segunda-feira, 6 de julho de 2015

A tragédia dos gregos- V

Como dizia há dias, depois de ajudar a sacrificar o povo grego no altar da ideologia, Varoufakis teria sempre a a opção e oportunidade de cavar, ou para a Austrália, de que também é nacional, ou para os Estados Unidos, onde por força de um qualquer deus grego o fizeram professor. E deixaria facilmente o povo subjugado a um trágico destino para o qual tanto contribuiu por insana demagogia e cruel falta de senso.   
Pois, à primeira oportunidade, e quando a dificuldade era maior, safou-se de ministro. Não tarda, estará nos antípodas, em grande solidariedade internacionalista com o povo grego.  

27 comentários:

  1. Ele disse que sim, se demitira se o Sim ganhasse. Não ganhou mas ele não disse que não se demitia se o Não ganhasse. Portanto sim, foi honesto. Ou não....

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  2. Isso era o que menos lhe importava. Á custa do povo grego, tornou-se uma estrela e tem o seu nicho de mercado garantido. O povo, esse lá fica, pior do que antes.

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  3. Caríssimo António,

    Varoufakis demitiu-se, ou foi aconselhado a isso, para faclitar o diálogo em mais uma maratona de negociações. É esse o geral entendimento de analistas dos mais insuspeitos quadrantes de serem alinhados com a esquerda: Financial Times, Economist, entre outros.
    Parece-me pouco pertinente da tua parte considerá-lo cobarde e incompetente.

    Insistes em colocar Tsipras e Varoufakis como principais responsáveis da tragédia grega quando é claríssimo que a tragédia já tinha atingido o clímax quando eles entraram em cena por repúdo da plateia dos actores que lá tinham estado antes.

    Não, Caríssim António, por muito que te custe os grandes responsáveis pelas diversas tragédias que se desenrolam de tempos a tempos em vários pontos deste mundo são os banqueiros.

    Sim, os banqueiros.
    Foram eles que, movidos pela ganância, emprestaram muito para além das possibilidades de reembolso dos credores.
    E os gregos?

    Os gregos são inacreditáveis?
    Os gregos são impostores?
    Os gregos são intratáveis?
    Os gregos são chantagistas?
    Os gregos são tudo isso e muito pior?

    Admitamos que sim.
    Então por que lhe emprestaram os banqueiros tanto dinheiro conhecendo-lhes a falta de carácter?

    Sabes bem porquê:
    Se uma empresa vende mercadoria a um cliente sem analisar o risco que corre, isto é, a capacidade do devedor pagar o que deve, o que acontece se o cliente não paga? O fornecedor incauto tem de registar na sua contabilidade um "incobrável", uma perda, portanto.

    O que é aconteceu aos bancos que emprestaram aos gregos (e aos portugueses ... e a tantos outros, agora e no passado), as dívidas a esses bancos foram assumidas pelo FMI e pelo BCE na sua quase totalidade, isto é, foram colocados às costas dos contribuintes.

    Não é isto verdade?

    Voltas tambem a acusar Tsipras de companhia de terem prometido o impossível para se alcandorarem ao poder. É inquestionável que sim.
    E os nossos governantes, o que fizeram para alcançar o poder?
    Falaram verdade?
    As desonestidades de uns não justificam as de outros mas é sempre mais higiénico não acusarmos alguém de pouca limpeza com os nossos dedos sujos.

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  4. Dá-me gozo ver os defensores da “austeridade sem fim” espumarem de raiva e ódio para com o governo grego e a sua determinação anti austeridade. Para quem não acredita na luta de classes ela aí está na sua maior pujança.

    Haja democracia e defendam-se ideias e deixemo-nos de demagogia e insultos.

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  5. "austeridade sem fim", de que é que está a falar?
    e quem é que defende tal coisa (espumando de ódio ou não)?

