sábado, 14 de maio de 2011

Deontologia jornalística no seu esplendor!

Em entrevista de ontem ao DN, e frisando bem que o fazia a título pessoal e como economista, Eduardo Catroga admitiu que a TSU pudesse descer mais 4 pontos percentuais, para além dos quatro pontos que constam do Programa do PSD. Num profundo desrespeito pelo entrevistado, pelos leitores e pela deontologia, o próprio DN titulou: PSD afinal quer cortar TSU até 8%.
Sem lerem o que Catroga disse, mas aproveitando o título, logo os telejornais da RTP, estação dita de serviço público (e também das outras, mas essas não as pago) de imediato aproveitaram o tema e abriram emissões para evidenciar as “contradições” do PSD e para colocar Sócrates e o PS a criticarem o que, a partir desse momento, passou a ser um ponto relevante do Programa do PSD, mesmo sem constar do Programa.
Hoje, o Secretário de Estado do Tesouro, em entrevista ao Expresso, e ao falar do tema privatizações, referiu “não excluir a privatização da RTP” e, nesse contexto, até disse que não fazia sentido privatizar apenas um canal, como diz o PSD.
Trata-se, aqui, sim, de afirmações que contradizem o Programa do PS.
Mas os telejornais ficaram na melhor das calmas. Quando muito, ligeiras referências bacteriologicamente puras para não contaminar o debate.
Critérios jornalísticos do maior rigor e seriedade! E a deontologia jornalística no seu máximo esplendor. Ao serviço de uma manipulação descarada, já nem digo das ideias, mas dos próprios factos. Assim vamos indo.

15 comentários:

  1. Caro Pinho Cardão,

    Os jornalistas e comentadores do regime tudo têm feito para que qualquer vírgula fora do sítio seja tema de intenso debate e faça as capas dos jornais. Isto quando se trata do PSD. Mas quando se trata do PS, é o mais puro dos silêncios!

    Como aqui disse há bastante tempo atrás, quando o semanário do regime (Expresso) apareceu com uma carta a apelar à união nacional, os dados estavam lançados, ou seja ou o PSD calava e comia ou levava uma sova da comunicação social. Num qualquer país normal, a comunicação social abria os telejornais com os números vergonhosos desta governação, com os desperdícios inenarráveis na requalificação de escolas, com as dezenas de parcerias público privadas para construir... hospitais, estradas, etc., com um programa eleitoral do PS impossível de levar à prática, com o programa da Troika, com as comparações internacionais de crescimento económico, etc., etc. Mas o que vemos? Vemos uma comunicação social, sempre, sempre, sempre, sempre a bater no PSD. Até discutem a redução da TSU, como se esta medida não estive no programa da troika,como se o PS não a tivesse que aplicar se chegasse ao poder...

    Caro Pinho Cardão, os interesses são muitos; o que os socialistas fizeram nestes anos é de difícil aceitação; é essencial para estes interesses instalados na sociedade portuguesa evitar que se saiba tudo o que se passou nestes 6 anos de vergonha. A comunicação social tudo fará para que o PS continue no poder, pois sabe que este é o único caminho possível para evitar uma enorme confusão. Como aqui disse, este regime está morto e parece que os interesses instalados ainda não estão preparados para fazer o seu funeral.



    P.S.
    Lembra-se o que a comunicação social do regime fez à Drª Manuela Ferreira Leite? A mensagem dela não passava na comunicação social. Mas quando a Senhora era transportada num carro na Madeira era imediatamente notícia de primeira página... E o que está agora a acontecer? Tenho pena que o PSD tenha voltado a caír nisto e até o Ex.mo Senhor Presidente da República.

