A escolha do novo Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados recaiu num português. Ainda bem para o português escolhido, pela distinção deveras honrosa que a designação inequivocamente representa.
Quanto à importância para Portugal desta designação, os cínicos dirão que a ONU resolveu ao PS um problema, e o país, nesta perspectiva, foi definitivamente poupado à candidatura presidencial do Senhor Engº Guterres.
Cinismos à parte, só uma perspectiva romântica da política internacional é que poderá levar a pensar que este facto muda alguma coisa no que respeita ao peso e influência de Portugal junto das principais instâncias internacionais. Não muda. Há algum tempo atrás o presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas era português, o actual ministro dos negócios estrangeiros que reclama ser esta nomeação uma "vitória da diplomacia portuguesa". Nesse período nada se alterou, nem sequer a situação de Timor que se viu invertida não pela influência de qualquer português, mas pela mudança estratégia da politica norte-americana em relação ao problema.
A crença de que estas nomeações modificam a posição nacional no condomínio internacional são ilusões típicas de um país pequeno (que não, obviamente, de um país menor, coisa diferente...).
Mas anoto aqui a mais hilariante reacção à designação do Senhor Engº Guterres. Foi protagonizada pela impagável Ana Gomes, deputada europeia. Ressuscitada por uns momentos, veio dizer, entre outros dislates do género, que esta nomeação era uma lição "para as forças da Direita" porque significava um reconhecimento do papel da ONU posto em causa pelo envolvimento de Portugal no conflito do Iraque no tempo de Durão Barroso! Assim mesmo...
Com mais algumas destas tiradas ainda veremos o exílio europeu de Ana Gomes transformar-se em pedido de asilo junto do novo Alto Comissário. Refugiados precisam de quem os acolha...
A Dra. Ana Gomes é assim mesmo: por vezes gosta de dizer umas tiradas interessantes...
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