Os estudos sobre a longevidade têm-se multiplicado constituindo uma das áreas mais promissoras da investigação. É compreensível. Desde sempre que o homem procura a fonte da longevidade ou o elixir da vida. O medo da morte empurra-o à procura da imortalidade. Não sei se valerá a pena ser imortal. Deve ser muito cansativo. Além do mais imortalidade sem juventude não deve ser muito agradável que o diga Titonus que ao apaixonar-se pela deusa Aurora fez com que esta pedisse ao todo poderoso Zeus a imortalidade para o seu mortal amado. Zeus que não gostava muito que as suas deusas se apaixonassem pelos mortais satisfez-lhe o desejo. Assim Titonus alcançou a imortalidade mas envelheceu tanto que ficou demente e não havia maneira de morrer. Também não podia! Aurora com pena transformou-o em gafanhoto, símbolo da imortalidade.
Há algum tempo que se sabe que a hereditariedade tem um forte componente genético. Além dos genes existe um outro mecanismo que tem a ver com os telómeros. São “apêndices” existentes nos cromossomas. À medida que se dividem vão ficando mais curtos. Ao sofrerem novas divisões ficam mais curtitos, a tal ponto que já não conseguem dividir-se mais e, assim, zás! Acabou! Logo é fácil de compreender que os possuidores de telómeros mais longos conseguem mais divisões e, consequentemente, os seus proprietários vivem mais. O interessante é o facto desta característica ser transmitida pelo pai, mas não pela mãe. Aqui está uma provável fonte de discriminação sexual! A confirmar-se este achado, lá temos que obter informação sobre a sobrevivência do pai, do avô, do bisavô e por aí acima, “desprezando” o lado feminino. Mas, ainda há mais. Parece que os telómeros dos espermatozóides vão aumentando à medida que os indivíduos envelhecem, transmitindo esta característica aos descendentes. Sendo assim, o provérbio, “homem velho e mulher nova fazem filhos até à cova” deve ser complementado por um outro: homem velho e mulher nova fazem filhos que nunca mais chegam à cova…
Ora aqui está o post verdadeiramente didáctico!
ResponderEliminarMuito interessante, como sempre, O Prof. Massano, como todos os bons professores, tem este condão de contar as coisas complicadas de uma forma muito simples e divertidas!
ResponderEliminarEntão a culpa de um comportamento social - que se aprende desde o berço, ou até mesmo antes, quando começam com a história do azul para o menino e o cor-de-rosa para a menina - é dum "apêndice"?!?
ResponderEliminarEu não acho isso nada bem!... Um "apêndice"!...
Caro prof. digo desde já que isso não é nada romântico. Ainda por cima um "apêndice" chamado telómetro. Mas por outro lado, é uma ideia bastante interessante que pode dar início à construção de novas teorias politico-sociais, era engraçado fazer uma tese sobre isso.
Pessoalmente, não consigo apresentar nenhum projecto de tese pois encontro-me numa fase de bloqueio mental de longa duração, também designado por "branca". Só que no meu caso, a folha não está branca, tem é tanta coisa e tantas ideias que não consigo concentrar-me numa só. Bom, vou continuar à espera que isto passe.
Tirando isso, gostei deste "post".
Caro Anthrax
ResponderEliminarOs telómeros são as extremidades dos cromossomas. São regiões de ADN não codificante, altamente repetitivas, cuja função principal é a estabilidade estrutural dos cromossomas nas células eucariotas, a divisão celular e o tempo de vida das células.
Telómero do grego telos, “final” e meros, “parte”.
Já está corrigido o “apêndice”. È um pouco mais aborrecido, mas cientificamente correcto.
Um abraço