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  2. Caro Fartinho da Silva:
    O que diz são verdades como punhos. Os governos PS foram uma verdadeira calamidade e a prova real está no facto de termos que andar a mendigar auxílio externo. Não foi a crise internacional, que nem reflexos teve em Portugal e que passou há muito: todas as economias estão a crescer e a outras nem a sentiram. Foi a incompetência e as políticas erradas que nos trouxeram a falência das contas públicas, o descalabro da economia e o desemprego galopante.
    Claro que muita comunicação social tem culpa nisto. Por ocultação, quando devia informar, e por se prestar à propaganda, deitando ao lixo muitos, ou quase todos os princípios deontológicos da actividade.
    O que referiu da Drª M.Ferreira Leite é exemplar. Como muitos factos de hoje o são.

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  3. Caro Pinho Cardão,

    É o amigo Joaquim a pagar favores. Mas isso é bom, atendendo que o uso dos recursos públicos é livre e sem consequências...

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  4. Os magnatas do capital (donos dos bancos, mas também da comunicação social) querem Estados dependentes - défice e dívida - que lhes asseguram juros extorsionistas.
    Os socialistas asseguram-lhes isso.

    Para que quer um banco negócios com uma empresa que, por ter uma gestão equilibrada não recorre ao crédito?

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  5. Vê-se que já sentem e interiorizaram a derrota que vão sofrer no próximo dia 5.

    Agora é apenas esgrimir contra moinhos de vento!

    Mas esperavam outra coisa?

    Isto é para gente com barba dura!

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  6. Percebe-se perfeitamente porque é que os media dão destaque às declarações de Passos Coelho e ao Programa Eleitoral do PSD quanto à privatização de um canal da RTP e façam vista grossa à declaração do Secretário de Estadodo PS no mesmo sentido: é a defesa dos interesses
    corporativos.

    Aos jornalistas e ofícios correlativos não interessa que se forme um consenso alargado acerca da matéria, que pode ir contra os interesses de muitos membros da classe.

    Eu só não percebo é por que razão o PSD se propõe privatizar um canal e não o grupo todo.

    Um dia será. Até lá correrão dos nossos bolsos mais uns milhões para suportar um luxo.

    Atenção, disse luxo.

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  7. Anónimo15:44

    Meu caro Pinho Cardão, não dou - apostp que pelas mesmíssimas razões que o meu Ex.mo Amigo - o menor valor às declarações do secretário de Estado, como não dou, em absoluto, qualquer crédito ao que o PS e o PM dizem. Tenham estas criaturas a cobertura mediática que tiverem.
    O que me preocupa, e a muitos como eu, são as razões dadas pelo Doutor Catroga para tanta atenção ao que ele diz e pensa, dando de barato que a comunicação social não é, como nunca foi, afecta às ideias que defende e que manipula.
    Porém, sendo Isto conhecido, não seria elementar cautela e evidente sensatez: 1) ter cuidado com o que se diz; b) ter cuidado a quem se diz; 3) ser continente no verbo?

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  8. Anónimo18:15

    Impunemente (porque é de uma vigarice eleitoral organizada e dolosa que se trata), aquele que é o PM que diz defender portugal repete até à exaustão que a intenção do PSD é a de "privatizar a caixa", quando está farto de saber que é de privatizar a parte seguradora. Só por si, o facto de um homem destes conseguir chegar a candidato PM é já um escândalo. Este comportamento representa a mais pura falta de honestidade, de princípios éticos e de moral, valendo absolutamente tudo para atingir os fins: tentar enganar novamente os portugueses com truques nas palavras.

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  9. É de facto muito "curioso" a forma como a imprensa lida com a máquina propagandista. O Quarto Poder está forte e a exercer uma escolha. Veja este exemplo. Impressionante.

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  10. Caro Rui Fonseca,

    Enquanto alguma direita julgar que os nossos problemas são "a defesa dos interesses corporativos.", a máquina populista que tomou conta do Estado, comunicação social, alguns bancos, empresas monopolistas, empresários do regime (alguns ainda nem perceberam o que lhes aconteceu), amplas associações supostamente da sociedade civil, entre outros, continuará no poder a chupar os portugueses até ao tutano sem dó nem piedade. E pode crer que só largarão o poder quando dos portugueses existir apenas o osso. Tomaramos nós que os nossos problemas fossem de natureza corporativa.

