quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Grécia abandona o Euro: Cenário de Terror...

1. Nestes dias de frenética agitação em torno de um possível “break-up” da zona Euro, com muitos investidores, nomeadamente asiáticos, a desfazerem-se de dívidas soberanas europeias com excepção da Alemanha – a segurança máxima, por definição – será interessante apreciar as consequências possíveis do cenário “saída da Grécia do Euro”, que tem sido o mais aventado...
2. Esse cenário, que irei apresentar sintéticamente, desenvolver-se-ia de forma sequencial, avisando desde já que a leitura dos pontos 4 e seguintes não é recomendável a pessoas que padeçam de insuficiências cardíacas ou de hipertensão...
3.Não vou entrar na questão de saber se a saída do Euro implica tb o abandono da União Europeia, como parece ser a opinião jurídica mais consistente, uma vez que essa circunstância apenas agravaria as perspectivas, reforçando a nota de Terror deste cenário.
4.A 1ª etapa deste cenário consistiria na decisão do Governo grego de avançar, ainda sem confirmação, para a saída, começando de imediato os rumores sobre o tema e o consequente levantamento de dinheiro (notas) dos bancos gregos por particulares, as empresas ordenam transferências de fundos para contas no exterior. Os financiadores externos de empresas sediadas na Grécia cancelam as linhas de crédito, os bancos gregos são forçados a suspender a actividade por falta de recursos...
5. 2ª Etapa, o Governo grego reúne de emergência, anunciando o regresso ao drachma, impondo controlos de capitais, incluindo o controlo das saídas de dinheiro (notas e outros valores) através das fronteiras. A dívida pública é redenominada para drachmas, o valor externo do drachma cai a pique, a inflação dispara...
6. 3ª Etapa, começam as disputas jurídicas para saber, por exemplo, se um empréstimo que tenha sido concedido por um banco alemão à Filial grega de uma multinacional alemã, passa a ser denominado em drachmas ou se continua ser denominado e exigível em drachmas...se o entendimento for no sentido do drachma, então o banco alemão passa a ter um sério problema pois o seu activo passará a valer muito menos...
7. 4ª Etapa, aparecem fenómenos de contágio, pois os cidadãos portugueses, italianos e outros, pensando que o mesmo pode acontecer no seu País, começam também a fazer levantamentos em massa das suas contas bancárias e as empresas transferem fundos para o exterior enquanto é tempo, colocando a banca entre a espada e a parede, forçando alguns bancos (para começar) a suspender a actividade...
8.5ª Etapa, espalha-se a confusão acerca da magnitude da exposição dos bancos europeus em geral ao sector privado da periferia atingida pela brutal crise de confiança, pelo que as transacções entre bancos são suspensas, as acções representativas do capital dos bancos, já muito depreciadas, tombam vertiginosamente...
9.6ª Etapa, em resposta a uma entrada maciça de capitais, a Suíça decide impor taxas de juro negativas aos depósitos de não-residentes...
10. 7ª Etapa, o crédito concedido pelos bancos por toda a zona Euro fica praticamente paralisado, a economia entra em abrupta recessão...
11. Não me vou estender mais, esclareço que este “Cenário de Terror” não é criação minha, foi publicado na edição do F. Times de 8 do corrente, num interessantíssimo artigo assinado por Robert Jenkins, membro do ínterim Financial Policy Commitee do Bank of England...para quem queira ler, o título do artigo é “Greece will restructure but it must do so within the Euro”.
12.Pela minha parte, direi apenas mais o seguinte: vai ser preciso termos todos (europeus) muito “juizinho”, pois apesar de não ser certo/garantido, a simples possibilidade deste Cenário se verificar é de molde a deixar-nos os cabelos em pé...

25 comentários:

  1. É um cenário de guerra, mas o facto é que esta palavra já começa a aparecer com alguma frequência.

