sexta-feira, 25 de março de 2011

A entrevista de Pedro Passos Coelho

Enquanto ouço os comentadores habituais jogarem com as palavras e analisar a forma, a postura, a voz e o estilo de Pedro Passos Coelho, creio que a entrevista revela coisas importantes que não passarão despercebidas. Em primeiro lugar, percebe-se que não aposta na hostilização mas na afirmação de alguns princípios essenciais e na desmistificação corajosa e esclarecedora como foi o caso do papel do FMI e da ajuda externa se necessária. Positivo. Depois, o ter reconhecido que muita gente o aconselha mas nem toda  o convence. Muito positivo

11 comentários:

  1. Corroboro, caro Ferreira de Almeida. Palavras claras e positivas.

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  2. Têm é que encontrar quem cale os outros. Aquelas que eu ouvi do software grátis e da fusão dos institutos sem despedir ninguém pareciam saídas do discurso do Paulo Futre...

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  3. Anónimo22:32

    O discurso de Paulo Futre ficará nos anais, meu caro. Nem as conferências de Jorge Jesus se aproximam!

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  4. Mas qual é que é o problema da utilização generalizada de freeware na administração pública? Por acaso o estado também uma golden share na Microsoft? Ou o Bill Gates ficava chateado e já não queria brincar mais connosco? Bem bom! Podia ser que assim alguns ISP's deixassem de praticar o "speedcaping" e os consumidores ficassem menos prejudicados. Pelo caminho ainda se poupava algum dinheiro.

    Mas o PPC até esteve bem, o problema é que ainda assim eu não confio nele. Depois, estou para aqui a ouvir estes moços a analisar a cena e cada um tem uma perspectiva mais negra do que o outro... sabem o que é que eu acho? Acho que se não restaurarem rapidamente a confiança das pessoas, o FMI, o BCE, o fundo de resgate ou a União Europeia, vão ser o menor dos problemas.

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  5. Camarada Anthrax,

    Eu estou a escrever num portátil que usa Ubuntu 10.10 e, por isso, serei o último a dizer-lhe que existe algum problema em usar open source (é essa a proposta). O que não lhe digo é que a minha opção de usar Ubuntu foi independente da minha formação, das minhas necessidades académicas e da conjugação com as minhas necessidades profissionais, que me obriga a usar uma máquina virtual de windows(cuja licença é legal).

    Os custos de formar toda a gente noutros sistemas operativos, de mudar os words e exceis dessa gente toda seria muito superior ao dinheiro de licenças que pagam à Micrsoft. A proposta é saída de quem não faz a menor ideia do que está a falar.

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  6. Eu tenho um macBook nha-nha-nha-nha-nha-nhaaaa!

    Uso excel e word que, eventualmente, terão sido legais para alguém e uso o Open Office. Não precisei de qualquer tipo de formação adicional para trabalhar com este último, até porque é bastante semelhante ao MS Office.

    Sabe que na função pública, invocar a falta de formação para se recusar a trabalhar com algumas ferramentas informáticas é uma desculpa que dá muito jeito, principalmente, quando a posição é a de boicotar qualquer coisa.

    Além disso, sabe que na administração pública existe uma prática - vá lá - corrente de se sub-contratarem serviços em vez de se contratarem pessoas (até porque como é do conhecimento geral a contratação de pessoas singulares está congeladucha, portanto restam as colectivas, o que é chato porque obrigam a malta a ir a correr constituir uma empresa, sendo que depois quem aprova a proposta é a mesma pessoa que, vá lá, trata da contabilidade privada). Resumindo, nesta lógica, tem razão. Sai caro formar pessoas e por isso mais vale comprar licenças.

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  7. Sim, mas Open Office funciona na maior parte das vezes, não em todas.

    Na função pública tem que se subcontratar os serviços porque quando as pessoas deixam de ser subcontratadas e passam a contratadas deixam de trabalhar...

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  8. Sim, tem alguns problemitas, pelo menos ao nível da compatibilidade ( isto que eu tenha reparado, não sou propriamente um guru nestas coisas).

    E essa sua ideia é um bocado generalista, porque se deixam de trabalhar é porque têm um superior hierárquico que é um imbecil e devia ser o primeiro a ir para a rua. Porque isto de se mandar nos outros é preciso um bocadinho mais do que a publicação do nome no DR.

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  9. Concordo, caro Ferreira de Almeida.

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  10. Gostei do tom geral de tranquilidade e civilidade. Tratou a Clara de Sousa por "senhora"... E, quanto ao conteúdo, retive a afirmação de que pedirá a colaboração de outros partidos para o Governo, e até do PS. Se o actual Governo tivesse agido assim, talvez não tivesse sido preciso irmos a eleições...

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  11. Ando desde ontem a tentar perceber a razão pela qual não senti confiança no PPC.

    É verdade que o actual líder do PSD esteve muito benzito, calmo, confiante etc. Mas ainda assim havia alguma coisa que não batia certo e fiquei a remoer isto a noite inteira, ou seja, estive a dormir sobre o assunto.

    Creio que finalmente percebi o motivo da minha desconfiança. Enquanto andava a remoer o assunto, e a procurar mais informação, concluí que a lógica de resolução da actual situação em que o país se encontra está errada e tal como já aconteceu aos outros, a estupidez vai sair-nos cara.

    Apesar de ter estado bem, creio que o PPC cometeu um grave erro ontem e esse erro foi falar de uma estratégia que não a é. O que o PPC estava a falar ontem era de uma táctica para gerir uma mera questão financeira que, inevitavelmente, vai falhar porque o princípio está errado.

    Eu não sei se consigo explicar exactamente o que quero dizer com isto (até porque ainda estou a remoer em alguns aspectos), mas uma coisa são finanças, outra coisa é a economia. A implementação de medidas de austeridade, só serve para arranjar liquidez rapidamente, não vai resolver nenhum problema económico digam lá o que disserem. Isto por uma razão muito simples, porque se a economia são as pessoas (individuais e colectivas) estas medidas vão penalizar fortemente as mesmas porque desaceleram a economia e aumentam o desemprego. Aumentar o desemprego numa situação em que o desemprego já é alto é extraordinariamente grave. Mas pior, se a economia se retrair a receita fiscal vai diminuir e esqueçam medidas de poupança porque isso não vai acontecer, nem por decreto.

    Acho que é melhor pararem mesmo para observar e para pensar, porque acho que esta cena não vai correr nada bem. Se temos duas coisas para tratar (Economia e Finanças), estamos a começar pela errada.

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