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  6. Já se fazem sentir os primeiros resultados maravilhosos do referendo:

    Juros gregos dispararam. A dois anos juros estão acima dos 50% a 10 anos atingem máximos de 2012.


    http://www.jornaldenegocios.pt/mercados/obrigacoes/detalhe/juros_gregos_dispararam_apos_resultado_do_referendo_a_dois_anos_juros_estao_acima_dos_50.html#.VZpKhlG25ik.facebook

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  7. Caros Pinho Cardão e Pedro de Almeida,

    Não são apenas os juros altíssimos que denunciam o estado calamitoso da economia grega: (i) as empresas estão suspendendo a laboração por não conseguirem importar matérias primas e subsidiárias, sendo forçadas a determinar, de emergência, lay-offs "temporários" (?), (ii) os bens essenciais, incluindo medicamentos, começam a escassear, devendo assistir-se ao habitual espectáculo do açambarcamento com os agiotas e açambarcadores a rebolarem-se de gozo, (iii) os hotéis anunciam que, face á impossibilidade de importações, não terão condições para funcionar por mais de 10 dias, etc, etc...
    Uma herança prodigiosa do talentoso Varoufakis e do seu "dream-team", que no entanto sai de cena como se de um herói se tratasse, pelo menos entre nós, beneficiando da sublime tontaria de uma fatia expressiva dos media e opinion-makers...

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  8. Outros resultados do referendo:

    França: 50% dos inquiridos são a favor de que a Grécia abandone o euro, contra 49% que defendem a sua continuação na moeda única (a 7 de Junho: 57%, eram favoráveis à continuação da Grécia na zona euro, em contraste com os 39% que apoiaram a sua exclusão), no jornal i

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  9. Caro Dr. Tavares Moreira,

    Não poderia estar mais de acordo. Tem toda a razão.

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  10. Cavaco Silva mostra-se totalmente alinhado com a absurda política “da austeridade sem fim”, da política onde “para que os sacrifícios que os portugueses já fizeram não sejam em vão torna-se necessário continuar com os sacrifícios”.
    É a política “do aguenta, aguenta”, sem futuro e que nos conduz ao desastre social e económico. Uma política em que não nos prometem melhorar os salários bem pelo contrário, dizem que temos que reduzir salários, que temos que ter cortes nas pensões em pagamento e ter pensões mais baixas no futuro, que nos prometem mais flexibilidade no trabalho o que é o mesmo que dizer mais precariedade no trabalho. E, sem grande convicção pedem-nos para acreditarmos que vamos ter crescimento económico sem que nos digam os fundamentos de um tal “milagre” anunciado por Pires de Lima há mais de ano e meio.

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  11. Os autores deste blogue não poderão explicar, de uma forma clara, o que quer dizer "austeridade"? Digo isto por me parecer que pouca gente sabe o que está a dizer quando fala de "austeridade", como se pode ver por todo lado, inclusive nos comentários a este e a outros posts.
    Tomem essa tarefa como uma espécie de serviço à comunidade, que tenho por muito necessário.
    Antecipadamente grato.

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  12. A austeridade não é uma medida de técnica económica. É um instrumento de guerra social que busca destruir as bases do estado de bem-estar social e do desenvolvimento.

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  13. Austeridade apresentada desde sempre pelo governo como a única via para o crescimento económico (sem que isso signifique contudo a melhoria das condições de vida da população). Coelho, Portas e seus seguidores continuam a tentar convencer os portugueses deste absurdo idiota que consiste em aplicar mais austeridade para sair da austeridade.
    Esta mancebia Coelho/Portas não promete outra coisa aos portugueses que não seja a continuação da austeridade. O mesmo é dizer que irão continuar o agravamento de impostos sobre o trabalho, as privatizações do património de todos nós, a redução das pensões e salários e os cortes nas funções sociais do Estado, na Educação, Saúde e Protecção Social. E todo o dinheiro arrecadado com estas políticas irá reverter para a obtenção de maiores ganâncias dos monopólios privatizados, das instituições financeiras e dos gestores e accionistas das grandes empresas. Numa transferência de rendimento da esmagadora maioria da população para uma minoria de muito ricos e super-ricos. É o empobrecimento continuado dos portugueses e o aumento das desigualdades sociais.
    E dizem hoje, dando mostras do maior desaforo, que tudo isto é necessário para que “os sacrifícios já suportados pelos portugueses, não seja em vão”; o mesmo é dizer que para que os sacrifícios já suportados não sejam em vão será preciso mais sacrifícios dos portugueses.

