terça-feira, 30 de agosto de 2005

Uma certa soberba

Ouço Manuel Alegre a anunciar o que já se sabia, que já não se candidata.
Nenhuma novidade, sendo todavia estranha a atenção que alguns dos media dedicam às não intenções dos não-candidatos.
O que verdeiramente começa a irritar é a incontida soberba com que Alegre se conduziu e conduz neste assunto das presidenciais. O mesmo se pode dizer de Soares. Ouço na SIC pela enésima vez Mário Soares a responder a um daqueles jornalistas-analistas-comentadores (que tocantemente não esconde o enlevo quase hipnótico pela vetusta figura!), que só se candidata para travar o passeio que Cavaco Silva preparava para a Avenida da Liberdade (infeliz imagem, a de ver alguém ser impedido de passear pela avenida que é da liberdade...).
Mas um e outro escondem mal a enormidade dos respectivos egos e a irresistível ambição que os move. Acham que o destino é de esquerda e são eles os predestinados.
Enfim, pode a esquerda não estar à míngua de candidatos. Mas que está cada vez mais velha, e com tiques de decrepitude, ai lá isso está!


2 comentários:

  1. É verdade, pelo menos a maioria de nós sabe falar português...já os srs. da TVI e o MST devem estar a treinar em demasia o castelhano, pois quer me parecer que não houve um que tenha percebido a mensagem.

    No entanto só posso dizer que a decisão de Alegre me alegrou imensamente e deve ter alegrado todos aqueles que estão fartos deste tipo de política baseado em questiúnculas e querelas insípidas e inconsequentes, que nada de bom trazem ao país a não ser a tão falada má governação (sim! porque o PR também ajuda à festa da Governação) que só prejudica o país. E porquê?

    Por três simples razões:
    1- O caro Alegre hoje acabou por dizer que como não queria ser um motivo fracturante da esquerda e do PS (leva-se em grande conta este Sr. han?!) estava implicitamente a indicar que era um candidato eminentemente de esquerda, logo é legítimo colocar a questão de que se para este Sr. os interesses da esquerda e do PS são mais importantes que os interesses do povo português que este "Republicano de vão de escada" tão grandemente fez questão de sublinhar e defender, qual D. Quixote contra o sistema, então onde é que caberia a imparcialidade e liberdade democrática que se espera de um PR?

    2- Um indivíduo que tão pomposamente se desdobra em jantares de apoio, grita ensurdecedoramente que não é bonito um homem que foge à luta durante dias e semanas a fio e quando chega à hora H frenéticamente abana a bandeira branca e diz que "outros combates e oportunidades" surgirão, também é legítimo perguntar que lugarzito é que lhe foi prometido para se calar...e sair subrepticiamente de cena (deixando aberta uma fresta caso o MS resolva não avançar por algum motivo desconhecido).

    3- O objectivo de toda esta "encenação" de concentrar a atenção da sociedade para esta situação política, desviou a atenção do "povinho" de outros problemas políticos bem reais, que durante n dias e semanas ninguém dedicou muito tempo a analisar.

    Como dizem os americanos e muito bem, e julgo que se aplica a este nosso alegre amigo "when the going gets tough, the tough gets going!", e assim qualquer esperança de haver alguma verdadeira luta para as presidenciais foi-se por água abaixo...

    Perante tudo isto assiste, e marca pontos, o nosso caro Prof.CS, que silenciosamente diz mais que qualquer outro destes "batanetes" que vão pavoneando o seu desmesurado ego pelos nossos media.

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  2. Essa de passear pela Avenida da Liberdade brada aos céus! Será que ele não sabe quão perigoso é passear por uma avenida tão poluída?
    Não tarda muito para o nosso país se transformar num Principado da Fuzeta!...

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