandalharem o sistema...

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