segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Problema da Grécia, de Portugal e da Europa é, afinal, político...ufa, que alívio!

1.São cada vez mais os comentadores nacionais, sempre bem informados, esclarecidos e opinando com bastante segurança, revelando que este tremor em que a zona Euro tem estado e continua mergulhada faz cada vez menos sentido, que deve ser resolvido rapidamente pois se trata de um problema essencialmente político...
2.Ainda ao abrigo dessa análise, a responsabilidade por esta situação não é apenas nem principalmente dos países mais incumpridores da disciplina financeira e económica, é fundamentalmente dos líderes europeus que se têm mostrado incapazes de encontrar fórmulas globais e adequadas, de carácter político obviamente, para colocar um ponto final nesta inaceitável crise...
3.A esta mesma luz, a Grécia e Portugal em especial (da Irlanda não é conveniente falar) são agora vistos como os “bons da fita”, as vítimas inocentes da incompetência dos líderes europeus, prontos para serem imolados no altar dos egoísmos de Bruxelas, sujeitos a um tratamento quase desumano e intolerável...
4.Há assim que repensar todo o esquema estrangulador das economias do sul da Europa, sujeitas a um programa de saneamento que é mais um espartilho do que uma ajuda, que acabará por liquidar o paciente em vez de lhe restituir a saúde económica e financeira...
5.Aguardam-se pois sugestões quanto às soluções alternativas para os programas em vigor – soluções políticas, globais e adequadas, convém reiterar – que trarão de volta o bem-estar destas populações seriamente ameaçado por programas financeiros mal concebidos e ainda pior executados, que ameaçam a nossa sobrevivência económica...
6.Pela minha parte, acrescentarei apenas “ufa, que alívio!”, pois estava até agora convencido (i) que teríamos que pagar as dívidas que durante anos a fio fomos acumulando de uma forma quase demencial, (ii) que teríamos de “apertar o cinto” para reduzir o insustentável desequilíbrio externo da economia, (iii) que precisávamos de corrigir seria e urgentemente o brutal excesso de despesa pública que nos obriga a pagar impostos cada vez mais elevados e na minha errada análise tem contribuído para asfixiar a economia, etc, etc...
7.Finalmente e felizmente vem aí uma solução política (global e adequada) que nos vai aliviar desta enorme pressão em que temos vivido, encontrando fórmulas mágicas de pagar as nossas dívidas, restaurar a competitividade perdida, aumentar as exportações e reduzir as importações sem termos de contrair a despesa e o consumo em especial...quiçà mesmo permitir retomar o programa de grandes obras públicas, para "dinamizar a economia".
8.Só espero que comecem também rapidamente a reduzir as taxas dos impostos, pois não acredito que nessa bem-vinda solução política não haja lugar para impostos muito mais baixos do que aqueles que hoje temos de suportar...
9.Ufa, que alívio!

8 comentários:

  1. Mas já alguém estudou o efeito do aumento dos impostos nas receitas fiscais sem ser pela mera aritmética de taxa x volume de negócios?

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  2. Mas alguém duvida que a manutenção de diferenciais brutais de rendimentos afecta a produtividade da economia Portuguesa?

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  3. Mas alguém duvida da consciência crítica de Frei Fernando Ventura?

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  4. Mas alguém duvida que os responsáveis próximos e longínquos de um país albardado na corrupção não podem ser os que tirarão Portugal deste poço fundo em que nos colocaram?

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  5. Estamos a falar da solução integrada com uma visão holística e capaz de garantir estruturalmente o crescimento sustentado e o saneamento das contas públicas? E os americanos dão-nos assim umas ogivas nucleares sem mais nem menos?

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  6. Anónimo15:15

    Caro Tavares Moreira, começo a tremer. E a tremer muito. Figurativamente, claro. Mas ainda assim...

    É que quando ouço falar demasiado em política e de menos em técnica (e esta é uma questão iminentemente técnica do domíno da economia mas também da sociologia e outras relacionadas com o comportamento humano) vejo o abismo aproximar-se a passos largos. Será o caso?

    Os desastrados políticos Europeus já conseguiram promover uma união contra-natura, uma moeda contra-natura. Qual será o passo seguinte...

    (este meu post é essencialmente retórico, convenhamos)

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  7. Caro (c) P.A.S.,

    Da consciência crítica de Frei Fernando Ventura não me atrevo a duvidar, com certeza...mas poderei saber, caso não veja nisso inconveniente, até que ponto essa consciência pode ajudar-nos a ultrapassar esta aflição?

    Caro Tonibler,

    Creio que mais uma vez acertou na "mouche"!
    Confesso que me tinha faltado essa componente essencial da solução, a "integrada", que completa, na perfeição, a "global e adequada"!
    Assim ficamos ainda melhor protegidos!
    Quanto aos americanos, eles farão agora tudo para salvar o Euro, depois de terem tentado destrui-lo, de acordo com a penúltima versão desta mesma tese "política"!

    Caro Zuricher,

    Partilhamos a mesma "angústia", o que de pouco nos serve, devo admitir...
    Confesso-lhe que uma das coisas que mais me impressiona é que não vejo qq diferença, no fundamental, entre esta atitude ou teoria que por aí se vai desenvolvendo, quanto à essência política deste problema e a euforia "bacoca" que acompanhou o lançamento do Euro...
    No fundo, bem no fundo, está sempre o desvelado equívoco acerca do que, para a gestão de uma economia, implica a participação numa zona monetária de moeda forte!

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  8. http://avancando.blogspot.com/2011/11/silogismos.html

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