Para quê eleições de políticos, se os serviços é que nos governam?
Na sua excelente Nota com o título “A insustentável leveza de uma governação mediática”, e a propósito do projecto da nova refinaria de Sines, o Ferreira de Almeida chamou a atenção para o frenesim propagandístico de novos investimentos por parte do Primeiro-Ministro e do Governo, sem cuidarem de se assegurar que todas as premissas estão devidamente asseguradas para trazerem aos projectos um final feliz.
No final de contas, o efeito psicológico que um louvável, se prudente, voluntarismo Primeiro-Ministro pretenderia alcançar, de mostrar a confiança dos empresários e a capacidade de realização do Governo, acaba de se voltar contra si próprio, com grande prejuízo para todos.
No entanto, e não podendo ser acusado de “socrático” e, muito menos, de socialista, sou levado a crer que nem todos os projectos já anunciados (não incluo aqui o da OTA ou do TGV) estariam assim numa fase tão preliminar de análise, que tivesse levado o Primeiro-Ministro a publicitá-los, sem uma presunção firme de que viriam a ser aprovados. A última coisa que Sócrates quererá é morrer pela boca, transformando cicuta em promessas.
A ser assim, só posso explicar as dificuldades existentes pela “captura” e aprisionamento do Primeiro-Ministro pelo poder da burocracia instalada e da rendosa pressão ambientalista (e não falo do Governo, porque esse já foi “capturado há muito!...)
Parece-me efectivamente que Sócrates tem uma real vontade de acabar com procedimentos inúteis, com circuitos burocráticos paralelos, com demoras que propiciam a corrupção.
E é aqui que os burocratas se levantam, ao verem atingido o âmago dos seus poderes: pois que é isso de anunciar projectos sem a “nossa” assinatura formal, que é isso de pôr limites à imensa e rentável cadeia de pareceres instituída? Sem isso, a que é que ficamos reduzidos?
Jorge Coelho, com a sua reconhecida inteligência prática, reconheceu bem esses poderes com uma frase lapidar, a propósito de um tema que também metia ambientalistas, o caso Portucale: "Ministro que não segue o parecer dos serviços é louco!..."
A questão é essa: estamos entregues aos serviços!...
Para quê, então, eleições para políticos, se os burocratas é que governam?
Na sua excelente Nota com o título “A insustentável leveza de uma governação mediática”, e a propósito do projecto da nova refinaria de Sines, o Ferreira de Almeida chamou a atenção para o frenesim propagandístico de novos investimentos por parte do Primeiro-Ministro e do Governo, sem cuidarem de se assegurar que todas as premissas estão devidamente asseguradas para trazerem aos projectos um final feliz.
No final de contas, o efeito psicológico que um louvável, se prudente, voluntarismo Primeiro-Ministro pretenderia alcançar, de mostrar a confiança dos empresários e a capacidade de realização do Governo, acaba de se voltar contra si próprio, com grande prejuízo para todos.
No entanto, e não podendo ser acusado de “socrático” e, muito menos, de socialista, sou levado a crer que nem todos os projectos já anunciados (não incluo aqui o da OTA ou do TGV) estariam assim numa fase tão preliminar de análise, que tivesse levado o Primeiro-Ministro a publicitá-los, sem uma presunção firme de que viriam a ser aprovados. A última coisa que Sócrates quererá é morrer pela boca, transformando cicuta em promessas.
A ser assim, só posso explicar as dificuldades existentes pela “captura” e aprisionamento do Primeiro-Ministro pelo poder da burocracia instalada e da rendosa pressão ambientalista (e não falo do Governo, porque esse já foi “capturado há muito!...)
Parece-me efectivamente que Sócrates tem uma real vontade de acabar com procedimentos inúteis, com circuitos burocráticos paralelos, com demoras que propiciam a corrupção.
E é aqui que os burocratas se levantam, ao verem atingido o âmago dos seus poderes: pois que é isso de anunciar projectos sem a “nossa” assinatura formal, que é isso de pôr limites à imensa e rentável cadeia de pareceres instituída? Sem isso, a que é que ficamos reduzidos?
Jorge Coelho, com a sua reconhecida inteligência prática, reconheceu bem esses poderes com uma frase lapidar, a propósito de um tema que também metia ambientalistas, o caso Portucale: "Ministro que não segue o parecer dos serviços é louco!..."
A questão é essa: estamos entregues aos serviços!...
Para quê, então, eleições para políticos, se os burocratas é que governam?
julgo que de certa maneira já é assim nos EUa..
ResponderEliminar"Yes Minister"!!
ResponderEliminarPara quem se lembra da série, esta frase sintetizava bem o poder dos burocratas.
Ah! O problema nem é não ir contra os serviços, é defende-los!
ResponderEliminarEu não sei que estúpida ideia tem um ministro de que assim que é nomeado deve defender todos os funcionários públicos debaixo da sua tutela. Ainda não vi um ministro ser nomeado e dizer "isto é uma granda cagada, quero isto tudo a andar!". E são todos, comprovadamente, face aos resultados, uma cagada!
Depois, com o tempo, vê-se os serviços a enterrarem o ministro em asneiras e este a defendê-los, até ao descalabro total.
Pois é, os Ministros são vítimas dos seus Serviços canalhas.
ResponderEliminarCoitados, estão maniatados de pés e mãos. Ainda por cima são empurrados coercivamente para o exercício de funções públicas...
Caramba, que injustiça!
É por estas e outras frivolidades que a impunidade grassa.
Aliás, quem produz as leis até são os Serviços… não são?!
Não haverá lentes graduadas para corrigir a Visão de quem nos governa (com honrosas excepções…)?
Quem inventar este dispositivo óptico corre o sério risco de ser candidato ao Prémio Nobel.
Mesmo assim não sei se alguns políticos não prefeririam andar às apalpadelas (em sentido figurado, claro está!).