Gostaria de vos desafiar para um pequeno exercício... de imaginação.
Imaginem uma autarquia portuguesa que durante 12 anos foi governada por uma maioria de esquerda.
Imaginem uns quantos militantes de um partido político, que durante esses 12 anos estiveram na oposição e que combateram essa maioria de esquerda.
Imaginem que volvidos aqueles 12 anos, esses militantes conseguem eleger um Presidente da Câmara do seu partido.
Imaginem agora que passados mais 4 anos o partido político desses militantes apresenta uma lista a essa Câmara Municipal, onde pontifica em segundo lugar um dito "independente" que durante vários anos esteve eleito pelas listas da então maioria de esquerda.
Imaginem o estado de espírito desses militantes.
Imaginem como eles sentem esta deslealdade para com a sua memória e património político.
Infelizmente, isto não é o resultado da imaginação.
Passa-se em Lisboa, com as listas do PSD.
Passou-se isto por exemplo em Benfica com a integração (e eleição)de um autarca que era do PCP, eleito pela coligação PS/PCP nos dois últimos mandatos, chegando inclusive nu último a substituir na Presidência o Presidente quando este esteve ausente por doença.
ResponderEliminarCurioso é que em Benfica o PSD ganhou a Presidência quando a esquerda aumentou quase 6% dos votos. Simplesmente porque à esquerda desta vez não houve coligação.
os mandatos foram:
2005 2001
PSD 8 9
PS 7 10 (ps+pcp)
PCP 3
BE 1 1
CDS 0 1
a Freguesia encolheu dois mandatos e eles foram perdidos pela direita. Mas o PSD ganhou. Com quem é que o próximo presidente vai governar?
Ps. Eu sou suspeito em estar a falar porque tendo sido o número dois da lista anterior desta vez nem falaram comigo, desprezaram a mais valia eleitoral que imodestamente valho em Benfica, e preferiam o ex PC porque era vice Presidente da Associação de Reformados.
Não confundi independência com oportunismo.
ResponderEliminarOu será que basta que alguém se declare independente para num dia poder ser do CDS, depois saltar para o PS e agora parar pelo PSD?
Pelos vistos basta que alguém se declare independente para não lhe ser exigida coerência...
Lembram-se quando o PSD em 1993 "comprou" vários Presidentes de Câmara de outros partidos para se candidatarem pelo PSD?
Será que as listas candidatas às autarquias podem ser feitas como se formam as equipas de futebol?
Caro VReis,
ResponderEliminarDeixe-me transcrever parte de um texto que li:
"Nós: o ( pedro, a maria, o antonio o manel ) somos aqueles que vocês encontram desde há muito pelas ruas de Vila Nova e Alvito, conhecem as nossas famílias e as nossas historias de vida, têm ideia das nossas qualidades e defeitos, sabem que somos diferentes uns dos outros, que temos opiniões diversas sobre muitas coisas, sabem que entre nós, mesmo no campo político partidário, as simpatias são muito diferenciadas"
Isto foi tirado de um comunicado do movimento independente que ganhou no Alvito. Não há partido político que consiga ganhar a isto. Neste sentido, em resposta à sua pergunta "Será que as listas candidatas às autarquias podem ser feitas como se formam as equipas de futebol? " a resposta é: Sim, pelo menos as que ganham!
Olá Vitor Reis, também quero cumprimentá-lo pelo seu regresso a este espaço e cá estaremos para manter acesas trocas de opinião com a cordialidade de sempre.É isso que anima o blog!
ResponderEliminarQuanto ao seu texto, não posso deixar de concordar plenamente com o que disse o Pinho Cardão, acrescentando ainda um pequeno ponto: é que o tempo de discussão sobre a composição das listas já está passado, a equipa foi ganhaadora e agora o PSD tem a responsabilidade de governar a Câmara com a qualidade e a coragem que prometeu.Estou certa que o fará, com o compromisso de todos os seus elementos e a nossa solidariedade para apoiar a sua acção.
Susana e vascodagama
ResponderEliminarSe o PSD tivesse perdido as eleições em Lisboa era fácil desancar os derrotados... Como ganhou considero que é ainda mais interessante discutir este assunto.
Se tivesse suscitado esta questão quando as listas estavam a ser elaboradas, alguns teriam dito que eu tinha segundas intenções...
E com esta liderança no PSD já teriam chovido as ameaças de processos disciplinares.
Agora que as eleições já passaram é que devemos colocar o dedo na ferida.
Como militante do PSD sempre lutei por alargar a base de apoio do meu partido. Sempre respeitei os independentes que se juntaram ao PSD e sempre convivi com eles. Não sou daqueles que tem medo de perder o lugar quando o PSD cresce. Não existem lugares cativos e a renovação é um processo saudável em qualquer partido político.
Mas tenho memória e não me esqueço dos que andaram durante vários anos a justificar as medidas da maioria de esquerda em Lisboa, que votaram a favor do elevador para o Castelo de S. Jorge (lembram-se?), que aceitaram o terminal de autocarros no Arco do Cego (espero que ainda se recordem) e que deram cobertura aos mais diversos disparates de João Soares.
E nestes casos o problema não está só do lado dos saltimbancos que mudam de partido como quem muda de camisa.
O principal problema está nos partidos que aceitam "fazer aquisições neste mercado". E por muito que lhe possa custar meu caro vascodagama, este problema vem de longe e teve uma particular expressão nas eleições autárquicas de 1993.
Meu caro Indiscreto... ou lá como se chama pois deve ter outra identidade
ResponderEliminarInveja? Ciume? Cegueira de oposição a Marques Mendes? Falta de humildade? Dificuldade em trabalhar em equipa?
Já reparou na hostilidade com que reagiu ao meu post? Porque é que não abordou o tema que eu suscitei em vez de procurar atribuir-me motivações que não existem?
De facto não sou perfeito, nem infalível. Mas gostaria de saber quais são as asneiras e disparates que me atribui.
Terá sido o facto de eu ter sido o único vereador de Lisboa que votou contra o elevador para o Castelo de S. Jorge? Espero pelos seus exemplos.
Uma última nota. Estou mesmo desligado, por vontade própria e desde 2002, da actividade política autárquica em Lisboa. Compreenderá que após 16 anos consecutivos de trabalho político em Lisboa me apetecesse parar.
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