Malhoa, A Compra do Voto
Reprodução em postal ilustrado (1904)
As muitas polémicas que grassam na opinião pública sobre autarquias e candidatos autárquicos revelam-se tão pobrezinhas de ideias e de rigor que me deixam estupefacto. O recurso aos termos "caciquismo" e "clientelismo" de forma indiscriminada levaram-me a tentar arrumar as ideias e os conceitos o que se saldou em duas (re)leituras agendadas para férias: S. N. Eisenstadt e L. Roniger, "Patrons, clients and friends" e, entre nós, o trabalho sempre actual de Pedro Tavares de Almeida, "Eleições e Caciquismo no Portugal Oitocentista (1868-1890)". Só posso ficar pelas leituras, mas não haverá nenhum investigador da sociologia ou da ciência política que queira tomar Amarante, Felgueiras, Gondomar, Leiria, Oeiras, Mafra, Beja, Monchique, Vila Real de Santo António e tantas outras autarquias deste país enquanto estudos de caso, para evitar que se escrevam tantas aleivosias?