quinta-feira, 24 de fevereiro de 2005

Serão as lideranças um passivo?

Há uns anos, Stewart Myers e Richard Brealey, professores do MIT e da London Business School publicaram um livro sobre finanças empresariais, em que num dos capítulos se formulava a questão: serão as Administrações um passivo?
Os Autores reflectiam sobre a contribuição dos administradores para o sucesso ou insucesso das empresas, traduzido nos respectivos balanços.
Não me parece abusivo estender a pergunta à administração pública ou a outros órgãos colectivos ou individuais.
E também às lideranças partidárias.
Não é possível uma boa liderança, se o leader não souber o que está a liderar.
Não se lidera da mesma maneira, por exemplo, uma empresa de confecções e uma empresa de televisão, desde logo porque as pessoas são diferentes: um jornalista e um artista criam e enraízam culturas próprias, que pouco têm a ver com a maneira de ser e viver do economista, do engenheiro ou do operário.
Como tal, exigem abordagens diversas.
Vem isto a propósito da liderança do PSD.
A grande confusão da liderança de PSL começou logo com o nome.
O verdadeiro nome do partido, que define a sua natureza, é PSD/PPD e não PPD/PSD, o que faz toda a diferença.
O Partido nasceu como PPD, porque o nome PSD ficou prejudicado pelo registo, em 1974, do PSDC (Partido Cristão Social Democrata).
Logo que este desapareceu, o PPD alterou a designação para PSD, juntando-lhe a anterior designação PPD, a qual iria caindo à medida que o Partido se tornasse mais identificado com a nova sigla.
PSL pretendeu liderar o PPD/PSD, um conjunto vazio, um Partido que não existe, a não ser na cabeça do leader e de alguns dos seus seguidores.
O leader criou uma realidade virtual, afeiçoada à sua maneira de ser, e tomou-a como verdadeira.
O PSD ou PSD/PPD não esteve nas últimas eleições.
Por isso, a sua liderança foi um verdadeiro passivo.
Ou estarei enganado?

3 comentários:

  1. Como customo dizer, o PSD nestes últimos foi suspenso. Sob a capa de PSD, o que "existia" era o partido PPD/PSL.

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  2. Porque o que aqui se escreve me interessa juntei a Quarta República aos Links do meu Blog

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  3. Acho que não estará enganado, Pinho Cardão...
    Mas discordo de Luis Campos. O seu comentário seria certissimo SE Santana Lopes não estivesse já entronizado como 1º Ministro na altura em que foi confirmado no Congresso. Isso seria levar o próprio PSD a deitar abaixo o seu próprio Governo, abrindo uma discussão que na altura ninguém (incluindo o PS de Ferro Rodrigues e o então PR)estava interessado em abrir. É bom não ignorar os contextos...

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