Presumo que muitos de nós já se interrogaram num ou noutro momento, sobre os motivos que levam determinadas pessoas a prestarem um verdadeiro culto a certas individualidades, nomeadamente do sector artístico.
A análise deste fenómeno indica que estamos, muito provavelmente, perante uma nova doença, denominada síndroma do culto de celebridades (Celebrity Worship Syndrome).
Alguns autores pretendem explicar esta praga, que, no Ocidente, deverá atingir um terço das pessoas, e com níveis de gravidade diferentes, em termos evolucionistas.
Os seres humanos dão mais atenção aos seus semelhantes que obtêm sucesso. É compreensível esta estratégia. Provavelmente, nos períodos mais remotos deveriam ser considerados como expoentes máximos todos aqueles capazes de esborrachar crânios ou serem os mais rápidos a comer os inimigos, a espadeirar, a envenenar, a delatar, a vigarizar, a traficar, etc. No fundo, os "melhores" seriam os mais aptos em sobreviver.
No caso da síndroma do culto de celebridades, as pessoas podem apresentar níveis diferentes. Uns estão imunes, outros podem ser catalogados como apresentando uma forma inofensiva de entretenimento social, mas a qual constitui o ponto de partida para um nível mais complicado, em que o interesse pelo artista se manifesta de maneiras curiosas: saber os seus hábitos, amores, perfumes, marcas de roupa (inclusive a interior!), viaturas, enfim, um rosário de bizarrias, que as revistas da especialidade não deixam de alimentar e alimentarem-se! Nesta fase, cuidado, se o leitor se identifica com estas características é muito provável que possa sofrer de alguma ansiedade, depressão ou disfunção social. Depois, aparece o quadro caracterizado pela "existência" de uma relação muito especial e intensa com a estrela. Neste caso, entramos no campo da dependência, que atinge 10% das pessoas. O último escalão, mais grave (atinge 1% da população), trata-se de uma situação patológica em que os "perseguidores" são capazes de tudo em nome dos seus ídolos, inclusive a violência.
Importa assinalar que os "adoradores" não são, necessariamente, pessoas solitárias, tristes ou carentes de apoio espiritual; pertencem a ambos os sexos e todas as idades, e, desde que não ultrapassem certos limites, não há problemas de maior.
Regressando à análise evolucionista, os seres humanos estão preparados para imitar e interessam-se pelo prestígio, o qual é muito atractivo. Se os biologistas evolucionários estiverem certos, o nosso interesse nas celebridades é inato, ou seja, representa uma forma de promover a sobrevivência.
Os estudos que estão na base da construção desta síndroma baseiam-se em elementos do sector artístico, mas também podem ser encontrados no meio científico, embora com contornos um pouco diferentes (de um modo geral, a maioria das celebridades científicas já estão mortas…).
Seria interessante saber se também ocorre relativamente às celebridades políticas. Quem sabe, se, neste caso, não iríamos encontrar uma percentagem verdadeiramente anómala de "adoradores", sofrendo de uma síndroma específica do culto de celebridades (política!), no último grau da doença, capazes de fazerem e dizerem tudo e mais qualquer coisa, em nome do seu ídolo, nem que sejam os maiores disparates ou falsidades?
Seria mais um reforço para os evolucionistas. Enfim, é preciso lutar pela sobrevivência… política e não só…
Em que grau estará o ministro adjunto? Temos que lhe perguntar se usa as mesmas cuecas do PM...
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