sexta-feira, 4 de fevereiro de 2005

Tretas!

Também eu assisti ao debate. Ou como escreve aqui o DJ, ao rebate falso. Face às expectativas criadas, foi de facto assim que me soou.
A certo momento apeteceu-me dizer, como o meu filho mais novo quando tinha três anos e se cansava de ouvir as dengosas frases, ocas no significado, que de comum se dirigem aos miúdos: "TRETAS!".
Justiça, saúde, educação, ambiente (caricatamente reduzido ao não-problema da co-incineração...), afinal as áreas das chamadas reformas estruturais, nem uma só palavra. A reforma da administração pública quedou-se pela superficialidade de propostas mal explicadas do ponto de vista da sua exequibilidade, designadamente quanto à redução do número de trabalhadores da função pública, quando ao mesmo tempo se afirma a necessidade de reforçar o papel do Estado nalguns sectores.
Para ser inteiramente justo, a culpa nem sequer é dos candidatos mas dos jornalistas que lhes dirigiram as perguntas. Não resistiram à apetência pelo privado, pelo pequeno escândalo, pelo disse-que-disse. Só isso explica 15 minutos consumidos na treta dos rumores, dos boatos e das insinuações...
Quem ganhou? Não sei.
O que eu sei, foi quem perdeu. Perdi eu. Perdi eu o meu rico tempo.

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