Delhi é o resultado de sete cidades formadas ao longo dos séculos, ao sabor das invasões e dos novos senhores, a que se juntou a última, a Nova Delhi, construída pelos ingleses, para acolher a nova capital, antes Calcutá.
A visita programada abrangeu, entre outros pontos, o Forte Vermelho, construído em 1638, a Jama Masjid, a maior mesquita da Índia e, dizem, a segunda maior do mundo e ainda a Rua Chowk, um espectáculo de cor e de movimento, um imenso bazar, onde tudo se troca, tudo se compra e tudo se vende…
Caótico é o adjectivo mais meigo para definir o trânsito: carros, bicicletas, riquexós, triciclos, camionetas, autocarros, carros de cavalos, peões e vacas disputam cada centímetro...é mesmo cada centímetro... de terreno e as “tangentes” são de arrepiar.
Os indianos devem ser os melhores condutores do mundo e também os que mais apitam!....
Nas bermas, proliferam todos os negócios imagináveis, no meio de toneladas de lixos acumulados, dos dejectos dos animais, da lama das chuvadas…
Para a deslocação do Forte Vermelho, património da humanidade, à mesquita, utilizei um riquexó, bicicleta com atrelado para duas pessoas, conduzida e puxada por um indiano a quem um braço tinha sido decepado pelo ombro.
Conduziu o riquexó com esforço e mestria pelo emaranhado das vielas cujo alcatrão esburacado exigia um esforço suplementar.
Dei-lhe uma boa gorgeta.
Mas não posso esquecer o traço do seu rosto, a pedir-me um pouco mais, com as seguintes palavras, textuais:” as you see, I have a hard life and you are a rich man, give me some rupias more…”.
Não acedi.
Mas quando me lembro do seu ar triste e, ao mesmo tempo, conformado, pela educação hinduísta, arrependo-me de não o ter feito.
Meu Caro Pinho Cardão, espero que tenha incluido na volta de riquexó uma visita gastronómica ao famoso Hakim, já que esteve muito perto.
ResponderEliminar