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  14. Anónimo14:42

    Caro Tiro ao Alvo, sem querer ousar substituir-me aos bloggers nossos anfitriões permita-me dar uma pequena achega de resposta simplezinha.

    O que se convencionou definir por austeridade é algo que qualquer dona de casa conhece desde tempos imemoriais: ajustar o nivel de vida ao que realmente é possivel fazer-se com os ganhos da casa. Nem mais nem menos do que isto.

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  15. Carlos Sério, os políticos dão um sentido a termos como austeridade um pouco liberal ou talvez um pouco relativizado.

    Assim quando Passos Coelho diz que estamos a fazer austeridade, essa austeridade devemos entendê-la como "austeridade", uma vez que não é bem austeridade, o que ele quer dizer é que está a tentar diminuir lentamente e sem muita determinação o défice público, que como sabe é muito alto (este ano prevê-se um défice de ~3%, ou seja ainda um pouco longe do que se espera para um país com uma elevada divida pública).

    Mas se por exemplo, Não for o Passos Coelho, mas o António Costa a referir-se a este esforço de equilíbrio das contas públicas já qualquer tentativa de redução do défice (por mais insignificante que seja), passa a constituir uma patológica obcessão com a "austeridade".

    (Até o Passos Coelho e o Cavaco Silva achavam a "austeridade" um pouco excessiva no tempo do Sócrates)



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  16. Eu descodifico a conversa acima, atribuída a Cavaco Silva:
    "Para que os sacrifícios que os portugueses já fizeram (em participar no perdão parcial da dívida da Grécia) não sejam em vão torna-se necessário continuar com os sacrifícios (e a meter o dinheiro na mão da Grécia)”.

    Não vejo onde o ilustre Carlos Sério possa discordar do Cavaco Silva!

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  17. Caro Zuricher, eu sei o que quer dizer austero e o que quer dizer austeridade. Mas veja o que escrevem por aqui e por muitos outros lados: para essa gente, austeridade é um mal imposto aos povos por gente sem alma e nunca uma forma de viver decentemente, como fazem as donas de casa exemplares, obrigando a sua família a viver dentro das suas possibilidades, como o Zuricher e eu entendemos.
    Com isto quero dizer que deve ser feito um esforço para ensinar o que é austeridade, tal como está definida na nossa língua e qual a finalidade da sua aplicação nos Estados. E daí o meu apelo aos nossos estimados bloggers.

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  18. 1. Em 2007 tínhamos uma dívida pública de 67,1% do PIB quando a Alemanha tinha uma dívida pública nesse mesmo ano de 64,9%. Pelos vistos não estávamos a viver dentro das nossas possibilidades. Depois de Sócrates a dívida aumentou para 93,5% em 2010 saltando com a mancebia Coelho/Portas para 130,2% em 2014. Agora sim, agora é que estamos a viver dentro das nossas possibilidades.
    2. Em 2007 tínhamos uma divida externa líquida de 65,6% do PIB passando para 82,7% em 2010 e 104,5% em 2014. Agora é que estamos a viver dentro das nossas possibilidades.
    3. Em 2007 tínhamos uma taxa de desemprego de 8,0% que passou para 10,8% em 2010 e para 14,3% em 2014. Agora é que estamos a viver dentro das nossas possibilidades.
    4. Em 2007 tínhamos um PIB de 175.000 milhões de euros, passando para 179.900 em 2010 passando em 2014 para 173.000 milhões. Agora é que estamos a viver dentro das nossas possibilidades.
    5. Em, 2007 tínhamos uma FBCF de 38.600 milhões de euros, passando para 36.900 em 2010 e para 25.900 em 2013. Agora é que estamos a viver dentro das nossas possibilidades.
    6. Em 2007 tínhamos 5,170 milhões de pessoas empregadas, passando para 4,898 milhões em 2010 e 4,429 em 2013. Agora é que estamos a viver dentro das nossas possibilidades.
    7. Entretanto cerca de 1.000 super-ricos (com fortunas superiores a 30 milhões de dólares) em apenas um ano, de 2012 para 2013 não só aumentaram em número como no valor das suas fortunas em cerca de 11,1%.
    Perante a evidência dos números espanta-me como ainda há pessoas que se deixam iludir com os “contos para crianças” que todos os dias se ouvem nas andanças pelo país do duo Coelho/Portas.

