sexta-feira, 26 de abril de 2013

INADIMPLÊNCIA - Nova política económica?

1. Depois do "crescimento" à força bruta de endividamento e de dinheiro mal gasto, que no final da sua fase mais delirante nos atirou para a fronterira da bancarrota que só não transpusemos graças ao famoso (e agora renegado) resgate financeiro, depois da Consolidação Oçamental que o PAEF consagrou na sequência daquele resgate, entretanto convertida na tão anatematizada Austeridade, depois do Crescimentismo de que só começamos a sentir um "cheirinho" e em versão oral...
2....eis que uma nova política económica nos é apresentada, associada a um projecto de libertação do "jugo" dos credores, e que se pode resumir numa palavra muito popular no Brasil: a INADIMPLÊNCIA, correspondente ao étimo português Inadimplemento (não cumprimento de um contrato).
3. No Brasil a palavra INADIMPLÊNCIA é utilizada correntemente na gíria bancária, falando-se por exemplo de "taxa de inadimplência" ou de "grau de inadimplência" para significar a mesma coisa que entre nós com a expressão " nível de crédito mal-parado" ou "nível de crédito em mora" ou ainda "crédito vencido"...
4. Pois bem, parece que num inspirado Congresso que reune este fim-de-semana, a ideia da INADIMPLÊNCIA foi apresentada por alto responsável partidário (tendo merecido ampla saudação) como solução para os problemas financeiros do Estado Português, traduzindo uma ideia bastante simples e inspiradora: se estamos em dificuldades para pagar a dívida pública, para quê pagar? Porque não, em alternativa saudável e merecedora dos maiores encómios, simplesmente não pagar, repudiar a dívida?
5. Nada mais lógico, dirão os leitores deste Blog...com certeza, direi eu, mas...
6. ...mas, para ser devidamente enquadrada nos princípios fundamentais que inspiram a força política a que pertence o alto responsável que teve o mérito de avançar esta proposta - ÉGALITÉ e FRATERNITÉ - o "direito" de não pagar não pode ser exclusivo do Estado: qualquer cidadão ou sociedade que, estando muito endividado/a não esteja nas melhores condições para pagar as suas dívidas, bastando para tal que confesse a sua "impotência adimplente", deixará de ser obrigado/a a pagar...
6. O direito universal à INADIMPLÊNCIA passaria assim a constituir a espinha dorsal da nova política económica, libertando a capacidade produtiva das empresas dos constrangimentos financeiros, desobrigando os cidadãos da obrigação de pagar os impostos sempre que isso lhes cause sérios transtornos financeiros, podendo dinamizar a economia com os seus rendimentos libertos da opressão dos credores, o próprio crédito bancário ficaria muito mais fácil, acessível e barato...
7. Quem sabe se este dia não vai ficar para a história da política económica portuguesa com a descoberta de uma nova aurora económica, um sol finalmente a despontar no horizonte. graças à revolução da INADIMPLÊNCIA?
8. Estou bastante esperançado que nas conclusões deste Congresso à tese da INADIMPLÊNCIA, como nova base para a definição da política económica, seja dado o relevo que a mesma indiscutivelmente merece. Ficava-nos mesmo bem o título de República da Inadimplência...os brasileiros iriam adorar...

6 comentários:

