quarta-feira, 1 de junho de 2005

As políticas parolas

Evidências mostram que os países que mais diminuíram a Despesa Pública foram os que mais cresceram.
Por exemplo, da década de 90 até ao presente, das 3 grandes economias (EUA, União Europeia e Japão), a economia dos EUA foi a que mais cresceu e foi a que mais diminuiu a dívida pública.
Ao contrário, a economia do Japão foi a que menos cresceu e foi a que mais aumentou a dívida pública.
A economia dos países da União Europeia cresceu menos que a americana, mas a sua dívida aumentou, enquanto a americana diminuiu; e cresceu mais que a japonesa, mas a sua dívida subiu menos do que esta.
A coerência é total: nas 3 economias o crescimento do PIB é inversamente proporcional ao crescimento da dívida pública, o que significa a ineficiência da despesa pública como factor de crescimento.
Na Zona Euro, também os países que mais cresceram foram os que menos utilizaram a despesa pública, e a maioria dos que menos cresceram (como a França e a Alemanha) foram dos que mais recorreram à despesa pública.
Estes são os factos.
Por isso, a diminuição da despesa pública, que este ano será zero, já que a compressão do défice se faz com o aumento de impostos, seria a grande medida estrutural para o desenvolvimento do país.
O resto, análises e políticas parolas de quem só quer mais Estado, para o ter ao seu serviço.
Mas, infelizmente para os portugueses, é a cultura dominante!...

3 comentários:

  1. Não poderá haver uma outra leitura: A despesa Pública subiu porque o PIB não subiu?

    Qual a causa qual o efeito?

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  2. 1. Eu sou dos que defendem a saída do Estado de muitos sectores. E não em termos de filosofia geral mas indo às realidades que passam pela saída da educação e da saúde. E ceio estarmos de acordo. Era importante que todo um novo cenário começasse a ser desde já pensado pelo PSD.

    2.A minha pergunta era académica. Contudo a sua resposta não me satisfaz inteiramente. Por exemplo tenho ideia, talvez errada, que os EUA cresceram à custa de um grande déficit público. Só que eles podem fabricar dolares. Não esquecer que o dolar desvalorizou mais de 15% em relação ao Euro. Como fica barato comprar aos EUA e tão caro vender-lhes alguma coisa. Embora não veja ninguém falar nisso não terá o Euro caro a haver alguma coisa com a crise económica Europeia?

    3. Quando o desemprego aumenta as despesas sociais também aumentam

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  3. Já escrevi isto no meu blogue há algum tempo, mas creio que vem a propósito:

    Havia uma boutade keynesiana segundo a qual bastaria empregar funcionários públicos para abrir buracos e depois tapá-los, para fazer crescer a economia. A seita do neo-liberalismo económico inventou uma semelhante: basta diminuir o número de funcionários públicos para promover o crescimento.

    Que cromos! Aliás, keynesianos e neo-liberais, estão bem uns para os outros: "les beaux esprits se rencontrent".

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