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  2. Anónimo20:29

    Caro Tavares Moreira, o desfasamento temporal que aponta nos seus pontos 4 e 5 parece-me um pouco forçado. Normalmente aquando de situações deste cariz os governos decidem e actuam imediatamente, decretando feriado bancário dum par de dias precisamente para prevenir o que elenca no seu ponto 5. Daqui que acredito que grosso modo suceda o que está dito no seu post com esta pequena nuance: o governo Grego decide e actua imediatamente.

    Já agora permita-me uma perguntinha capciosa. Que probabilidades dá a que a Grécia se mantenha no Euro? Bem, poder-se-ia perguntar também quanto à existencia da moeda única nos seus moldes actuais mas isso é outro assunto.

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  3. Para já, uma guerra de preços de dívida soberana, cara Suzana, mas pode ser que aqueça um pouco mais...
    Já faltou mais...

    Caro Zuricher,


    A sua pergunta nada tem de capcioso: atribuo neste momento uma probabilidade de 50%...
    Mas olhe que já atribuí menos...

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  4. Dra. Tavares Moreira
    Também li o artigo e desejei ser ficção, é bastante assustador. É preciso termos todos, como refere, muito juizinho, o que tem faltado...

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  5. Exactamente, cara Margarida, todos precisamos de muito "juizinho", em conjunto e individualmente...
    O que, convenhamos e como bem sabe, tem faltado - a "nós" muito em particular - ao longo de anos a fio...então nos últimos 6 anos!...

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  6. Caro Dr. Tavares Moreira, ou não li bem, ou o referencial à moeda no ponto 6 - 3ª etapa, repete-se.
    Este cenário suscita-me uma primeira reflexão; mas que raio de organização é esta União Europeia que pode ser tão fortemente afectada pela incapacidade de um dos seus membros se governar?
    Mas esta União Europeia, não soube criar mecaninsmos de protecção contra eventuais situações como a que está a acontecer com a Grécia?
    Mas esta União Europeia, quando se formou, não constituiu fundos de emergência capazes de garantir a sustentabilidade de países membros que pudessem sofrer acidentes de percurso?
    Então Esta União Europeia, verifica-se afinal, que é mais frágil unida, que separada. Porque se separada, continua a haver Europa, continua a haver economia europeia, continua a haver segurança europeia e não ha contágio de dimensão incalculável se um dos países vir a sua moeda desvalorizada porque a sua produção interna baixou e ainda, porque se um determinado país, pertencente ao continente europeu, adoptar políticas de não desenvolvimento económico e de não apoio ao empreendedorismo e ao investimento privado, também não obtem qualquer tipo de crédito. A banca internacional "não papa grupos", não é verdade, caro Dr. Tavares Moreira?
    Então... não estou a ver qual é o drama,quer seja drachma, escudo, lira irlandesa, ou peseta, já quanto ao marco, ao franco, ao xelim, ao florim, etc... Isso aí é que já tenho dúvidas...

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  7. Caro Bartlomeu,

    Leu e viu muito bem, trata-se de um "lapsus calami" evidente, a segunda referência deve ler-se Euros e não drachmas!
    E tb me faltou acrescentar - neste caso a falta foi deliberada para não alongar demasiadamente o texto - que no caso do crédito continuar a ser expresso em Euros, o problema passaria a ser da Filial instalada na Grécia, que teria futuramente de servir uma dívida em Euros com cash-flows em drachmas, muitíssimo desvalorizados...que dor de cabeça para a respectiva gestão financeira!

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  8. Pois é, caro Dr. Tavares Moreira, o que faria com que, neste hipotético cenário, deixasse de fazer qualquer sentido, a existência de alta finança para metade dos países europeus.
    E quanto aos mercados asiáticos e aos petro-dolars?
    É que, pouca gente pensa que as sustentabilidades das economias mundias, estão directamente dependentes da fortaleza das suas moedas. E que, todas as economias se confrontam e tentam, mesmo que dissimuladamente enfraquecer a sua oposta, por forma a dominar os mercados.
    Ora, como "isto" não é uma fita magnética de gravação em que seja possivel carregar na tecla do "erase" e a seguida na tecla do "rewind"... vamos ter de ir fazendo regravações, sobre regravações, até que a fita se quebre.
    Salvo opinião mais eficaz...