  1. Ou seja; República dos caloteiros! Uma ideia brilhante, sim senhor!

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  2. Anda por aí muita conversa de CONTRIBUINTE PARVO
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    -> O Contribuinte Parvo INSISTE em dar 'carta branca' aos políticos... quando... a experiência mostra que os políticos honestos (que existem de facto!)... não dão, claramente, conta do recado!...
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    -> Os Parolizadores de Contribuintes (políticos e não só) falam em novo governo... blá, blá, novo governo... blá, blá, novo governo... [vulgo, 'vira-o-disco' e toca o mesmo: um sistema muito permeável a lobbys]... procurando desviar a conversa daquilo que é cada vez mais óbvio: quem paga (vulgo contribuinte) deve ter acesso a mecanismos de fiscalização cada vez mais eficazes das contas públicas!
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    --->>> É necessário uma campanha para motivar os contribuintes a participar... leia-se, votar em políticos, sim, mas... não lhes passar um 'cheque em branco'... leia-se: para além do «Direito ao Veto de quem paga» (ver blog «fim-da-cidadania-infantil»).... é urgente uma nova alínea na Constituição: o Estado só poderá pedir dinheiro emprestado nos mercados... mediante uma autorização expressa do contribuinte - obtida através da realização de um REFERENDO.
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    P.S.
    -> Todos pudemos assistir a uma incrível e monumental campanha [nota: a superclasse (alta finança - capital global) controla a comunicação social] no sentido de ridicularizar todos aqueles que eram/são contra o 'viver acima das possibilidades'... isto é, uma campanha no sentido de ridicularizar todos aqueles que eram/são anti-endividamento excessivo; um exemplo: no passado, Manuela Ferreira Leite foi ridicularizada por ser uma ministra anti-deficit-excessivo; e mais, chegam a retratar o contribuinte alemão (que recusa ser saqueado) como novos fascistas/nazis...
    -> O discurso de qualquer 'cão/gato' anti-austeridade tem logo direito a amplo destaque... [nota: a superclasse (alta finança - capital global) controla a comunicação social].
    --->>> Um afrouxamento no controlo rigoroso das contas públicas (fim da austeridade)... proporciona oportunidades para a superclasse... isto é, ou seja, com tal afrouxamento, a superclasse (e suas marionetas) passam a poder 'CAVAR BURACOS' sem fim à vista: BPN's, PPP's, SWAP's, etc...
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    P.S.2.
    -> Depois de 'cozinhar' o caos... a superclasse aparece com um discurso, de certa forma, já esperado!... Exemplo: veja-se a conversa do mega-financeiro George Soros: «é preciso um Ministério das Finanças europeu, com poder para decretar impostos e para emitir dívida»
    -> Como o contribuinte alemão está firme... o mega-financeiro George Soros defende agora um Euro sem a Alemanha... para que... a superclasse possa PROLONGAR O FESTIM proporcionado por países a endividar-se excessivamente (países a viverem acima das suas possibilidades).
    Nota: a firmeza do contribuinte alemão (não cedendo à pressão exercida internacionalmente...) é fundamental para salvar a Europa!!!
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    P.S.3.
    -> Um caos organizado por alguns - a superclasse (alta finança - capital global) pretende 'cozinhar' as condições que são do seu interesse:
    - privatização de bens estratégicos: combustíveis... electricidade... água...
    - caos financeiro...
    - implosão de identidades autóctones...
    - forças militares e militarizadas mercenárias...
    resumindo: uma Nova Ordem a seguir ao caos - uma Ordem Mercenária: um Neofeudalismo.
    {uma nota: anda por aí muito político/(marioneta) cujo trabalhinho é 'cozinhar' as condições que são do interesse da superclasse: emissão de dívida e mais dívida, IMPLOSÃO DA IDENTIDADE AUTÓCTONE, etc}

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  3. Relativamente ao congresso em causa eu teria posto uma faixa à entrada a dizer "Mais vale estar calado e lançando a suspeita de que é parvo, que abrir a boca e apresentar a prova". Chiça, não consigo ouvir mais de 1 minuto.

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  4. havia um ditado amplamente socializado:

    'segurem-me ou faço uma desgraça!'

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  5. Caro Tavares Moreira,

    A moral de um estado é diferente da moral de um individuo.

    O estado tem como moral a defesa dos interesses da grande maioria dos seus sócios, os cidadãos desse estado.

    Nesse enquadramento verifica-se que os estados recorrem com alguma frequência à renegociação ou até repudio de parte das suas dividas.

    No caso português é obvio que teremos de renegociar a bem ou a mal (em desacordo com alguns credores) os juros, prazos e no limite o capital das dividas.

    Só não seria assim , caso o estado português através do seu governo tivesse uma estratégia de desenvolvimento económico com resultados excepcionais.

    Como se pode verificar por estes 22 meses, este governo e no seguimento dos governos desde 1991, não faz ideia nenhuma do que fazer em matéria de desenvolvimento económico.

    A raiz desta incapacidade radica em grande parte no fraquissimo conhecimento por parte dos economistas "ortodoxos" dos mecanismos economicos que levam ao crescimento económico de um sistema capitalista com crédito , especialmente no actual regime de comercio livre internacional e de moeda externa sobrevalorisada.

    Tal como há 100 anos , a ciencia económica continua a recusar seguir os metodos de uma ciencia.

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  6. Caro António Barreto,

    É mais ou menso isso, um Estado Caloteiro, promovendo o caloteirsmo com o forma de vida!
    Embora com a variante do sotaque brazileiro, daí a "INADIMPLÊNCIA"!

    Caro Tonibler,

    Conseguir ouvir/ver mesmo que apenas por 1 minuto já envolve risco de cair muito próximo da demência! Acautele-se!

    Caro menvp,

    Mas que pastelada que o ilustre Comentador para aí arranjou! Parece um "outdoor" do BE, inclinado a 180 graus!

    Caro Paulo Pereira,

    Desta vez é muito simples: 100% em desacordo! Na primeira oportunidade falaremos!

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