segunda-feira, 13 de junho de 2005

Escrita ibérica


hieroglifo português


Não, não é um exemplar da escrita ibérica, que não posso reproduzir, mas um hieroglifo autêntico.
Mas, à primeira vista, e para um leigo, os caracteres da escrita ibérica têm um traço semelhante!...
Interroguei-me, várias vezes, e também perguntei a outras pessoas, como seria a escrita no território da Lusitânia, antes da chegada dos Romanos.
Não consegui nenhuma resposta satisfatória até que, há dias, folheando um livro de mistérios e enigmas, encontrei o que queria, através de uma descrição da chamada escrita ibérica.
Trata-se de uma escrita datável da 1ª Idade do Ferro, entre os séculos VIII e VI a.C.
Marcou toda a região andaluza e o sul do actual território português, nomeadamente o Baixo Alentejo e o Algarve.
Denota parentesco com as escritas do Mediterrâneo Oriental e com o grego arcaico.
Os especialistas apontam para uma origem cananita hebraica-1700 anos a. C., na qual também se filia a escrita fenícia (1100 anos a. C.)
É precisamente no Baixo Alentejo e Algarve onde se encontram uma significativa colecção de estelas epigrafadas em escrita ibérica, cerca de 80, com sete exemplares conhecidos do lado espanhol.
Um dos achados mais curiosos é o tabuleiro de Espanca, um abecedário de 27 signos.
Na localidade de Bensafrim encontraram-se bastantes achados epigráficos, o que explica o nome.
Deriva do hebreu sefer-livro e de soferin-escriba,ficando ben-soferim como o sítio onde estão os escribas.
A explicação é que no local terá existido um entreposto de cereais, já com contabilidade organizada!…
E pensamos nós que estamos sempre a descobrir a pólvora!...

3 comentários:

  1. Ora bem! Produção de cereais origina excedentes. Excedentes origina riqueza. Riqueza exige continhas bem feitas, logo originam belas estelas para serem admiradas dezenas de séculos depois!
    Será que daqui a dezenas de séculos haverá alguém a admirar as contitas do Banco de Portugal? Não acredito. Além disso presumo que não irão ter o prazer de ler algo semelhante à “escrita ibérica” oferecida pelo Pinho Cardão.

    ResponderEliminar
  2. E logo hoje que passei em Bensafrim, ainda ignorante de tão valioso espólio vindo daquelas terras! Infelizmente, dos celeiros sobra pouco, as casa crescem como cogumelos e até já se lá vêem prédios...

    ResponderEliminar
  3. Interessantíssimo!
    Desconhecia; trata-se de uma mistura entre caracteres egípcios e fenícios!!
    Maravilhosa lusitânia.

    ResponderEliminar