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  9. Onde, como e quando se pode arranjar uma Offshore, segura, num qualquer paraíso fiscal??

    Alguém sabe?

    Perante este cenário esta pararece-me ser a única alternativa, segura.

    Preciso salvar as magras poupanças

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  10. Se as poupanças que pretende salvar, forem REALMENTE magras, não perca tempo a procurar pela offshore, cara Margarida.
    Nesse caso, aquilo que lhe aconselho é que invista em vestuário de qualidade, assim, quando a crise se agudizar, terá o privilégio exclusivo, de não andar despida.

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  11. Caro Bartolomeu,

    No Cenário que nos serve de referência, a alta finança confunde-se, inexoravelmente, com a baixa e a muito baixa!
    Esse mesmo Cenário, caso se concretizasse - longe vá o agoiro - seria execelente tema para o libreto de uma ópera trágica "Il Euro, la moneta maledetta", a estrear, com grande estrondo, no Scalla de Milão!

    Cara Margarida,

    Invista em terra arável, como tem feito, com grande intensidade nos últimos tempos, o nosso ilustre conhecido, grande cidadão e patriota Ponte Zeferino, que o nosso amigo e comentador Bartolomeu adoraria conhecer, tenho a certeza!
    Falariam sobre agricultura uma tarde inteira e não lhes sobraria tempo!

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  12. Pois!!! Tem toda a razão, caro Dr. Tavares Moreira... esse seria o palco ideal para a estreia... até ver.
    ;))))

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  13. Ponte Zeferino?
    Não tive ainda a Honra e o privilégio de conhecer tal personagem...
    ;))))

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  14. Pois muito bem, meu Caro Bartolomeu, quando conhecer o insigne cidadão Ponte Zeferino, e tiver oportunidade de com ele trocar impressões, estou certo de que vai dar por bem empregue o seu tempo...
    Dificilmente conhecerá pessoa que saiba mais de agricultura - mas de agricultura prática, no terreno, não teórica, de gabinete...E um mesmo tempo um conversador admirável...
    E olhe que não é uma pessoa assim tão desconhecida, foi Secretário de Estado Adjunto de Ferreira do Amaral, no tempo em que as grandes Obras Públicas eram realizadas e financiadas com pés e cabeça...
    Concordam, Margarida e Pinho Cardão?

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  15. E por falar em conversas de agricultura, estamos fechados para dia 26? Ou o caro Bartolomeu já anda a engendrar outras datas?

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  16. Caro Tonibler,
    Para dia 26, anunciei e convidei todos os meus Amigos, para apresentação de um vinho(apadrinhada por mim), que decorrerá entre as 16 e as 18 horas do dia 26 de Novembro e terá lugar na área do Palácio do Morgado, reservada a exposições, em Arruda dos Vinhos.
    Apezar da enorme honra, que será para mim, a presença de todos, este "evento" não está relacionado com o almoço proposto pelo caro Dr. Tavares Moreira, a decorrer em datas a acertar, entre 30 de Novembro, 7 e 14 de Dezembro e que decorrerá no restaurante Kottada, localizado nos arredores de Arruda dos Vinhos e que faz parte de um complexo hipico, muito simpático.
    Portanto, estão em aberto dois fortes motivos de reunião e que seguramente darão lugar a bons momentos para confraternização, dado que, após a apresentação do vinho, de seu nome "Spiritus", poderemos aconchegar os estômagos e dar continuação à conversa, à mesa do "Morgado" que é um restaurante inserido no mesmo espaço.
    Que tal?

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  17. Dr. Tavares Moreira
    Um excelente conselho! O nosso amigo José Pontes Zeferino é a pessoa indicada para aconselhar o investimento na agricultura. É um poço sem fundo de sabedoria, não daquela sabedoria pacóvia de quem fala muita coisa mas que nunca sujou as mãos na terra...

