A notícia do Expresso sobre “Sampaio exige apoios à natalidade” levou-me à procura de um artigo que escrevi em meados de 2002. A situação é muito grave e aplaudo as palavras do Senhor Presidente ao apelar a medidas que fomentem a natalidade.
Portugal sem capacidade de renovação das gerações
A estrutura demográfica de Portugal tem vindo a sofrer alterações muito significativas ao longo dos últimos decénios. As consequências dessas modificações podem ter efeitos negativos no bem-estar e desenvolvimento do país, num futuro relativamente próximo.
O envelhecimento de topo da sociedade portuguesa acelerou-se de uma forma notável, traduzindo positivamente, modificações de ordem social, cultural, económica e de saúde. Mas, o envelhecimento da população sofreu e sofre de um agravamento devido ao envelhecimento de base. Neste último caso, prende-se com a diminuição da natalidade verificada nos dois últimos decénios. É do conhecimento dos técnicos que, para manter uma estabilidade demográfica, é necessário que a taxa de fecundidade seja da ordem dos 2,1 filhos por casal; cifra mínima que permite assegurar a regeneração das gerações. A última vez que se atingiu esta cifra foi em 1982. Desde então, temos vindo a observar uma redução de tal forma preocupante que, presentemente, ronda os 1,5 a 1,6. Qual o significado desta redução? Muito simplesmente não terem nascido cerca de 700.000 indivíduos de 1982 a 2002. Se continuarmos nesta situação, e tudo aponta para que sim, as perspectivas para os próximos dois decénios traduzir-se-á num défice de mais 900.000 portugueses! A “falta” de cerca de 1.600.000 portugueses no período de 1980 a 2020 vai condicionar a vida dos nossos compatriotas. As repercussões ocorrerão a nível da segurança social, ensino, saúde e outros sectores, com naturais contornos negativos que, importa ultrapassar.
Não esqueçamos que são necessários cerca de 25 a 30 anos para produzir um adulto activo e produtivo! Compete aos responsáveis actuais a implementação de medidas que promovam a natalidade.
A redução da natalidade tem causas próximas e remotas facilmente identificáveis e que traduzem o evoluir de projectos sociais, próprios das sociedades desenvolvidas.
Claro que não é difícil nem muito complicado fazer filhos. Mas então, porque não produzimos mais? As respostas são mais do que evidentes. Já lá vai o tempo em que um filho era um “investimento”, agora passou a ser uma “despesa”. Velhos, pobres e desesperados, ainda nos arriscamos a perder a vontade de fazer o que ainda vamos fazendo…
A talhe de foice informo que não contribui para a redução taxa de fecundidade. Contribui com três belos filhos.
Pois,pois...
ResponderEliminarEu estou em falta. Já contribui com dois, mas estou com sérias dificuldades para fazer os 0,1 que me faltam...
ResponderEliminarÉ perfeitamente compreensível...
ResponderEliminarmais um apelo de Jorge "Apelos" Sampaio...bom eu ainda posso dar o meu contributo..como diria George COnstanza "MY boys can swim!"
ResponderEliminarParabéns Prof.! ;)
ResponderEliminarPoucos são aqueles que se lembram da questão demográfica que é na verdade, uma questão que vai influenciar tudo num país.
Lembro-me que aqui há uns anos atrás as Universidades privadas entraram em crise por estarem sobre-dimensionadas. Sem estudantes não há Universidade que resista, da mesma maneira que sem alunos não há escola que possa ser mantida aberta e sem crianças não há Sistema de Segurança Social que sobreviva no futuro.
Com uma garrafa de coca-cola tributada a 5% de IVA e um pacote de fraldas tributado a 21% de IVA, é natural que as pessoas optem pela coca-cola. Por isso, a minha contribuição está "on hold".
Mais uma vez o Dr. Sampaio, como antes já o fizera o Dr. Constâncio quando afirmou que afinal o maior problema do país era demográfico, descobriu o que toda a gente já sabia há mais de uma década. Descobriu a roda por assim dizer. E concerteza que achará por bem, em linha com o seu ideal socialista, substituir esses 1 600 000 portugueses que faltam por "equivalentes" brasileiros, mais baratinhos e menos dados a reivindicações, sim porque a democracia neste país foi uma conquista da geração do Dr. Sampaio, certamente que inspirado nos grandes curadores Almeida Santos e Mário Soares, e agora só resta mantê-la. Como terá já "negociado" com o seu homólogo Lula da Silva, também socialista e presidente de um país com imensas potencialidades de "progresso" (leia-se destruição por via da modernização socializante), a transferência deste contingente humano, fiscalmente interessante e indispenável para a realização daqueles trabalhos que os portugueses não querem fazer, terá já começado em força e vai continuar concerteza durante os próximos anos. Não há nada melhor do que ser Rei numa "democracia" destas. Já não é preciso "colonizar" e muito menos evangelizar, pois o a religião é inimiga do socialismo. Acaba-se com o povo da Nação e mete-se lá outro muito mais dócil, não é assim?
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