Na anterior legislatura foi aprovada a Lei de Bases da Educação que acabou por ser vetada pelo Presidente da República. Foi um processo duro que exigiu muito esforço.
Dentro dos inúmeros aspectos abordados recordo-me de um que tinha a ver com a possibilidade dos estabelecimentos do ensino superior ministrarem cursos (A formação pós-secundária é ministrada em estabelecimentos de ensino secundário ou de ensino superior, podendo assentar em parcerias que envolvam, nomeadamente, as estruturas empresariais) para aqueles que não sigam a “carreira” normal. É óbvio que a riqueza de informação e a capacidade formativa são muito elevadas e não devem ser cerceadas aos cidadãos. Deste modo, todos aqueles que nunca tiveram possibilidade de entrar numa universidade passariam a frequentar cursos, de acordo com as suas necessidades, satisfazendo não só a curiosidade, mas também adquirir maior especialização e competência técnica e cultural.
Esta lembrança vem a propósito devido à diminuição de candidatos ao ensino superior, fruto da regressão demográfica e da imposição de novas regras. É notório o desconforto verificado em algumas instituições, não só face ao futuro como também ao presente. Como a necessidade aguça o engenho, começamos a verificar a criação de alternativas, que vai desde uma maior aposta nas pós graduações, à criação de anos zero, passando pela frequência de cadeiras “avulso”.
Atendendo à capacidade de oferta, que entre nós é grande, impõe-se encontrar soluções de forma a satisfazer as necessidades da nossa sociedade. Temos uma das taxas mais baixas de licenciados e uma capacidade suficientemente elevada em termos formativos e informativos. Seria mais um sinal de atraso desperdiçar tamanha riqueza e, por outro lado, ao chamar ao ensino superior muitos dos nossos concidadãos, estaríamos a legitimar o verdadeiro sentido da palavra Universidade. Claro que há muito por fazer quanto ao ordenamento e reestruturação do ensino superior. Muito mesmo. É urgente acabar com alguns cursos e reorganizar outros, a fim de evitar soluções do género “vender” cadeiras “avulso”, senão, apesar da minha área não se queixar de falta de candidatos, ainda poderei correr o risco de um dia por as minhas cadeiras em “saldo” ou fazer algumas promoções…
Se calhar o mal está em semelhante coisa precisar de uma 'Lei de Bases' para ser feita. Se têm a capacidade formativa, se têm clientes, estão à espera que alguém lhes mande trabalhar?
ResponderEliminarPor acaso, via uma enorme utilidade na venda de cadeiras avulso. Acho que as universidades públicas, ou não, conseguiriam aqui um importante mercado e conheço várias empresas que consumiriam tal serviço.
Quanto aos cursos, há anos que defendo 4 licenciaturas: Matemática, Direito, Medicina e Literatura, com as durações que tivessem para sair qualquer coisa de jeito para o mercado ou para uma especialização. O resto, incluindo a 'Enfermagem Veterinária', lixo!