quinta-feira, 26 de maio de 2005

Etat modeste, Etat moderne...

…assim se chama um livro editado em 1987.
Reflecte sobre a realidade do Estado francês sem se eximir à comparação com outras realidades, e é da autoria de Michel Crozier (por muitos considerado o pai da sociologia das organizações em França), edição da Fayard.
Por estes dias lembrei-me dele e fui recolhê-lo da estante onde repousava desde um longínquo trabalho académico para o qual serviu de preciosa inspiração.
Apesar de terem passado 18 anos sobre o diagnóstico nele feito, as ideias e proposições parecem manter-se particularmente actuais e acertivas.

“La conquête de modernité que será le passage à l´Etat modeste ne pourra s´accomplir que si nous réussissons parallèlement à remener la politique elle-même à la modestie. Un État modeste, respectueux des citoyens au service desquels il accepte d´ouvrer, supose en effet une politique modeste qui ne prétende ni changer la vie, ni même fonder à nouveau la société.
Malheureusement, l´ambition de modestie, même si elle répond au désir des citoyens, paraît naïve et utopique dès qu´on la formule de façon positive.
Convertir au bon sens un État arrogante et une politique mégalomane ne serait possible qu´au prix d´immenses efforts. Or quelles chances autait-on de rassembler les énergies nécessaires à de tels efforts quand le but proposé semble si trivial?”

1 comentário:

  1. 1. Um "estado modesto" tem que ser um Estado que saia de cena o mais possível. Que deixe de ser o prestador de cuidados de saúde e de educação.Por todas e mais uma razões.

    2.Conseguir isto não é fácil. É preciso uma grande conscencialização ideológica para quando um Partido que defenda isto chegue ao Poder faça as necessárias Reformas. Senão quando lá chegar, apesar de toda a retórica de boas intenções, instala-se no Estado, nomeia os boys e depois passa a vigorar o discurso do "interesse público".

    3. Interesse Público que justifica querer tratar todos os utentes (mesmo aqueles que disponam uma alternativa privada)e ensinar todos os alunos (mesmo aqueles que poderiam preferir uma alternativa privada)e ignorar a existência de ofertas da inciativa privada.

    4. Julgo que o PSD neste momento deveria sobretudo preocupar-se com este debate. Como passarmos para sitemas bismarkinanos que têm provado sucesso por essa nossa Europa.

    5. Obviamente o PS já escolheu o campo dos serviços públicos

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