Tendo da economia uma visão liberal, considero o proteccionismo o maior obstáculo ao desenvolvimento.
O Governo justificou a actualização de 3% no ordenado mínimo, ligeiramente superior à inflação, “para não pôr em causa a competitividade da economia e não aumentar o desemprego”.
Na minha opinião, os aumentos aprovados, como outros anteriores similares, constituem, ao contrário, um dos grandes atentados à competitividade de muitas empresas portuguesas.
Como o foram as leis Mateus, com este ou outro nome, os perdões fiscais, a não entrada em vigor do artigo 35º do Código das Sociedades Comerciais, que obrigaria à capitalização das empresas, situações que vêm prolongando artificialmente a vida de empresas parasitas, que não criam qualquer valor e distorcem a concorrência.
O ordenado mínimo passa de 374,7 euros para 385,9 euros, subindo 37 cêntimos por dia, 11,2 euros por mês, equivalente 157 euros por ano.
Com encargos, cada trabalhador com salário mínimo “custará” mais à volta de 195 euros por ano, a “enormidade” de 39.000$00 na moeda antiga!...
Dizer que uma empresa, qualquer que seja a sua configuração jurídica, não pode substir e entra em colapso se tiver que suportar mais que 195 euros por trabalhador/ano, é um verdadeiro hino ao “laisser faire” que predomina na nossa economia e o melhor incentivo em manter tudo mal, como está.
Mas suponhamos que não é uma empresa com um trabalhador, mas que tem 100, sendo já uma média empresa.
Achar que uma empresa digna desse nome não pode subsistir se tiver que suportar mais que 19500 euros por 100 trabalhadores/ano, mais que apoiar, é aplaudir o statu quo existente.
É óbvio que um empresário ou uma empresa que assegura a sua exploração na base de mão de obra tão barata não vai fazer qualquer esforço de organização, de modernização, ou de implantação de novos métodos, de aumento de produtividade.
Não vai; pelo contrário, vai continuar a vegetar, pagando mal trabalhadores, tarde aos fornecedores, não pagando, mesmo, ao Estado, distorcendo a concorrência, não fazendo qualquer progresso na produtividade.
E, ao fim e ao cabo, com a bênção do Governo!....
(A continuar)
Na minha opinião, os aumentos aprovados, como outros anteriores similares, constituem, ao contrário, um dos grandes atentados à competitividade de muitas empresas portuguesas.
Como o foram as leis Mateus, com este ou outro nome, os perdões fiscais, a não entrada em vigor do artigo 35º do Código das Sociedades Comerciais, que obrigaria à capitalização das empresas, situações que vêm prolongando artificialmente a vida de empresas parasitas, que não criam qualquer valor e distorcem a concorrência.
O ordenado mínimo passa de 374,7 euros para 385,9 euros, subindo 37 cêntimos por dia, 11,2 euros por mês, equivalente 157 euros por ano.
Com encargos, cada trabalhador com salário mínimo “custará” mais à volta de 195 euros por ano, a “enormidade” de 39.000$00 na moeda antiga!...
Dizer que uma empresa, qualquer que seja a sua configuração jurídica, não pode substir e entra em colapso se tiver que suportar mais que 195 euros por trabalhador/ano, é um verdadeiro hino ao “laisser faire” que predomina na nossa economia e o melhor incentivo em manter tudo mal, como está.
Mas suponhamos que não é uma empresa com um trabalhador, mas que tem 100, sendo já uma média empresa.
Achar que uma empresa digna desse nome não pode subsistir se tiver que suportar mais que 19500 euros por 100 trabalhadores/ano, mais que apoiar, é aplaudir o statu quo existente.
É óbvio que um empresário ou uma empresa que assegura a sua exploração na base de mão de obra tão barata não vai fazer qualquer esforço de organização, de modernização, ou de implantação de novos métodos, de aumento de produtividade.
Não vai; pelo contrário, vai continuar a vegetar, pagando mal trabalhadores, tarde aos fornecedores, não pagando, mesmo, ao Estado, distorcendo a concorrência, não fazendo qualquer progresso na produtividade.
E, ao fim e ao cabo, com a bênção do Governo!....
(A continuar)
Metadiálogos de Boliqueime (XIII) -Um São Francisco de Assis da Lapa-Pobre
ResponderEliminar-- AI, VÓ, EU NÃO QUERO IR MAIS PARA O COLÉGIO!...
-- Então, por quê, meu quequezinho de coco?
-- Porque o "Naifas" anda lá com uma foto do "Expresso" a mostrar a toda a gente, e a dizer que eu sou mesmo o neto do Cavaco, e eles chamam-me muitos nomes!...
-- Querido, mas tens de perceber que faz parte do caminho da Cruz sofrer, para poder chegar onde o vovô quer chegar. Pensa no vovô como um mártir, numa pessoa em que todas as pessoas más batem e que vai ganhar porque as pessoas boazinhas deste país vão ter pena daquele santo homem em quem tanto se bate, e vão votar nele, pondo a cruz no Coitadinho...
-- Ó, vó, mas eles chamam-me nomes tão feios!... Por que é que o "Expresso" pôs, na primeira página, a fotografia do vovô connosco?... Eu não queria aparecer na primeira página do "Expresso"!... Eu sou muito pequenino para aparecer na primeira página do "Expresso"!...
-- Meu meio quequezinho de coco... O "Expresso" pôr o vovô contigo na primeira página para mostrar aos Portugueses que ele não era só o homem mais poderoso de Portugal no tempo em que mais dinheiro havia para se roubar, e se roubou, em que o dinheiro que vinha para os Portugueses acabava a forrar as paredes de bancos duvidosos, que o vovô não se limitou a criar muitos pobres, muitos desempregados, muitas pessoas sem abrigo, muitos drogados, muitos arrumadores de carros, muitos prédios horríveis nos subúrbios, muita gente a ganhar misérias com contratos a prazo, muitas empresas-fantasma, para sacar dinheiro e desaparecer do mapa, todas as estratégias para não pagar impostos, que o vovô não era só aquele homem do tempo em que os doentes eram contaminados, por questões de economia, com lotes cheios de HIV, em que se dispersavam polícias à mangueirada, em que se dava com o cacete no povo, e os rapazinhos que iam ver que barulho era aquele acabavam paraplégicos com balas de metal, disparadas por armas de borracha, cravadas na coluna... O "Expresso" publicou a foto do vovô com os seus netinhos para apelar ao afecto, e mostrar que o vovô, para lá das boas obras atrás realizadas, também era um coração de Deus, um sofredor, um São Francisco de Assis da Lapa Pobre, capaz de procriar, e de estender a sua asinha de vovô-galinha por cima de quatro netinhos muito fofos!...
-- Ó, vó, mas o vampiro, a piranha e a hiena também procriam e protegem os seus netinhos, não é?...
-- Sim, querido, mas desse facto da História Natural, o "Expresso" não se lembrou. Os jornais não podem mesmo saber tudo, né?...
(Cai a renda de bilros, que, por causa das pregas desagradáveis, Maria, Modesta e Modista, ajeita carinhosamente com a mão)
Caro Pinho Cardão,
ResponderEliminarEspero pelo fim? É que essa da capitalização...
Só 3 comentários? Não se inibam! Continuem. Aqui o Empregado por Conta de Outrém está ansioso por ler mais argumentos...
ResponderEliminarEstimado Pinho Cardão,
ResponderEliminarAinda não me pronunciei. Estou só... espectante!
Mas ainda não percebi, já vale? Já podemos 'cascar'?
ResponderEliminar