Com 82 anos, faleceu há dias Jean-Jacques Serban-Schreiber. O acontecimento apenas mereceu algumas poucas linhas na nossa comunicação social, que tratou o assunto de forma corporativa, destacando apenas os factos de ter sido jornalista no Le Monde e de ter fundado o semanário L`Express.
JJSS foi bem mais do que isso. Para além de político, embora por tempo não muito longo, teve uma inluência marcante nomeadamente através dos livros que publicou. O Défi Mondial, escrito em 1980, e editado em Portugal pela Dom Qixote, logo a seguir, é um livro fascinante.
Pelo livro, e falo de memória, perpassam as grandes figuras políticas da década de setenta, os equilíbrios regionais e mundiais, as esperanças que iluminavam os líderes, os desafios da indústria americana e japonesa, os primeiros passos de algumas das grandes empresas informáticas dos dias de hoje e de outras já desaparecidas.
Nesse livro, há mais de um quarto de século, já JJSS era um precursor e salientava o conhecimento e a inovação como a fórmula para o desenvolvimento e crescimento económico.
Rejeitava liminarmente o proteccionismo, que para ele representava o primeiro passo para a diminuição da produtividade e da competitividade das indústrias e para o empobrecimento das economias.
Não era esta uma ideia muito aceitável na época, como ainda não o é agora. Mas o modo como o escritor a expunha a questão neste livro e num outro, Le Défi Américain, levou muita gente de campos opostos a convencer-se da razão e da plena justeza das suas ideias.
Elas tiveram pouco eco em Portugal, país há pouco saído dos traumas da Revolução, em que a cultura disseminada ainda era a de que as ideias de uma economia livre, de empresas privadas, de lucro, de inovação eram contraditórias com os objectivos do 25 de Abril e da construção do socialismo exarado na Constituição.
Cultura essa que, infelizmente, ainda hoje predomina em larguíssimos sectores da opinião publicada, a par da do proteccionismo em todas as suas vertentes.
Por isso, nem passados 25 anos a obra de JJSS teve o devido destaque nos nossos media. Infelizmente para quem propugna por uma opinião pública informada.
JJSS foi bem mais do que isso. Para além de político, embora por tempo não muito longo, teve uma inluência marcante nomeadamente através dos livros que publicou. O Défi Mondial, escrito em 1980, e editado em Portugal pela Dom Qixote, logo a seguir, é um livro fascinante.
Pelo livro, e falo de memória, perpassam as grandes figuras políticas da década de setenta, os equilíbrios regionais e mundiais, as esperanças que iluminavam os líderes, os desafios da indústria americana e japonesa, os primeiros passos de algumas das grandes empresas informáticas dos dias de hoje e de outras já desaparecidas.
Nesse livro, há mais de um quarto de século, já JJSS era um precursor e salientava o conhecimento e a inovação como a fórmula para o desenvolvimento e crescimento económico.
Rejeitava liminarmente o proteccionismo, que para ele representava o primeiro passo para a diminuição da produtividade e da competitividade das indústrias e para o empobrecimento das economias.
Não era esta uma ideia muito aceitável na época, como ainda não o é agora. Mas o modo como o escritor a expunha a questão neste livro e num outro, Le Défi Américain, levou muita gente de campos opostos a convencer-se da razão e da plena justeza das suas ideias.
Elas tiveram pouco eco em Portugal, país há pouco saído dos traumas da Revolução, em que a cultura disseminada ainda era a de que as ideias de uma economia livre, de empresas privadas, de lucro, de inovação eram contraditórias com os objectivos do 25 de Abril e da construção do socialismo exarado na Constituição.
Cultura essa que, infelizmente, ainda hoje predomina em larguíssimos sectores da opinião publicada, a par da do proteccionismo em todas as suas vertentes.
Por isso, nem passados 25 anos a obra de JJSS teve o devido destaque nos nossos media. Infelizmente para quem propugna por uma opinião pública informada.
Infelizmente, também não me parece que tenha sido dado o merecido destaque à notícia do falecimento de Milton Friedman, um dos economistas mais marcantes do Séc. XX - e cujo pensamento permanece actual.
ResponderEliminarCaro Pinho Cardão,
ResponderEliminarPassou em 1981?! Lembro-me bem dessa série (felizmente, apresanta sob a forma de um desenho animado...) -, que seguia com muita atenção. Teria, então 9 anos e a série foi decisiva para a formação das minhas convicções. Mais tarde, li a Liberdade para Escolher. Devo dizer que já há algum tempo que tenho tido a curiosidade - que será oportunamente satisfeita - de revisitar a obra de Friedman.
Abraço, e o meu agradecimento pela posição que tomou em 1981. De certeza que contribuiu para tornar Portugal um país melhor.