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  19. Calos Sério,

    Já vi que já percebeu tudo. Também eu não tenho muita fé nessa dupla (Coelho/Portas), bem vê que o que os políticos fazem mesmo bem é gastar o dinheiro dos outros, só aí são imaginativos e generosos, já quando é necessário poupar e fazer austeridade são bastante incompetentes.

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  20. DO BOLETIM ECONÓMICO DO BANCO DE PORTUGAL


    As projeções para a economia portuguesa publicadas neste artigo apontam para a continuação do processo de recuperação gradual da atividade económica iniciado em 2013. Após um crescimento de 0,9 por cento do PIB em 2014,
    prevê-se uma aceleração para 1,7 por cento em 2015, seguida de crescimentos de 1,9 e 2,0 por cento em 2016 e 2017, respetivamente. O crescimento da economia portuguesa ao longo deste período é próximo das projeções para a área do euro divulgadas pelo Banco Central Europeu (BCE). Estas projeções contemplam a manutenção do ajustamento de alguns desequilíbrios da economia portuguesa. As exportações deverão registar um crescimento robusto, reforçando a tendência recente de transferência de recursos produtivos para os setores da economia que estão mais expostos à concorrência internacional. Em resultado, manter-se-á a capacidade de financiamento da economia portuguesa e, desta forma, a redução sustentada dos níveis de endividamento externo.

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  21. A procura interna privada apresentará um ritmo de crescimento compatível com a continuação da desalavancagem dos agentes económicos privados (famílias e empresas não financeiras). O maior crescimento nominal
    da economia, a prevalência de taxas de juro historicamente baixas e a existência de saldos primários positivos permitirão o início do processo
    de redução da dívida pública em percentagem do PIB. Finalmente, o crescimento projetado para a economia portuguesa é compatível com uma progressiva redução da taxa de desemprego, não obstante a sua persistência
    em níveis elevados. A inflação manter-se-á em níveis reduzidos,
    mas com tendência de aumento gradual até ao final do horizonte de previsão, para valores ainda assim inferiores aos projetados para o
    conjunto da área do euro.

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  22. Disponível em:

    https://www.bportugal.pt/pt-PT/EstudosEconomicos/Publicacoes/BoletimEconomico/Publicacoes/bol_econ_junho2015_p.pdf


    A esquerda em Portugal (já o disse várias vezes) insiste em dar um valente tiro no pé ao não reconhecer os avanços conseguidos. Não se trata de não fazer críticas ao Governo. Há críticas a serem feitas, como de resto é normal numa democracia. O problema está em não fazerem uma crítica construtiva que reconheça o que de positivo já se fez. Ora esta atitude cava um fosso com uma parte considerável do eleitorado. As pessoas sabem que se viveram tempos muito difíceis, sabem que fizeram imensos sacrifícios. Mas muitas também sabem o estado em que o país foi deixado e os resultados positivos entretanto alcançados e as perspectivas de esperança. Temem um regresso ao passado, às políticas que conduziram a ter de se pedir um resgate financeiro. Já me perguntaram se eu acho que a actual coligação governamental ganhará as legislativas. Tenho respondido que acho perfeitamente possível que isso ocorra e estou convencido de que vai ocorrer. Pelas razões apontadas e por outras também.

