segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Mas nunca mudamos?

Hoje de tarde, enquanto me deslocava de carro, fui metralhado de meia em meia hora com a notícia-bomba, assim expressamente denominada pela RDP, de que o Tribunal de Contas acusava o Metro do Porto de descontrole financeiro e censurava o Estado por não ter assumido uma maior participação no capital da empresa, como forma de introduzir disciplina financeira na sua gestão.
Duas observações a propósito:
-a primeira, sobre o sensacionalismo da RDP, quer pela excitação da leitura, quer pela classificação do facto como notícia-bomba!...À estação de serviço público cabe ser rigorosa e discreta. Para isso é que a pagamos. Para fazer igual às privadas, não é precisa. Deixe, pois, o sensacionalismo para os outros!...
- a segunda, sobre a "cultura" instituída, pelos vistos também no Tribunal de Contas, de apelar a uma maior participação do Estado no capital, para o controle da empresa. Então as empresas públicas, em que o Estado detém a totalidade do capital, estão controladas? Não apresentam desvios substanciais entre os Orçamentos e a sua execução? Não estão algumas em colapso financeiro? Não sabe o Tribunal de Contas que os Governos têm múltiplas formas de intervir, sendo que a via do capital é a menos eficaz?
Quando é que nos deixamos dessa cultura de que a propriedade é condição essencial ao controle pelo Estado?

6 comentários:

  1. Se bem que de acordo com as conclusões do seu post, parece-me, porem, que três pre-observações que deveria ter considerado:
    1. pelos vistos os saudosos irmãos "metralha" voltaram!
    2. metralhado de meia em meia hora, de carro durante a a tarde, faz mal á coluna. Não deveria andar tanto de carro e evitava a metralha!
    3. à menor ameaça de NOTICIA BOMBA deveria ter abandonado a viatura! Depois queixam-se.
    Agora 3 considerações minhas:
    1. os contribuintes pagam à RDP para os apresentadores das noticias "não se excitarem"? Mais um elemento para reflexão sobre o que deve ser o serviço publico!
    2. Questiona se as empresas publicas onde o Estado detem a maior participação do capital não estão controladas? Claro que estão, onde está a dúvida? Controladas e de que forma!
    3. Qualquer Tribunal de Contas tem de fazer jus ao seu papel de "força de "bloqueio"! Não vai negar a este o seu direito?

    Respeitemos a independência do Tribubal de Contas, "descontrolado" pelo Estado, e sabemos como o Estado sempre vem intervindo com êxito, no caso da Expo, do tunel do Marquês, da ponte de Coimbra, entre outros, e já o está a fazer relativamente à OTA e ao TGV que ainda nem se iniciaram, e em geral, nas contas do País!

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  2. O grande erro de Marx, repetido até à exaustão pelos nossos auditores públicos.

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  3. Efectivamente caro Senhor Pinho Cardão, vive-se uma era de sensasionalismos e originalidades, adaptadas ao conceito de efeito de bola de neve, ou seja, se aquele foi sensacional, eu terei de descobrir a forma de conseguir ser mais sensacional ainda. Desde que atinja o fim, não deverei importar-me com o meio, tão pouco com a forma. Gostariamde acrescentar à sua 2ª observação, com que concordo em absoluto, a seguinte questão: numa optica de progresso e desenvolvimento social e apesar de todas as diferentes opiniões, conclui-se pela necessidade e utilidade do metro na cidade do Porto, mas, não se conclui também e a exemplo do que se passa no nosso país, que imediatamente desde o ínício este seria mais um projecto que iria "facilitar" o descontrole financeiro?

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  4. Efectivamente caro Senhor Pinho Cardão, vive-se uma era de sensasionalismos e originalidades, adaptadas ao conceito de efeito de bola de neve, ou seja, se aquele foi sensacional, eu terei de descobrir a forma de conseguir ser mais sensacional ainda. Desde que atinja o fim, não deverei importar-me com o meio, tão pouco com a forma. Gostariamde acrescentar à sua 2ª observação, com que concordo em absoluto, a seguinte questão: numa optica de progresso e desenvolvimento social e apesar de todas as diferentes opiniões, conclui-se pela necessidade e utilidade do metro na cidade do Porto, mas, não se conclui também e a exemplo do que se passa no nosso país, que imediatamente desde o ínício este seria mais um projecto que iria "facilitar" o descontrole financeiro?

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  5. Peço desculpa pela repetição, provavelmente estarei entre montanhas e o eco apoderou-se deste comentário.
    hehehe

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  6. A decisão da Metro do Porto de atribuir cartões de crétido a administradores não executivos parece-me, de facto, de uma generosidade excessiva.

    Mas, ao ouvir a notícia de ontem, lembrei-me de uma nota do bloguítica (http://bloguitica.blogspot.com/) na sequência do Congresso do PS, a chamar a atenção para esta notícia http://jn.sapo.pt/2006/11/13/primeiro_plano/ps_abre_guerra_a_norte_e_narciso.html.

    Será este o processo utilizado para silenciar dissidências com o governo? Atira-se para a comunicação social elementos conhecidos há anos, e guardados nalgum ficheiro à espera da ocasião mais indicada para "lançar a bomba"?

    Repito, sem defender a regalia, parece-me cada vez mais perigosa a confusão que tem sido feita entre partido e governo.

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