Agra, 4 de Julho
No século XVI, o Imperador muçulmano de Agra, Akbar, debatia-se com o drama de não ter filho varão que lhe sucedesse.
Um vidente disse-lhe que, se casasse com uma esposa hindú, teria um filho.
Assim aconteceu.
Em homenagem ao vidente, Akbar resolveu mudar a capital do seu império para o local, a 40 quilómetros de Agra, em que aquele lhe apareceu a dar tão profícuo conselho.
Como era um sítio árido e sem água, o Imperador foi aconselhado a não edificar a capital nesse local.
Os argumentos não o convenceram e construiu uma grandiosa cidade fortificada, com portas imponentes, zonas públicas e privadas, em que se incluía o harém, palácios luxuosos, mesquitas e tudo o que, de requintado, uma cidade imperial poderia ter.
Em homenagem à sua esposa hindú, a arquitectura é uma fusão harmoniosa de estilo islâmico e hindu, aparecendo figuras como elemento decorativo, totalmente banidas na arquitectura islâmica.
O Imperador convencera-se de que o vidente, se teve a virtude de lhe dar um filho, também teria o poder de obter água para o abastecimento da cidade.
Por fatalidade, o vidente morreu antes que o Imperador o tivesse reencontrado para lhe pedir tal desígnio.
De qualquer forma, a cidade de Fatehpur Sikiri, assim se chamava e chama, foi capital do império de Akbar, durante 14 anos, de 1585 a 1599, altura em que teve que ser abandonada, por nela ser impossível viver, dada a escassez da água.
A cidade abandonada é verdadeiramente monumental e encontra-se excelentemente conservada. Restará dizer que Akbar foi o avô do construtor do TajMahal, em Agra.
Sem comentários:
Enviar um comentário