A denúncia efectuada pela Associação das Empresas de Dispositivos Médicos (Apormed), a propósito da reutilização indevida de materiais (após esterilização) mas que só podem ser utilizados uma única vez, é muito grave.
É fácil de compreender que as infecções hospitalares são uma das principais fontes de dores de cabeça dos que trabalham nos meios da saúde. São frequentes, temíveis, podendo provocar mesmo a morte. O ambiente hospitalar é propício a esta complicação, agravada pelo facto de as bactérias hospitalares não serem nada meigas, serem mais resistentes aos antibióticos e terem como fonte de alimentação os organismos debilitados dos doentes. Volta e não volta surgem notícias de casos e vítimas de infecções hospitalares. Os responsáveis têm de tomar, e penso que tomam, as medidas adequadas. Dentro das diferentes medidas os cuidados na utilização do material é indispensável para o controlo da infecção hospitalar.
A par da Apormed também os membros de Associação de Enfermeiros de Salas de Operações Portuguesas denunciam estas práticas. Vários responsáveis contactados negam ou desconhecem esta prática nas suas unidades e departamentos. Quanto às autoridades que superintendem nestas esferas revelam alguma discordância quanto às suas responsabilidades. O Infarmed diz que não é da sua competência e a Direcção-Geral de Saúde remete para a primeira o problema.
A situação descrita, a ser verdade, é muito grave e põe em causa muitos princípios, não esquecendo que somos todos potenciais vítimas.
Subentende-se da denúncia que as razões têm a ver com factores económicos: reutilização igual a poupança. Como o ministério da saúde tem tido uma política de cortes, a fim de assegurar o funcionamento do SNS, até que ponto não são um "convite" à má prática? Como é possível que duas instituições, Infarmed e Direcção-Geral de Saúde não se entendem quanto à responsabilidade da situação? Como é possível a oposição não chamar a si a condução deste processo, inquirindo da veracidade dos factos e da responsabilidade dos titulares, nomeadamente do ministro? O problema em questão não é só técnico, é fundamentalmente político. Mas parece que é mais importante saber se um avião israelita fez escala nos Açores transportando lagartas para tanques ou "pastilhas elásticas" do que defender a saúde dos portugueses.
No Parlamento, por muito menos, vi as comissões parlamentares, através dos requerimentos da oposição, exigir explicações aos responsáveis. E agora, não dizem nada? Que raio de oposição é esta!
A par da Apormed também os membros de Associação de Enfermeiros de Salas de Operações Portuguesas denunciam estas práticas. Vários responsáveis contactados negam ou desconhecem esta prática nas suas unidades e departamentos. Quanto às autoridades que superintendem nestas esferas revelam alguma discordância quanto às suas responsabilidades. O Infarmed diz que não é da sua competência e a Direcção-Geral de Saúde remete para a primeira o problema.
A situação descrita, a ser verdade, é muito grave e põe em causa muitos princípios, não esquecendo que somos todos potenciais vítimas.
Subentende-se da denúncia que as razões têm a ver com factores económicos: reutilização igual a poupança. Como o ministério da saúde tem tido uma política de cortes, a fim de assegurar o funcionamento do SNS, até que ponto não são um "convite" à má prática? Como é possível que duas instituições, Infarmed e Direcção-Geral de Saúde não se entendem quanto à responsabilidade da situação? Como é possível a oposição não chamar a si a condução deste processo, inquirindo da veracidade dos factos e da responsabilidade dos titulares, nomeadamente do ministro? O problema em questão não é só técnico, é fundamentalmente político. Mas parece que é mais importante saber se um avião israelita fez escala nos Açores transportando lagartas para tanques ou "pastilhas elásticas" do que defender a saúde dos portugueses.
No Parlamento, por muito menos, vi as comissões parlamentares, através dos requerimentos da oposição, exigir explicações aos responsáveis. E agora, não dizem nada? Que raio de oposição é esta!
Cada vez se demonstra mais que as coisas importantes do país não podem estar nas mãos dos políticos, como diria o Sir Humphrey...
ResponderEliminarCaro Prof.
ResponderEliminarCom o devido respeito mas essa notícia é uma das formas acabadas como se dão as notícias em Portugal e como se faz política.
Sem que venha defender o actual governo e o ministro,mas desde quando se reutiliza? Quando se descobriu? Qual o impacto dessa (re) utilização nos gastos na rúbrica respectiva?
Sabe, é uma daquelas estórias mal muito mal contadas.
Cumprimentos
Adriano Volframista
Caro Adriano Volframista
ResponderEliminarPor ser uma história "mal contada" e devido à gravidade da mesma é absolutamente necessário esclarecer o que é que se passa. Se há "maldade" ou não, se é conhecida ou não, e desde quando, enfim conhecer a verdade dos factos. Se neste momento o ministro é socialista, para mim é irrelevante, porque se fosse de outro partido e tivesse conhecimento da notícia garanto-lhe que não me calava.
Mas que a situação me preocupa, preocupa, qualquer que seja o sentido da notícia.
Afinal, os blogs não servem, também, para que as notícias sejam bem contadas e contribuir para o esclarecimento da verdade?