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  11. Caro Dr. PC,

    São de facto, absolutamente espantosas as notícias que vão surgindo nos meios de comunicação social. Como tal, decidi não lhes prestar atenção. Aquilo que eu quiser saber acerca dos diferentes programas eleitorais, vou aos respectivos websites, consulto os programas e decido por mim.

    Em tudo isto, há varias coisas que me transcendem e que não consigo explicar, por exemplo, só há poucos dias atrás é que o meu marido percebeu que o actual PM se estava a candidatar novamente ao cargo.

    Ele ficou absolutamente escandalizado (sim, porque isto para a cabeça de um finlandês é demasiado) e veio perguntar-me se os portugueses eram todos parvos. Perguntava-me como é que era possível, desde logo ser legalmente permitido a uma pessoa que conduz um país à ruína financeira, recandidatar-se a um cargo político. Para ele é muito claro que quem faz uma coisa dessas é um criminoso.

    Eu fiquei olhar para ele sem saber o que lhe dizer, porque efectivamente eu também não acho nada normal que, primeiro permitam a recandidatura e segundo que as pessoas ainda votem na criatura. Isto, é um verdadeiro hino à desonestidade, à falta de integridade, à falta princípios e de valores.

    Sejamos francos, em qualquer país civilizado esta criatura tinha ido ao ar no momento em que surgiu o escândalo das suas habilitações académicas. E a questão aqui não era ter ou não ter habilitações académicas. O que estava em causa era a honestidade e a integridade.

    Portanto, quem vota numa pessoa que revela estas características, ou é intelectualmente limitado (o que não é assim tão parvo quanto isso), ou se revê naquelas características (o que é bastante mau), ou as duas coisas uma vez que uma não exlui a outra. Aliás os baixos níveis educacionais e culturais, estão directamente relacionados com a manifestação do autoritarismo.

    Lamentavelmente as pessoas são burras e só aprendem quando passam por determinadas situações, daí que eu seja a favor da bancarrota total e contra qualquer ajuda financeira. Portugal é um país mal frequentado e isto tem de acabar.

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  12. Cara Anthrax:
    Tomei a liberdade de publicar no 4R, em texto autónomo, parte deste seu pertinente e oportuno comentário, com o título A pperplexidade de um finlandês.
    Como eu o compreendo!

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  13. Caro Dr. PC,

    Esteja à vontade. Ele ficou mesmo, mesmo perplexo. E posso garantir-lhe que não é o único finlandês assim.

    Por exemplo, o meu professor de finlandês está arrependidíssimo de ainda não ter pedido a dupla nacionalidade, exactamente, para poder votar agora.

    A percepção que está a começar a passar agora para os finlandeses (na finlândia), é a de como já há dinheiro outra vez então o PM volta a candidatar-se que é para continuar a gastar dinheiro. E a ideia que eles começam a ter é a de que, eles fartam-se de trabalhar que é para depois andarem a sustentar as pessoas daqui que não fazem nada.

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  14. Caros Anthrax e PC,

    E o que é mesmo triste, é que os Finlandeses estão cheios de razão. Há muitos portugueses que, entre adoptar já sacrifícios estruturantes ou deixar andar mais uns anos e “depois logo se vê…”. Preferem claramente a 2ª opção. Temos pelo menos 1/3 dos votantes que garantidamente votará Sócrates. Como é possível?

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  15. Olhe Fean, pois possível, é.

    Se considerar que a maior entidade empregadora em Portugal é o Estado português é natural que os seus empregados não estejam muito abertos à ideia dos "sacrificios estruturantes".

    É inevitável, mas como assim como assim os programas eleitorais não são vinculativos, então depois aquele que ganhar faz o que lhe der na real gana independentemente do que andou a dizer durante a campanha.

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