    José António Saraiva é um analista com larga experiência. Aproveito para indicar o link para um artigo dele a respeito do cenário político e das próximas legislativas:


    http://sol.pt/noticia/399691/Sondagens

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  23. Mais austeridade para sair da austeridade

    Vejamos então o “milagre económico do Governo”, comparando a situação económica e social do país em 2010 e em 2014.
    Em 2010 tínhamos uma dívida pública da ordem dos 93,5% do PIB, em 2014 essa dívida subiu para 130,2% do PIB, qualquer coisa como um endividamento nestes quatro anos de cerca de 80.000 milhões de euros, uma média de mais ou menos 20.000 milhões de euros ao ano.
    Em 2010 a riqueza nacional, o Produto Interno Bruto (PIB) ascendia a 179.445milhões de euros, em 2014 ficava-se pelos 173.053 milhões de euros (Pordata). Tivemos portanto uma destruição de riqueza de 6.392 milhões de euros
    A taxa de desemprego passou de 10,8% em 2010 para 14,1% em Fevereiro de 2015 (taxa oficial que não conta com os efeitos da emigração, empregos em programas ocupacionais de emprego e desempregados desencorajados, em realidade contando com estes factores o desemprego actual deverá ser superior aos 20% segundo dados do FMI).
    De 2010 para 2014 destruíram-se mais de 469.000 empregos, passámos de 4.898 mil empregos para 4.429 mil em 2013.
    Regrediu igualmente o Investimento (FBCF), passou de 36.938 milhões de euros em 2010 para 25.900 milhões de euros em 2013.
    A dívida externa líquida aumentou de 82,7% do PIB em 2010 para 104,5% do PIB em 2014.
    O crédito concedido pelo sector financeiro quer às empresas quer às famílias, vem diminuindo consecutivamente. Em 2012 caiu 6,8 e 4,3, em 2013 caiu 5,5 e 4,0 e em 2014 caiu mais 4,9 e 3,3 respectivamente para as empresas e famílias (taxa de variação homóloga em percentagem).
    A taxa de risco de pobreza era em 2005 de 19% caindo para 18% em 2010 e subindo para 18,7% em 2012.
    A taxa de risco de pobreza para as famílias com crianças dependentes subiu para 22,2%, contra os 20,5% de 2011.
    Em 2013 (últimos dados), 25,5% dos residentes em Portugal viviam em privação material, mais 3,7 pontos percentuais do que em 2012 (21,8%), enquanto 10,9% da população estava em privação material severa.
    Um relatório do banco suíço UBS conclui que, em Portugal, há mais 85 milionários – indivíduos com fortunas superiores a 30 milhões de dólares (perto de 22,4 milhões de euros) – do que em 2012, aumentando o valor das suas fortunas em cerca de 11,1%.
    Redução e deterioração dos cuidados de Saúde, da Educação e da Protecção Social nestes quatro anos de governação Coelho/Portas.
    Redução de salários e pensões e aumento “colossal” de impostos sobre o trabalho, que usurparam aos cidadãos um rendimento da ordem dos 51.300 milhões de euros em cada ano.

    Tudo no vergonhoso e sórdido objectivo do empobrecimento forçado dos portugueses “custe o que custar” para se alcançar a meta ideológica do governo anunciada por Coelho logo no início da governação “independente daquilo que foi acordado com a UE e o FMI, Portugal tem uma agenda de transformação económica e social. Nesse sentido, o Governo incluiu no seu programa não apenas as orientações que estavam incorporadas no memorando de entendimento como várias outras que, não estando lá, são essenciais para o sucesso desta transformação do país”.

    Tudo no cumprimento do estúpido e idiota objectivo do governo e da Troika que consiste em - mais austeridade para sair da austeridade.


