Os erros médicos e, sobretudo, os cirúrgicos constituem motivo de notícia de primeira página. Operar a pessoa ou local errado é um grave problema que deixa indignado qualquer um, sobretudo o próprio, como é óbvio. A sua percepção está na base de alguns provérbios populares, tais como: "erros médicos a terra os cobre" ou, então, "o médico e o calceteiro cobrem os erros com terra". A sua origem confunde-se com uma época em que a prática médico-cirúrgica era imprópria para consumo. Não havia comunicação social, mas rapidamente se espalhavam tais “certezas”.
Entre nós, foram noticiados, recentemente, dois casos de erros, num deles a troca dos pés, no outro, infelizmente, mais grave, os médicos acabaram por ser punidos.
Importa corrigir estas situações, as quais se devem, na maioria dos casos, a problemas de comunicação. A aplicação de um conjunto bem definido de recomendações permitiria reduzir em dois terços os casos de erros cirúrgicos.
Mas é preciso tranquilizar as pessoas, porque o risco de erro cirúrgico é muito pequeno. Ocorre um caso em 113.000 cirurgias. Com as tais recomendações é possível atingir o “limite” de um erro em 339.000 cirurgias.
Espero que ninguém seja o 339.001º…
Generosidade lusa...
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