É do conhecimento geral que a obesidade constitui um grave problema no mundo ocidental. Não são só os adultos as vítimas deste flagelo. As crianças também têm vindo a sofrer, de tal forma, que, quando uma criança apresenta uma morfologia normal, vem logo a mamã a pedir ajuda para o seu querido menino que está “magrinho”. – Magrinho uma ova, minha senhora! O seu filho é o exemplo de um jovem normal. Esta constitui uma das minhas respostas face à inquietude dos pais. Não sei se os convenço. Às tantas não! Ao confrontarem o tórax realçado pelos arcos costais e uma barriga plana ou escavada com o torneamento e almofadas gordas dos restantes miúdos devem concluir que não estou bem da cabeça!
A saúde futura destes jovens poderá estar comprometida, não só pelas doenças associadas, mas, também, pelos problemas comportamentais resultantes de uma antecipação do início da puberdade.
Trabalhos em curso estão a demonstrar uma onda de puberdade precoce nos países em que se observa obesidade excessiva. De facto, as crianças europeias começam, nalguns casos, a manifestar sinais aos sete anos de idade, em vez dos dez e onze anos conforme se trata de meninas ou de rapazes. Ou seja, não tarda muito que as crianças ao entrarem no ensino básico manifestem já o desabrochar de sinais com uma antecipação de três a quatro anos! As consequências destas mudanças hormonais vão-se manifestar no próprio comportamento e na aprendizagem. É difícil antever o futuro destes miúdos que já não são crianças, mas também não são adolescentes, são “qualquer” coisa como “betweens” entre os dois grupos. Às tantas já devem sentir-se com capacidade de sair à noite, conviver em espaços próprios dos mais velhos, com formas de relacionamento a traduzir uma estranha mistura entre criança e o vulcanismo inerente dos tradicionais adolescentes.
Claro que as causas deste fenómeno poderão ter a ver com a superalimentação, a qual, estimula a produção de hormonas sexuais, ou mesmo com os efeitos tóxicos de muitas substâncias que andam por aí – fruto da poluição humana – e que também simulam as mesmas hormonas, como se estivessem a ser sujeitos a verdadeiras e perigosas “terapêuticas” hormonais. Outras hipóteses têm sido consideradas, tais como, o excesso de televisão, ou, no caso das meninas, a falta da presença do pai.
São precisos mais estudos para comprovar estas hipóteses, mas, de qualquer forma, convém estarmos atentos para estes fenómenos, os quais vão dar muitas dores de cabeça aos pais e educadores. As hipóteses de maternidade precoce, abandono escolar ou rendimentos económicos diminutos são equacionadas. A par destes eventuais problemas não nos admiraremos se, no futuro, um miúdo ou miúda de nove, dez anos ou onze anos, começar a discutir política ou a exigir a produção de preservativos “small”, apesar de terem, ainda, de andar sentados nas cadeirinhas adequadas à idade nos popós dos papás! …
Interessante post. Aguardemos, contudo, mais estudos sobre a matéria.
ResponderEliminarNão sei responder. O que posso dizer é que a evolução se fez na carência e nunca na abundância. Como a "abundância" é muito recente - pertencemos à primeira ou à segunda geração que não sofreu fome (no mundo ocidental) - é prematuro afirmar algo nesse sentido.
ResponderEliminarMas vamos estar atentos...