quarta-feira, 23 de novembro de 2005

A insustentável leveza das perquntas incómodas!...

Antes dos Debates de Dezembro, iremos ter ainda uma série de entrevistas com os Candidatos.
Na linha das considerações que a Suzana Toscano já fez neste bolg sobre as entrevistas, também Eduardo Sintra Torres fez no Público de sábado passado uma apreciação global das entrevistas à TVI.
Destaco a seguinte síntese:

“…Ao fim das entrevistas…percebeu-se que a sua…( entenda-se da entrevistadora Constança da Cunha e Sá) inclinação foi subrepticiamente para Soares. A Cavaco, ela confrontou durante 2/3 do tempo com uma bateria de perguntas sobre o seu passado de governante e até o confrontou com um artigo teórico e académico escrito em 1977, isto é, há 28 anos, antes de ele ter ocupado alguma vez ocupado um cargo político.
Retrospectivamente, verifica-se que Cunha e Sá não colocou nem uma única pergunta difícil a Mário Soares sobre o seu passado próprio: nada sobre Soares governante, nada sobre Soares presidente, nada sobre o caso Mateus, sobre as quais Soares nunca foi confrontado em directo desde que deixou Belém…”

Não sou adepto dos exames fáceis, até porque Cavaco também não o era, era até muito exigente. Eu sei…até porque fui testemunha e… vítima!...
Mas os exames têm que ser iguais para todos e não preparados para alguns escolhidos poderem escapar das perguntas incómodas!...
Que são tão leves para alguns, que até se esvaem antes de serem postas!...

4 comentários:

  1. Ouvi hoje à noite, nos noticiários ,deixou no ar uma gaffe:

    "tenho mais que fazer do que olhar para o futuro." E é verdade...

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  2. GRANDE ENTREVISTA DE CAVACO SILVA A KATIA REBARBADO D'ABREU (3ª Parte) - "A Economia Medíocre"

    (Continuação)

    K.R.A. – Se há expressão que ultimamente o tenha notabilizado foi a de “Economia Medíocre”. Do seu ponto de vista, Professor, o que é uma economia medíocre?...

    C.S. – Minha senhora, a resposta à sua pergunta é… elementar: uma economia medíocre é o estado económico em que Portugal presentemente se encontra.

    K.R.A. – Conseguiria, mais precisamente, defini-la?…

    C.S. – Bom… (silêncio. Bebe um copo de água)

    K.R.A. – Posso ajudá-lo? Do ponto de vista de vários analistas, a Economia Medíocre, de que o Professor fala, é aquela onde as indústrias não produzem nada que se consiga vender lá fora, nem cá dentro, onde, consequentemente, as pessoas são obrigadas a importar todos os produtos que usualmente utilizam, desde os mais correntes, do quotidiano, até aos chamados “objectos de luxo”, onde o Estado e os intermediários vivem numa situação de permanente usura e cego encarecimento de bens, dos estritamente indispensáveis aos de aparato, através de todo o tipo de taxas e impostos, e tudo isto num cenário onde Portugal continua a apresentar dos salários mais baixos do Espaço Comunitário, e onde, ao contrário deste, a Classe Média é residual, e obrigada a viver como que entalada entre uma elite, que tudo se permite, e uma gigantesca base, cada vez mais crescente, de desfavorecidos… Para muitos, isto é a Economia Medíocre de que o Professor fala.

    C.S. – Bom, se quiser enfatizar a situação, eu até posso aceitar que veja as coisas desse modo, mas esse não é o retrato fiel do Portugal de progresso e estabilidade a que eu quero presidir…

    K.R.A. – mas este é o Portugal que presentemente se lhe oferece, o Portugal atolado na mais profunda Política Medíocre…

    C.S. – Minha senhora, permita-lhe que discorde… Eventualmente, terei exagerado nessa expressão. No sentido em que lhe dá, “economia medíocre” parece referir-se a um estado de coisas completamente paralisado. Ora, deixe que lhe relembre que a área do meu Doutoramento não foi propriamente a da Economia, eu sou antes um académico, um especialista em Finanças Públicas…

    K.R.A. -- … que, como toda a gente sabe, consequência da economia medíocre, também se encontram num estado lastimoso…

    C.S. – É por isso que eu sempre defendi a importância do Sector Privado. A senhora olha para o sector privado, e não vê as finanças do Sector Privado num estado lastimoso. Atente-se, por exemplo, no crescimento dos bancos, das companhias de seguros, de alguns sectores de ponta da actividade…

    K.R.A. – Não discuto isso. Discuto que isso poderia ser mais um sinal da doença, e não da saúde, e, acima de tudo, da inoportunidade da sua intervenção. Relembro, aliás, que o Professor Cavaco gosta de ser conhecido como um homem reservado, mas acontece-lhe que, sempre que intervém publicamente, acaba por emitir juízos de valor, que, rapidamente, se transformam em aforismos, e, como tal, são repetidos vezes sem conta. Também são seus, e não menos célebres, o “raramente me engano e nunca tenho dúvidas”, a comparação entre “a boa e a má moeda”, e, agora, a ideia da “economia medíocre”. Deixe que lhe diga que essa intervenção pode ter tido, sobre um país mergulhado na apatia e disforia, um efeito semelhante ao infeliz “país de tanga” com que Durão Barroso, o mais querido dos seus discípulos, se bem se lembra, inaugurou o ciclo de recessão económica que atravessamos…

    C.S. – Convenhamos que também havia algum exagero na expressão de Durão Barroso, já que, é certo que existia um enorme “deficit” público, mas relembro-lhe que o sector financeiro privado estava de excelente saúde…

    K.R.A. – Então, a expressão ideal para esse estado de coisas poderia ser, por exemplo, e recorrendo a uma metáfora na mesma linha da do Dr. Durão Barroso, “um país de tanga, com uma Finança revestida de sedas”.

    C.S. – (sorriso) Tenho de lhe confessar que isso já se aproximaria mais da minha própria apreciação da situação actual.

    (Continua)

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  3. Ora, caro Pinho Cardão! Isso é pergunta que se faça?

    Foi o sempre inimitável, o inconfundível, o impagável candidato ...que na mesma tirada, que passou ontem nos noticiários da noite, na tv, disse ainda esta:
    "Já sei que a sua cabeça é fazer essa pergunta...".

    Estas tiradas é que deviam ser colocadas lá no blog imprescindível do...Super, Super...Mário, pois claro!

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  4. Não há engano. Apontei logo, porque até achei incrível.

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