quinta-feira, 7 de julho de 2005

Estranha sensação

Enquanto cotejo na “net” as imagens de Londres ainda atónita e chocada pelos atentados terroristas, continuo a ouvir pela rádio as acusações banais e mesquinhas do debate entre o Governo e a Oposição.

Eles estão a falar para quem?

Os nossos deputados conseguem associar o silêncio resignado perante o horror ao vazio banalizado do debate político inconsequente.
Que estranha sensação.

6 comentários:

  1. É, sim, Prof. Justino.

    Os nossos políticos conseguem viver completamente fora deste mundo, num cyberespaço irreal, mirabolante, só deles. Só isso explica tantas coisas abstrusas a que por aí vamos assistindo.

    Se me permite, mais do que estranha, a sensação é de horror! Tanto autismo não augura seja o que for de bom, de construtivo, que empolgue a sociedade portuguesa. Muito pelo contrário, contém em si um gérmen de incapacidade e, pior, de auto-destruição colectiva.

    Talvez seja uma opinião muito pessimista, mas entrevejo apenas uma solução: a da total substituição destes "velhos" políticos, que nada mais são capazes de aprender, nem sequer com os próprios erros - o que é sintomático! - por outra geração que irá cometer muitos erros, é certo e como é lógico que aconteça, mas que - resta-nos essa esperança - com eles aprenderá.

    Porque serão novos. Gente velha, de mentalidade, que não de cronologia, não aprende línguas, nem se reestrutura, pelo que o melhor a fazer será deixá-los ir para a reforma, mesmo que dourada, porque tal situação será menos lesiva dos interesses gerais.

    Cumprimentos

    Ruben Valle Santos

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  2. Pois é! Às vezes, o melhor é estar calado...
    Não me sinto bem! Tudo isto me faz deprimir.

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  3. Anónimo18:44

    Meus Caros, pode com propriedade lamentar-se o debate parlamentar. Vinha em viagem ouvindo a habitual barganha e pensava que, apesar da gravidade da situação do País que os acontecimentos de Londres acentuarão, se continua neste registo de acusações sem sentido que escondem a incapacidade de promover uma avaliação da governação mas também a falta irresponsável de encontrar consensos quanto a questões fundamentais para a vida colectiva. Todos procuram o confronto pelo confronto, esgrimindo argumentos estafados, nalguns casos de pura exibição de vaidade, noutros da mais acabada indigência intelectual. Se a existência de um Parlamento forte não fosse um factor essencial para uma boa governação, sobretudo quando um Executivo goza do privilégio de uma maioria sólida e a fiscalização parlamentar dos seus actos mais se torna necessária, o Engº Sócrates poderia dar-se por muito satisfeito porque não será na AR que encontrará a credibilidade da discussão acerca das medidas que vai tomando. Infelizmente, penso eu, para todos nós.
    Mas devo também dizer-vos que acho que os acontecimentos de Londres não deveriam levar a que o debate se não fizesse como estava agendado e dentro do que estava agendado.Uma coisa é lastimar a qualidade do debate. Pelo que pude ouvir, é de lastimar (embora já tenha dúvidas se é a razão ou a falta de paciência para aturar mais do mesmo que me provocam este sentimento).Outra, bem diferente, é considerar que perante o horror do que aconteceu, os Estados devem alterar o funcionamento normal das suas instituições. Não devem. E não devem porque é da perturbação e do medo que o terrorismo, qualquer que seja a sua manifestação, se alimenta. A melhor forma de condenar e resistir ao terror não é, como tenho ouvido, dizer que as democracias não estão preparadas para o enfrentar, que têm que se muscular, que têm de cercear as liberdades... É exactamente o inverso, é fazer tudo o que está ao seu alcance para demonstrar que por muito abalada que fique uma sociedade com o horror, sabe resistir-lhe e vai-lhe resistir em nome de valores de que não queremos abdicar, designadamente o valor da liberdade.

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  4. Anónimo18:49

    Cometi, de novo, o erro de não rever o texto antes de clicar no "publish". Relevem-me o mau português. Fico agradecido.

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  5. O fraquíssimo nível dos nossos políticos de 10ª linha torna-se atrozmente evidente perante situações a requererem a intervenção de Gente séria e capaz.
    Compreendo, e partilho, o choque, se bem que, como já aqui se escreveu, não me pareça que o debate devesse ter sido adiado. As circunstâncias, obrigando-nos a relativizar as situações, é que nos mostram que o rei vai nu e, ainda por cima, é disforme e julga-se belo!
    Nota: as declarações do ministro António Costa a propósito da catástrofe terrorista de Londres roçam a imbecilidade.

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  6. ...e no meio de tudo isso o "estado da nação" passou pela nação como cão por vinha vindimada...ninguém deu por nada!...no meio de tudo o des-governo até teve sorte!...Ninguém os (ou)viu "passar"!

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