quarta-feira, 22 de abril de 2015

O Programa do PS e a insustentável leveza do abstracto.

"O mote está dado por Graça Franco, ou por Pedro Santos Guerreiro. Celebre-se e elogie-se a alternativa em abstracto. Pouco importa se, em concreto, a alternativa política é exequível ou mesmo apenas sensata.É neste tipo de terreno acrítico que proliferam as falsas alternativas políticas. 
Não aprendemos nada com o que se passou entre 2009 e 2011? Nada aprendemos com o que se está a passar na Grécia em 2015. O Syriza também tinha uma alternativa que o distinguia da Nova Democracia, de igual modo elogiada pelas Graças Franco e Pedros Santos Guerreiro locais.
Sabemos o que se seguiu e, pior, o que pode vir a seguir".
Paulo Gorjão, no Bloguítica 
Ora aí está!

6 comentários:

  1. Que grande confusão!

    Da “alternativa em abstracto” passa para 2009 e depois para a Grécia.
    A “Alternativa” como lhe chama em abstracto do Cenário Económico apresentado pelo PS é tão em abstracto como a “Não Alternativa” apresentada pelo governo com o nome de Programa de Estabilidade. O grau de incerteza de qualquer das duas não deve deferir muito.

    Quanto ao recuar a 2009/2011 bem, bom seria que tivéssemos uma dívida de 94,0% do PIB (2010) e não de 130,4% como temos hoje;
    Bom seria que tivéssemos uma taxa de desemprego de 10,8% e não de cerca de 20,0% como afiança o FMI;
    Bom seria que a riqueza nacional fosse de 179.930 milhões de euros e não apenas 173.053 como temos hoje.
    Bom seria que não tivéssemos tanta pobreza como temos hoje;
    Bom seria que não tivéssemos mortes sem atendimento nas urgências dos hospitais;
    Bom seria que tivéssemos uma despesa com juros da dívida pública de 4.896 milhões de euros e não de 8.580 milhões de euros como temos hoje;
    Bom seria que tivéssemos uma dívida externa líquida de 82,7% do PIB e não de 104,5% como temos hoje;
    Bom seria que o Investimento(FBCF) não regredisse de 36.938 milhões de euros para os 25.900 que temos hoje;
    Bom seria que não tivéssemos destruído tanto emprego, passando de 4.898 mil empregos para 4.429 mil;

    Enfim, haja decência!

    ResponderEliminar
  2. Caro Carlos Sério:

    Creio que será dos primeiros comentários do meu amigo que ficará sem resposta. Nesse caminho de demagogia infrene não me tem como parceiro.

    ResponderEliminar
  3. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  4. Caro Dr. Pinho Cardão:
    Será por causa da demagogia do Carlos Sério que não lhe responde?
    Duvido.
    É que há dados objectivos difíceis de contestar.
    E que contrariam o idílico cenário - e agora não poderei aplicar o habitual termo cor-de-rosa mas direi - laranja que normalmente aqui encontramos.
    Já quanto aos números (seleccionados a dedo) do sucesso económico resultante de um crescimento de 1,64% negativo do PIB, apresentados amiúde por outro posteiro do 4R, aí nunca o senhor encontrará demagogia alguma.
    Se calhar o nosso problema deve ser analisado com vistas mais largas.
    Porque razão desde 1970 o nosso PIB cai sempre, década a década.
    1961 a 1970 – 5,81
    1971 a 1980 – 4,99
    1981 a 1990 – 3,67
    1991 a 2000 – 3,14
    2001 a 2010 – 0,75
    2011 a 2014 - –1,64 neg.
    Identificar as razões e tentar actuar nos factores.
    Não fazer uma guerra mesquinha e permanente, de natureza político-partidária, tentando encontrar o único e exclusivo culpado.

    ResponderEliminar
  5. Caro Pinho Cardão, quanto às políticas do «Centrão» atentemos nalgumas opiniões mais abalizadas:

    Chris Gupta: "A constituição de uma «Democracia Representativa» "consiste na fundação e financiamento pela elite do poder de dois partidos políticos que surgem aos olhos do eleitorado como antagónicos, mas que, de facto, constituem um partido único. O objectivo é fornecer aos eleitores a ilusão de liberdade de escolha política e serenar possíveis sentimentos de revolta..."


    Dr. Stan Monteith: "De há muito, o principal problema da vida política americana tem sido tornar os dois partidos congressionais (o partido Republicano e o partido Democrata) mais nacionais. O argumento de que os dois partidos deviam representar políticas e ideias opostas, uma, talvez, de Direita e a outra de Esquerda, é uma ideia ridícula aceite apenas por teóricos e pensadores académicos. Pelo contrário, os dois partidos devem ser quase idênticos, de forma a convencer o povo americano de que nas eleições pode "correr com os canalhas", sem na realidade conduzir a qualquer mudança profunda ou abrangente na política."


    George Wallace (foi candidto a Presidente dos EUA):

    "... não existe diferença nenhuma entre Republicanos e Democratas." ... "... A verdade é que a população raramente é envolvida na selecção dos candidatos presidenciais; normalmente os candidatos são escolhidos por aqueles que secretamente mandam na nossa nação. Assim, de quatro em quatro anos o povo vai às urnas e vota num dos candidatos presidenciais seleccionados pelos nossos 'governantes não eleitos.' Este conceito é estranho àqueles que acreditam no sistema americano de dois-partidos, mas é exactamente assim que o nosso sistema político realmente funciona."


    Professor Arthur Selwyn Miller foi um académico da Fundação Rockefeller:

    "... aqueles que de facto governam, recebem as suas indicações e ordens, não do eleitorado como um organismo, mas de um pequeno grupo de homens. Este grupo é chamado «Establishment». Este grupo existe, embora a sua existência seja firmemente negada; este é um dos segredos da ordem social americana. Um segundo segredo é o facto da existência do Establishment – a elite dominante – não dever ser motivo de debate. Um terceiro segredo está implícito no que já foi dito – que só existe um único partido político nos Estados Unidos, a que foi chamado o "Partido da Propriedade." Os Republicanos e os Democratas são de facto dois ramos do mesmo partido (secreto)."


    Fernando Madrinha - Jornal Expresso de 1/9/2007:

    [...] "Não obstante, os bancos continuarão a engordar escandalosamente porque, afinal, todo o país, pessoas e empresas, trabalham para eles. [...] os poderes do Estado cedem cada vez mais espaço a poderes ocultos ou, em qualquer caso, não sujeitos ao escrutínio eleitoral. E dizem-nos que o poder do dinheiro concentrado nas mãos de uns poucos é cada vez mais absoluto e opressor. A ponto de os próprios partidos políticos e os governos que deles emergem se tornarem suspeitos de agir, não em obediência ao interesse comum, mas a soldo de quem lhes paga as campanhas eleitorais." [...]

    ResponderEliminar
  6. Caro Manuel Silva:
    Se comentasse, através do meu amigo, aquilo que o Carlos Sério referiu, estaria a entrar num jogo viciado. E, pior, o Carlos Sério sabe bem que o viciou.

    ResponderEliminar