domingo, 19 de março de 2006

Consenso

Não venham agora dizer que a questão das “directas” não resolve nada. Se não tivesse havido um Congresso para discutir a questão ou se Marques Mendes não as tivesse proposto ele próprio, não faltaria quem achasse que tinha medo, que era uma maneira de controlar o Partido, de afastar eventuais opositores que acreditam que, em plebiscito directo, conseguiriam o que de outro modo não conseguiram. Não creio que a questão seja, em si mesma, fonte de alterações substanciais, porque acredito que um bom líder tanto seria e será eleito de uma maneira como de outra, quando for a eleição. Mas, a partir do momento em que a questão foi levantada como essencial, então não há como acabar com a polémica e continuar para a frente.
Ainda bem que foi possível acertar essa alteração dos estatutos, assim deixou de haver pretextos para desgastes internos que só distraem do essencial da acção de um Partido de oposição responsável e credível.

11 comentários:

  1. Suzana
    Só estou de acordo contigo num ponto - andaram a dizer que esta questão das directas era essencial, mas não passava de um pretexto.
    Um pretexto que serviu a Santana Lopes há 7 anos atrás e agora serve a Marques Mendes.
    De facto este Congresso nada mudou e só terá um significado para o futuro - foi um balão de oxigénio para Marques Mendes... e quanto tempo irá durar este balão?

    ResponderEliminar
  2. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

    ResponderEliminar
  3. Lá para os meus lados explico. Directas contribuem para a democracia interna, mas são um atentado à demoracia do país.

    ResponderEliminar
  4. Vitor, não sei porque é que lhe chamas "balão de oxigénio para Marques Mendes" uma vez que a sua liderança não estava em causa nem me parece que dependesse disso. Como sabes melhor que eu, o tema surgiu há muito tempo e tinha que ser resolvido, na minha opinião não é por aí que se muda nada se as pessoas não mudarem a sua maneira de olhar a intervenção do PSD e eu concordo com o modo como MM tem procurado orientar essa intervenção. Tanto faz que o lider seja escolhido de uma maneira ou de outra, se for um processo democrático, representativo ou directo, e reconhecido por todos. mas nunca notei que isso tivesse sido posto em causa ou que tivesse resultado daí a fragilidade ou a força dos lideres.Por isso digo que não era uma questão essencial e, como tal, não merecia que estivesse a inquinar o caminho...

    ResponderEliminar
  5. Suzana
    É muito simples.
    Marques Mendes não queria as directas. Nunca as quis. Até dizia que eram um perigo para o Partido.
    Agora usou-as para provocar eleições a curto prazo, porque sabe que não vai ter oposição à altura para as disputar.
    É um "balão de oxigénio" porque desta forma prolonga o seu mandato por mais um ano, até 2008.

    ResponderEliminar
  6. Cari Vitor, isso são processos de intenções. O facto é que os estatutos foram alterados nesse ponto e, pelos vistos, com largo consenso, o que significa que deixou de exisitir um problema que muitos consideravam importante. e isso é positivo, ou não?

    ResponderEliminar
  7. 1.Se as directas têm ou não implicações são algo que iremos ver no futuro.

    2. Iremos ver se o Partido coincide com o aparelho.

    3. 80% dos congressistas seriam do aparelho (dirigentes de distritais, de secções, autarcas)

    4. Marques Mendes provou ter o aparelho (o Congresso) na mão. As pessoas esperavam para ver qual o seu voto para votarem no mesmo sentido. Ganhou todas as votações com mais de 3/5 mesmo uma ou duas que não eram dele mas que ele votou. Todas as outras que ele não votou tiveram uma votação irrisória.

    5. Na minha secção nas eleições para delegados só votarm um terço dos que tinham as quotas em dia. Será que nas directas o Partido vai acordar? O sentido de voto será o mesmo ou será diferente?

    6. Esta questão será fundamental nas eleições internas daqui a dois anos quando as eleições legislativas estiverem perto e se votar sobretudo para escolher o candidato a primeiro ministro.

    7.Nessa altura haverá pelo menos três candidaturas. Veremos se as directas têm ou não influência.
    O que acontecerá se nenhuma tiver 50% dos votos.?

    ResponderEliminar
  8. Arnaldo Madureira,

    Marques Mendes foi claro. Primárias segnificaria um partido em autogestão e ele não aceita isso.
    Eu tinha-lhe chamado a atenção que nenhuma liderança iria permitir perder o controlo sobre o grupo parlamentar. A minha proposta é o limiar do possível para que possam haver primárias.

    Chamo a atenção para a necessidade de 1500 subscritores para apresentar uma candidatura só quem tiver acesso à máquina, e muitos meios, se consegue candidatar.Ainda por cima não pode usar a votação da eleição de delegados para arrebanhar assinaturas. Terá que ir colhê-las pessoalmente uma a uma. Desisto já.

    ResponderEliminar
  9. concordo consigo caro reformista

    ResponderEliminar
  10. Caro Reformista,

    Não entendo como alguém que reconhece facilmente a limitação do acesso à candidatura pela definição de um número mínimo de proponentes, pode ser militante de um partido que é uma estrutura que vive desse tipo de definições, mas a nível nacional. Esse reconhecimento, com o qual concordo e que constitui uma limitação óbvia à democracia, não deveria afastá-lo de todo e qualquer partido?

    ResponderEliminar
  11. caro tonibler ,é logico que para o "zé dos anzois" não é fácil a tarefa de conseguir as 1500 assinaturas.E será certamenta mais facil para alguem que tenha uma máquina por trás de fazer para reunir as assinaturas.isso acontece em todos os partidos.Ps,psd,com a sempre excepcção do pc.o mérito é o debate interno que vai levar e que leva a uma abertura dos partido á sociedade.Em vez de serem partido que discutem lugares e empregos de assesores ,serem partidos que discutam a sociedade portuguesa.Esta revisão estatutária foi também importante porque dá liberdade ao lider do partido para escolher a sua equipa ,responsanbilizando-o desta forma ,evitando negociações com os barões e baronetes de meia tigela e assim ter pessoas que não vão "bufar"para os jornais nem para a oposição interna o que se passa nas reuniões da comissão politica nacional.Enfim,pessoas de confiança..

    ResponderEliminar