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  24. Caro Pedro de Almeida,

    Uma das perversidades deste tipo de debates - inevitável, de resto, temos de a aceitar - advém do comportamento do que poderemos apelidar ds "Cucos das Estatísticas": ou seja aquelas criaturas, que a este Blog também chegam como é natural, convencidas de que debitando estatísticas, a esmo, ou fazendo citações, também a esmo, fazem um grande figurão e com isso tornam as suas teses mais robustas...
    Repare por exemplo na recorrente comparação da dívida pública do presente e de há 6 ou 10 anos: como bem sabemos, a dívida pública do presente engloba as dívidas de CENTENAS de entidades do sector público, que agora se encontram inscritas no chamado Perímetro Orçamental e que há 6 ou 10 naos não eram sequer consideradas...
    Ora isso faz só uma diferença de muitos pontos percentuais do PIB, na expressão da dívida pública em função desta variável económica...não sendo por isso legítima, para além de ser profundamente errada, a dita comparação.
    Mas, como são Cucos das Estatísticas - ou seja tal como o Cuco do relógio que dá as horas certas mas sem saber que horas são - para estas criaturas que vivem agarradas a um mundo de fantasia tudo serve para engravidar o seu argumentário...
    Curiosamente, fazem-me recordar a mais interessante definição de Cínico que encontrei até hoje, da autoria de Bernard Shaw: " É aquele que sabe o preço de todas as coisas mas que não conhece o valor de nenhuma".

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  25. Quando se comenta e discute política em público é preciso ter mais respeito pelos adversários e não recorrer a insultos como aqueles que me são dirigidos pelo senhor Tavares Moreira. Quando se entra por esse caminho perde-se toda a razão. Não vou entrar por aí.

    A discussão sobre o contributo das dívidas indirectas do estado, como as dívidas das empresas públicas, no valor da Divida Pública já foi comentada aqui no IV Republica há alguns meses. Seria bom que alguém do governo nos divulgasse claramente qual o valor da dívida já suportado com as dívidas das empresas públicas. Covém contudo recordar o seguinte:
    A Comissão (Eurostat) entende a expressão «dívida pública indirecta» como a dívida das empresas públicas. Embora a Comissão tenha conhecimento da existência desses dados e acolha favoravelmente a sua publicação, tais dados não são, por agora, recolhidos nem validados pela Comissão. No futuro, e impreterivelmente a partir de Janeiro de 2015, a Comissão (Eurostat) estará em condições de publicar a dívida de empresas públicas (bem como as garantias governamentais e as parcerias público-privadas extrapatrimoniais) por força da Directiva 2011/85/UE sobre requisitos aplicáveis aos quadros orçamentais dos Estados-Membros.
    Por outro lado, observe-se o que dizem certas entidades internacionais:
    “Se à dívida das empresas públicas e das parcerias público privadas (PPP), ao que se chama dívida pública indirecta (fora das regras de Maastricht) e que em 2012 correspondia a cerca de 15% do PIB, contarmos com o endividamento garantido pelo Estado em nome dos bancos (passivos contingenciais) o endividamento indirecto ascende a 30% do PIB. Uma autêntica bomba-relógio no parecer da Standard & Poor's.
    “Quando as "entidades" forem de facto incluídas na dívida pública (o que irá acontecer por regra da UE em 2015, a nossa dívida subirá de 130% do PIB para 147% do PIB. Quem o diz é o hedge fund (http://www.zerohedge.com/news/2014-01-09/hedge-fund-slams-portuguese-bonds-64-page-slideshow)”.

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  26. Carlos Sério,

    O facto de a nossa dívida pública seja da ordem de 147 e não de 130% apenas pode implicar que o esforço para atingir um equilíbrio financeiro terão de ser maiores, de modo a ser possível cumprir as nossas responsabilidades (próprias de um país livre, responsável e digno).

    É claro que também pode estar a sugerir que (enquanto Portugueses) temos pouca responsabilidade no valor da nossa dívida pública, mas isso é muito difícil de explicar, a não ser que nos pretenda nos atribuir alguma incapacidade particular que afecte nossa faculdade de tomar decisões e de ser responsáveis por elas (o que me parece absurdo, mas ...).

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  27. O caro Carlos Sério vai colando a mesma mensagem em muitos dos seus comentários. A esta altura já devia ter percebido que não tem razão...

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