Sempre me fez muita confusão o tempo que se perde com o debate sobre as finanças públicas.
É um debate redutor, já que o verdadeiro debate deveria ser sobre a economia.
Esta lamentável distorção da realidade ilustra bem a nossa situação de estado-dependentes!.…
A par dos políticos, que confundem a gestão da "coisa pública" com a da actividade económica, a comunicação social, mais que analfabeta, completamente inculta em termos económicos, é o maior veículo da ideia da predominância das finanças públicas sobre a economia.
Todos os dias “dá” entrevistas com Ministros e Deputados, todos os dias “dá” debates com reputados "pensadores", quase sempre os mesmos, a dizerem a mesma coisa, todos os dias o défice, os impostos, a receita e a despesa pública são prato do dia no menu informativo.
A ponto de já enjoar e ninguém ouvir!...
E a economia, senhores?
Há boas e excelentes empresas em Portugal, grandes, pequenas e médias, que trabalham, produzem, inovam, exportam, criam emprego e pagam impostos e são a mola real do nosso desenvolvimento.
Certamente os seus empresários, os seus donos ou os seus gestores teriam coisas para dizer, diferentes das dos analistas e dos políticos, e que seria bom a população conhecer.
Mas a comunicação social ignora-os olimpicamente!...
Economia tem a ver, nos tempos de hoje, com inovação, com recursos humanos formados, motivados e competentes, com competitividade e produtividade, com conhecimento.
Mas, sobre isto, quem opina são os “professores”.
A opinião dos empreendedores, ainda muitas vezes apresentados, quando não pior, como meros especuladores, é vista como irrelevante para criar uma opinião pública aberta a uma mudança que aposte na economia, torne as pessoas psicologicamente menos dependentes do Estado e o reduza aos seus objectivos essenciais.
É este o nosso défice!...
Caro Pinho Cardão
ResponderEliminarApenas um exemplo, prático, desse défice:
António Barrto contou há uns anos que, uma aldeia do interior era servida por uma carreira de autocarro que passava na estrada algumas centenas de metros da mesma.
No local da paragem, não existia resguardo e assim ficou durante vários meses. Ninguêm se lembrou de juntar todos os habitantes e, entre eles, fazerem um alpendre, apresentando depois, a conta,à junta ou à Camâra, claro.
Preferiram o mau tempo, as gripes, o desconforto e as ladainhas do que a solução do problema.
Assim, não sei, sei não...
Cumprimentos
Muito bem dito Pinho Cardão.
ResponderEliminarEconomia e política económica, não há, nem faz parte do dicionário do executivo. A função deles é mais "Bombeiros". Apagam uns fogos aqui e ali. Andam a tentar resolver uns problemazitos de tesouraria (acho que é assim que se chama). Agora, estratégia, estratégia não só não há nenhuma, como também foi o ministério da economia que levou um corte orçamental agora para 2006.
«Portantos», «axo que sim, tá-se bem!»
Que beleza, e clareza de análise!
ResponderEliminarPois é, os professores. Mas têm de ser universitários!...
Quantos exemplos temos de gestores(as)/emprendedores(as) em cargos públicos?
Mas daqueles com provas dadas, ligados a empresas que criaram e criam riqueza. Reconhecidos...
Não de "estrelas cadentes" de negócios virtuais, daqueles com longos currículos de projectos apresentados (e financiados) nunca se sabendo notícias (dos resultados) da sua conclusão. Destes temos exemplos, de mais...
A CS é a menos culpada disso, só "dá notícia" da realidade...
Ora aí está, meu caro Pinho Cardão. É esta mesma a minha percepção de leigo.
ResponderEliminarJá agora anuncio que no próximo Prós e Contras vamos ter um outro professor de há muito reclamado para dar o seu prestimoso contributo no desvendar do mistério da economia (não confundir com miNIStério da economia): O celebérrimo Professor Karamba!
Boa noite meu caro Pinho Cardão!
ResponderEliminarUm artigo inteirinho e não discordo de nada!
Caramba.
:-)