sexta-feira, 3 de dezembro de 2004
SCUT's 1
Os órgãos de comunicação social já vaticinam o adiamento, entre muitas outras, da decisão sobre o fim do actual modelo de financiamento das auto-estradas concessionadas em regime de SCUT (sem custos para o utilizador). Razão: só em Março de 2005 se prevê que estejam concluídos os estudos sobre os diversos impactos da alteração do modelo (leia-se, passagem para o sistema de portagem paga pelo utente). Estranho que se anuncie como firme uma decisão e após esse anúncio se encomendem os estudos que a haverão de fundamentar!
Em Março suposto é existir novo Governo. Veremos então se os responsáveis subscrevem a visão do actual ministro e do actual Executivo sobre o assunto.
Se as portagens ainda são virtuais, o problema não o é, de facto. A questão resultou de uma decisão de um ministro de um Governo que quis mostrar mais obra que a feita pelo ministro do Executivo que o antecedeu. Pela soberba do ministro que convenceu os seus pares pagará afinal o País uma pesada factura. De uma maneira ou de outra.
Que pelo menos se aproveite para o futuro a lição: a gestão da res publica não é uma competição para apurar quem faz mais. A boa governação assenta na vontade de fazer o possível, e dentro do possível o melhor, com os meios que se têm ao dispor. Sem comprometer o futuro. Realizar sem meios é ilusão. Dizer que se faz sem recursos e sem condenar o futuro é exercício da mais pura e condenável demagogia.
JMFAlmeida
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