sábado, 12 de março de 2011

O "pertuguês" dos Directores do Diário de Notícias

A Direcção do DN lança hoje dois ataques ao Presidente da República, através de artigos de opinião do seu Director, João Marcelino, e do seu Subdirector, Nuno Saraiva. Seriam terríficos, se alguém levasse em conta tal opinião. Mas não é essa opinião do DN que, por hoje, me interessa. O que eu quero é salientar os erros primários da prosa em que tal opinião se expressa. É que, se as opiniões podem ser diversas, as palavras que as traduzem têm uma única grafia. Atentar contra ela é um erro de português que, em tempos que já lá vão, era normalmente premiado com uma boa palmatoada.
João Marcelino, Director do DN, termina triunfantemente o seu artigo, Cavaco, Eanes e a Boa Fé, dizendo : “se ( referindo-se ao Presidente da República) pensa tudo aquilo que disse, e que o leva até a correr atrás das manifestações de jovens programadas para hoje, porque não demite o Governo?
João Marcelino confunde a conjunção causal porque com a preposição por e o pronome que. Por que não demite o Governo? Custa assim tanto a escrever?
E Nuno Saraiva, o Subdirector, em solidariedade com o chefe, cai no mesmo erro, pelo menos três vezes, no artigo Inconsequente que sou.
Porque incentivou e impôs um acordo entre o PS e o PSD… que, ele próprio, não hesitou em promulgar?
Porque... promulgou, por exemplo, em Abril de 2010, o decreto-lei do Governo que aprovou as bases de concessão do troço de TGV entre Caia e o Poceirão?
E porque não falou Cavaco Silva deste quadro negro em que estamos na campanha presidencial …?
O DN notabilizou-se por ter uma redacção que era um modelo de exigência e de escrita escorreita. E por nela terem feito carreira ilustres e prestigiados jornalistas, verdadeiros mestres da língua portuguesa. Alguns ainda pertencendo à redacção do DN.
Por certo que se sentiram hoje envergonhados, ao lerem a prosa dos Directores do órgão em que trabalharam ou ainda trabalham.

8 comentários:

  1. Ah ah ah ah ah ah ah ah!!!!! :D

    Não compraram o livrinho do estilo, é que parecendo que não dá muito jeito.

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  2. Caro Anthrax:
    Pois seja bem reaparecido!...
    Não, a coisa não vai lá com livrinhos de estilo. O mal é primário, digo, de escola primária...

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  3. Muito obrigada Dr. PC :)

    Mas em boa verdade, o mal é sempre primário. Com ou sem educação escolar à mistura e quem escreve artigos tem a obrigação de verificar os textos.

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  4. Mas, caro Anthrax, para verificar há que ter um padrão. E quando se desconhece o padrão e se vai pelo sonido, como é o caso...acaba por valer tudo.

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  5. Deve ser para poupar nos espaços, assim sempre podem escrever mais...

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  6. e na verdade não há que ser verdadeiramente rigoroso. basta parecê-lo, não é?

    o ciberdúvidas é um mimo de site e tem linguístas a discutir e esclarecer sobre a língua, e não economistas, o que, creio, sempre faz alguma diferença:

    http://www.ciberduvidas.com/pergunta.php?id=19733
    http://www.ciberduvidas.com/pergunta.php?id=193

    (leiam-se as entradas referidas, se lhes der jeito.)

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  7. Boa contribuição para a discussão. E então?
    Diz um dos seus sites:
    Escreve-se por que:
    a)...
    b) Quando por é preposição e o que é pronome interrogativo adjunto: (chama-se adjunto por vir junto dum substantivo, ligado ele pelo sentido). Exemplos: «Por que (= por qual) razão/motivo/causa/pretexto, etc., não vieste ontem?» «Por que (= por quais) livros aprendeste?»
    Por que ...Cavaco.. incentivou e impôs um acordo entre o PS e o PSD… que, ele próprio, não hesitou em promulgar?
    O mesmo se aplica às restantes interrogações.
    Como na matemática, por exemplo, também na construção gramatical das frases existe uma lógica e essa deve ser respeitada. Exemplos de excepções à regra, como de grandes escritores ou de grandes poetas não invalidam a lógica ou a regra. São "liberdades poéticas" que a língua por vezes tolera em razão dos serviços que esses escritores lhe prestaram.
    Noi que respeita ao ciberdúvidas, cuja idoneidade não se contesta, as regras apresentadas não escapam a algumas contradições e a ilogicidades. E Garett, grande escritor,para quem se remete, também usou de liberdades poéticas. O que não admira, pois também foi excelente poeta. E político. E tribuno.
    E talvez também economista...

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  8. Oooopáááááá!

    clAud você é uma melga :S. Mas esse website é realmente muito bom, também o frequento quando tenho dúvidas.

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