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  18. Ah!!!
    Então existe realmente o cidadão a quem o caro Dr. Tavares Moreira fazia referência...
    Sou mesmo parvinho. Convenci-me que era brincadeira do nosso caro Amigo Tavares Moreira, a meter-se comigo por causa da agricultura.
    Nesse caso, vou ter o maior desejo de o conhecer e ter oportunidade de acrescentar os meus rudimentares conhecimentos agrículas.
    E a cara Drª. Margarida, vai puder juntar-se à tertúlia, nos eventos?

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  19. Caro Bartolomeu,

    Pode meter aqui o seu mail? Sei que meteu num sítio qq e já não encontro...

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  20. Caro Bartolomeu
    Pode ajudar-me? É que estou perdida: tertúlia, eventos?

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  21. Caro Tonibler, o meu mail pessoal, é:
    m.frederico.52@gmail.com

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  22. Cara Dr. Margarida,
    Tenho a honra de a convidar, assim como aos restantes autores e comentadores quartarepublicanos a estar presente, na área de exposições do Palácio do Morgado, Em Arruda dos Vinhos, entre as 16 e as 18horas, onde decorrerá a apresentação (apadrinhada por mim) de um novo vinho denominado "Spiritus".
    O segundo evento tem a ver com a realização de um almoço, proposto pelo caro Dr. Tavares Moreira, a decorrer em datas a acertar, entre 30 de Novembro, 7 e 14 de Dezembro e que decorrerá no restaurante Kottada, localizado nos arredores de Arruda dos Vinhos e que faz parte de um complexo hipico, muito simpático.
    Portanto, estão em aberto dois fortes motivos de reunião e que seguramente darão lugar a bons momentos para confraternização, dado que, após a apresentação do vinho, de seu nome "Spiritus", poderemos aconchegar os estômagos e dar continuação à conversa, à mesa do "Morgado" que é um restaurante inserido no mesmo espaço.
    Que tal?
    ;)

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  23. Cara Margarida C. Aguiar,

    Já percebi que me equivoquei quando lhe atribuí o comentário em que a Margarida (outra Senhora, afinal) suplica um conselho sobre a aplicação das magras poupanças - relevar-me-á em especial a ousadia de ter suposto que é detentora de magras poupanças - e avancei a sugestão de investimento em terra arável, seguindo o exemplo do nobilíssimo e insigne cidadão, nosso preclaro amigo Ponte Zeferino!...
    E, deste modo, acabei por enredá-la numa teia de comentários em que o nosso amigo Bartolomeu tem assumido um papel central!
    Julgo que a melhor solução para este imbróglio que arranjei, sem qq intenção, consistirá em promover um encontro com Ponte Zeferino, o Pinho Cardão, a Margarida C. Aguiar, o Bartolomeu e mais alguns virtuosos comentadores do 4R (nunca esquecendo Tonibler, evidente)...
    Acontece que no próximo dia 26 não estarei por estas bandas, tenciono encontrar-me por V. N. Famalicão, distrito de Braga, pelo que não me será possível, com imensa pena, aceitar o desafio do Bartolomeu...
    Teremos de encontrar uma solução de calendário mais compatível...

    Caro Bartolomeu,

    Na resposta que acabei de enviar para a Margarida C. Aguiar já vai tb uma mensagem para o meu Amigo...
    Não desistirei de lhe proporcionar um encontro com o mais-do-que-famoso Dr. Ponte Zeferino, agricultor, dono de superiores qualidades pessoais e profissionais, além de abastado proprietário alentejano e algarvio...

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  24. Não sei...não sei...caro Tavares Moreira...Acho que condição prévia para esse encontro seria forçar o Dr. Pontes Zeferino a ler o 4R, coisa que nunca fez...Donde lhe vem um insuperavel défice cultural...Portanto, proponho que o meu amigo o introduza numa sessão de formação em blogologia. Pagando ele as lições, claro está. E até porque já tem boa idade para isso(para saber e para pagar)!

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  25. Muito bem, caro Pinho Cardão, proponho então que realizemos uma vídeo-conferência com Ponte Zeferino e Margarida C. Aguiar, para aclaramento das questões suscitadas, podendo Bartolomeu e Tonibler, pelo menos, serem convidados para assistirem à sessão...
    Que tal?

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