É notório o incómodo de Mário Soares ao ver o país suspenso do anúncio da candidatura de Cavaco Silva. “Já o devia ter feito!” como se a oportunidade tivesse de ser definida pela sua própria agenda. Compreende-se a reacção: MS teve de anunciar a sua candidatura para conter as brechas abertas no Partido Socialista. A seguir a ele apresentaram-se mais dois candidatos partidários, Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã, e um candidato rebelde, Manuel Alegre.
A vantagem de Cavaco Silva é a capacidade de fazer a sua própria agenda e não se condicionar por lógicas partidárias ou mediáticas. É uma boa garantia do que poderá ser como Presidente da República. Mas CS vai mais longe: um discurso que, segundo se anuncia, não durará mais de oito minutos e em que cada palavra será avaliada ao mais ínfimo pormenor. A gestão dos silêncios pode ser tão eficaz quanto a gestão das palavras. O valor das palavras será tanto maior quanto maior for o dos silêncios.
Meus caros amigos, habituem-se!
Atribui-se a Horácio a frase que: "Nunca se tinha arrependido de estar calado e bastas de o não ter estado".
ResponderEliminarO mesmo deve MS estar a pensar agora.
E uma pergunta, o que se passou com MS para entrar nesta embrulhada? Ou acha que não deixou o númeor adequado de descontentes que, agora, lhe vão cobrar os juros?
Cumprimentos
Adriano Volframista
Esse remate de humor 'vitorino' foi bem pensado, sim senhor :-)
ResponderEliminarConcordo. Neste aspecto, Cavaco esteve em grande.
ResponderEliminarCheira-me que esta campanha eleitoral vai ser um 'case study'.
O que é mais importante na música, o som das notas musicais ou o silêncio entre elas?
ResponderEliminarAmbas são importantes na criação de uma melodia.
ResponderEliminarE Viva o Prof. CS!
Belo artigo, David Justino, bem observado...
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