As medidas tomadas pelo senhor ministro da saúde têm originado preocupações sociais nada despiciendas, provocando ansiedade, tristeza e desmotivação nas populações do interior. As justificações de carácter técnico podem ser, em parte, até correctas, mas têm uma componente economicista mais do que evidente, prejudicando as populações mais desprotegidas e abrindo o caminho à “liberalização” do sector da saúde com as inevitáveis consequências que não se esgotam neste tão importante sector da nossa vida.
- É a crise, estúpido! - Pois é! Mas não somos todos estúpidos.
A luta contra a ignorância deve ser uma constante em todas as sociedades. Para o efeito, todos os cidadãos deverão ter meios e possibilidades de acesso ao conhecimento que corresponda à realidade e à verdade. É preciso lutar contra a falsidade, a mentira e o abuso da credibilidade e boa-fé das pessoas.
As medicinas alternativas ou populares encerram, em muitos casos, princípios e técnicas sancionadas ao longo do tempo com as vantagens inerentes, face à impossibilidade do acesso ou à inexistência de tecnologias científicas. Muitas, inclusive, foram o ponto de partida para a obtenção de novos conhecimentos, outras, entretanto, não são mais do que manifestações de puro charlatanismo, cujo objectivo é obter proventos à custa da credibilidade de muitos, incultos, mas também “cultos”.
Quando foi organizado, pela primeira vez, o Congresso de Vilar de Perdizes suscitou de imediato atenção, e uma notável mediatização, permitindo congregar, no mesmo espaço, diferentes manifestações populares relacionadas com as medicinas ditas populares. Inicialmente foi muito interessante, porque permitiu aos estudiosos da antropologia cultural, da sociologia e da medicina verificar o que se faz ou o que se fazia entre nós. Mas, com o tempo, houve uma franca deterioração dos objectivos, passando o congresso a ser uma verdadeira feira de charlatães, videntes, bruxos, cartomantes, adivinhos a cativar e a atrair inúmeras pessoas à procura de soluções para os seus males.
Não deixa de ser curioso a ideia expressa pelo principal responsável, o Senhor Padre Fontes, segundo o qual, compete, em última análise, a cada um a tarefa de estabelecer a distinção entre a verdade e a mentira, como se um congresso deste tipo possibilitasse aos menos capazes encontrar ou definir a fronteira entre as duas! Afinal, o mínimo que se consegue alcançar com eventos desta natureza, ou pelo menos com este perfil, é reforçar a falsidade e alimentá-la junto dos que mais precisam.
Claro que no meio disto tudo, ainda vão aparecendo pessoas simpáticas, como foi o caso de uma velhinha que, com o seu lenço preto a emoldurar um rosto cheio de rugas de trabalho e dois incisivos solitários sorridentes, veio afirmar que é ela própria que semeia as suas sementes e que as suas plantas tratam muitas doenças: a hipertensão, a diabetes, o colesterol (e não disse castrol!) e os cardiácos (aqui trocou o acento). Aqui está, senhor ministro, um bom ponto de partida para combater as principais causas de morte dos portugueses! É só pedir à simpática terapeuta que distribua pela nação as suas maravilhosas plantas. Poupava-se tanto dinheiro e cuidados diferenciados. No meio disto tudo, foi extraordinária a resposta dada ao jornalista, quando lhe perguntou se tinha também alguma planta para a crise. – Para a crise? O que é isso? Não conheço! Logo vi que não há remédio alternativo para a malvada. Nem em Vilar de Perdizes…
- É a crise, estúpido! - Pois é! Mas não somos todos estúpidos.
A luta contra a ignorância deve ser uma constante em todas as sociedades. Para o efeito, todos os cidadãos deverão ter meios e possibilidades de acesso ao conhecimento que corresponda à realidade e à verdade. É preciso lutar contra a falsidade, a mentira e o abuso da credibilidade e boa-fé das pessoas.
As medicinas alternativas ou populares encerram, em muitos casos, princípios e técnicas sancionadas ao longo do tempo com as vantagens inerentes, face à impossibilidade do acesso ou à inexistência de tecnologias científicas. Muitas, inclusive, foram o ponto de partida para a obtenção de novos conhecimentos, outras, entretanto, não são mais do que manifestações de puro charlatanismo, cujo objectivo é obter proventos à custa da credibilidade de muitos, incultos, mas também “cultos”.
Quando foi organizado, pela primeira vez, o Congresso de Vilar de Perdizes suscitou de imediato atenção, e uma notável mediatização, permitindo congregar, no mesmo espaço, diferentes manifestações populares relacionadas com as medicinas ditas populares. Inicialmente foi muito interessante, porque permitiu aos estudiosos da antropologia cultural, da sociologia e da medicina verificar o que se faz ou o que se fazia entre nós. Mas, com o tempo, houve uma franca deterioração dos objectivos, passando o congresso a ser uma verdadeira feira de charlatães, videntes, bruxos, cartomantes, adivinhos a cativar e a atrair inúmeras pessoas à procura de soluções para os seus males.
Não deixa de ser curioso a ideia expressa pelo principal responsável, o Senhor Padre Fontes, segundo o qual, compete, em última análise, a cada um a tarefa de estabelecer a distinção entre a verdade e a mentira, como se um congresso deste tipo possibilitasse aos menos capazes encontrar ou definir a fronteira entre as duas! Afinal, o mínimo que se consegue alcançar com eventos desta natureza, ou pelo menos com este perfil, é reforçar a falsidade e alimentá-la junto dos que mais precisam.
Claro que no meio disto tudo, ainda vão aparecendo pessoas simpáticas, como foi o caso de uma velhinha que, com o seu lenço preto a emoldurar um rosto cheio de rugas de trabalho e dois incisivos solitários sorridentes, veio afirmar que é ela própria que semeia as suas sementes e que as suas plantas tratam muitas doenças: a hipertensão, a diabetes, o colesterol (e não disse castrol!) e os cardiácos (aqui trocou o acento). Aqui está, senhor ministro, um bom ponto de partida para combater as principais causas de morte dos portugueses! É só pedir à simpática terapeuta que distribua pela nação as suas maravilhosas plantas. Poupava-se tanto dinheiro e cuidados diferenciados. No meio disto tudo, foi extraordinária a resposta dada ao jornalista, quando lhe perguntou se tinha também alguma planta para a crise. – Para a crise? O que é isso? Não conheço! Logo vi que não há remédio alternativo para a malvada. Nem em Vilar de Perdizes…
You are probably smarter than me and can read another language, but I can't read yours - sorry. However, I just wanted to tell you how pleasing your blog site is to the eye.
ResponderEliminarCudos to you if you designed it yourself.
Mushy
Depois o ministro e a ordem dos médicos pegavam-se à trolha para ver onde é que as sementes eram mais baratas...Deixe lá estar as ervas....
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