Cada vez é mais frequente ler nos jornais as comemorações de aniversários de centenários. Há alguns anos lia com curiosidade a notícia. Mas com o tempo deixei de ligar, devido ao facto de começar a ser tão comum. De facto, o clube de centenários está a aumentar cada dia que passa. Contabilizam-se por duas centenas de milhares os que conseguiram atingir e ultrapassar a mágica fasquia dos cem anos.
Fruto de conquistas alcançadas através de uma melhor alimentação, higiene e cuidados médicos, aliadas a factores genéticos e a condições interessantes como ter sido o primeiro filho ou o facto de ter nascido em Dezembro (vantagem superior aos que nascem em Junho!), os seres humanos criaram uma quarta idade que tende a explodir e até uma quinta constituindo esta, naturalmente, um clube muito restrito, os dos supercentenários. Para alcançar este estatuto tem de atingir os 110 anos. Não é fácil, já que apenas um em cada 1.000 que faz 100 anos chega lá. O número de supercentenários ronda os 300 a 450, sendo na sua esmagadora maioria mulheres.
A vaidade em alcançar idades avançadas leva muitos a falsear a data de nascimento. Nalgumas partes do globo, Japão, por exemplo, quase que adquirem um estatuto de semideuses. Enfim, naquelas faixas etárias a vida corre mesmo com uma velocidade imprópria para cardíacos.
Quando se questiona quais os segredos, todos, sem excepção, apresentam a sua receita, desde os iogurtes ao azeite, passando pela aguardente e até o vinho do Porto. Neste último caso a mulher que mais tempo viveu até hoje, de uma forma documentada, Jeanne Calment (122 anos e 164 dias), era, como gostava de afirmar, “uma apaixonada pelo vinho do Porto”.
Saber quantos anos ainda nos resta de vida não é difícil de calcular. Um investigador californiano criou um “indicador de morte” baseado em 12 questões que, aplicado a pessoas com mais de 50 anos, permite conhecer a probabilidade de morrer nos próximos anos. Não é nova a ideia, já que muito frequentemente utilizamos tabelas para prever certos acontecimentos sobretudo na área cardiovascular. Alguns autores consideram que se trata de um bom instrumento que pode ajudar a melhorar a saúde dos velhos. Pessoalmente não vejo como, a não ser que o indicador dê uma probabilidade elevada de morte nos próximos anos, a ponto de o “condenado” começar a beber uns copitos, de preferência vinho do Porto, para esquecer a previsão, e, desta forma, quem sabe se não irá enganar as tais tabelas arriscando-se a entrar no clube de supercentenários, ou, então, dos centenários!
Gostava de saber quantos é que gostariam de afirmar "j'ai été oubliée par le Bon Dieu”, como dizia Jeanne Calment…
Convite
ResponderEliminar5 manias pela Corrente.
[Cada bloguista participante tem de enumerar cinco manias suas, hábitos muito pessoais que o diferenciem do comum dos mortais. E, além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher cinco outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogues aviso do "recrutamento". Ademais, cada participante deve reproduzir este "regulamento" no seu blogue.]
Caro Pinho Cardão
ResponderEliminarDaqui a 5 anos não sei. O que lhe posso dizer é que o meu amigo é um bom candidato a supercentenário ou, pelo menos, a centenário, face ao cardápio que apresenta...