Em 2004, com vista a suprir uma óbvia necessidade, foi criada pelo Governo uma Metodologia de avaliação de desempenho na Administração Pública. Se não estou em erro, foi a nossa companheira de blog, Suzana Toscano, quem teve o mérito de estudar e propor essa boa revolução.
Lembro-me da barragem irracional que os Sindicatos, as Oposições e os próprios Serviços de imediato opuseram a uma avaliação digna desse nome. Premiar os melhores não está na tradição da nossa função pública, suscita a aversão dos Sindicatos e a relutância das oposições implantadas no funcionalismo público. No entanto, contra ventos e marés, as avaliações iniciaram-se. Mas mal se iniciaram, e ainda sem que houvesse tempo para tirar conclusões, já o método foi posto em causa, segundo li no Expresso, num Relatório do próprio Presidente da pomposa Comissão Técnica da Revisão dos Vínculos, Carreira e Remunerações na Administração Pública, tudo com maiúscula como deve ser!...
Parece que agora o objectivo é 2008, para se aplicar uma nova legislação, que tem que ser mais uma vez criteriosamente estudada. Mas ainda com um período transitório no que respeita a algumas medidas!... Parece que nenhum Ministro se sente bem a aplicar as normas existentes. Daria frutos para os governados, mas significava trabalho e sobretudo pouca glória para o governante. Mais um estudo encomendado aqui e outro acolá só lhe traz vantagens: sempre dá aso a umas idas à televisão e evita a contestação. E assim se constroem estadistas, verdadeiros estadistas de trazer por casa!... E nós a pagá-los!...
Lembro-me da barragem irracional que os Sindicatos, as Oposições e os próprios Serviços de imediato opuseram a uma avaliação digna desse nome. Premiar os melhores não está na tradição da nossa função pública, suscita a aversão dos Sindicatos e a relutância das oposições implantadas no funcionalismo público. No entanto, contra ventos e marés, as avaliações iniciaram-se. Mas mal se iniciaram, e ainda sem que houvesse tempo para tirar conclusões, já o método foi posto em causa, segundo li no Expresso, num Relatório do próprio Presidente da pomposa Comissão Técnica da Revisão dos Vínculos, Carreira e Remunerações na Administração Pública, tudo com maiúscula como deve ser!...
Parece que agora o objectivo é 2008, para se aplicar uma nova legislação, que tem que ser mais uma vez criteriosamente estudada. Mas ainda com um período transitório no que respeita a algumas medidas!... Parece que nenhum Ministro se sente bem a aplicar as normas existentes. Daria frutos para os governados, mas significava trabalho e sobretudo pouca glória para o governante. Mais um estudo encomendado aqui e outro acolá só lhe traz vantagens: sempre dá aso a umas idas à televisão e evita a contestação. E assim se constroem estadistas, verdadeiros estadistas de trazer por casa!... E nós a pagá-los!...
you've got mail...
ResponderEliminar:)
Caro CMonteiro:
ResponderEliminarRespondido
Caro Pinho Cardão,
ResponderEliminarPara não deixar qualquer dúvida, começo por lhe dizer que partilho inteiramente os objectivos do SIADAP.
Agora, não sei se o meu amigo domina bem esta problemática, mas o que é certo é que o modelo inicial do SIADAP mostrou, quando foi levado à prática, algumas fragilidades e incongruências.
Não é por acaso que a própria Lei 15/2006 de 26 de Abril, para além de fixar os termos de aplicação do actual sistema integrado de avaliação do desempenho da Administração Pública, criado pela
Lei n.o 10/2004, determina a sua revisão no decurso de 2006.
Se a este facto adicionarmos ainda o projecto de Revisão dos Vínculos, Carreira e Remunerações na Administração Pública, facilmente se perceberá que é melhor fazer-se um compasso de espera do que estarmos a trabalhar num modelo que já não responde cabalmente aos objectivos para que foi criado.
O . Regionalização
.
Caro Pinho Cardão,
ResponderEliminarConfesso ser um céptico em formas de avaliação de desempenho laboral. Há um trabalho para fazer, ou é feito, ou não é.
Só que acho que os sindicatos ainda gostariam menos e os ministros não saberão o que isso quer dizer...
Caro Pinho Cardão,
ResponderEliminarPartilho inteiramente a preocupação pela implementação de um sistema de avaliação na AP. Mas um sistema de avaliação tem duas componentes: a avaliação de desempenho das pessoas e a avaliação de desempenho da organização.
Pergunta: Conhece-se alguma organização em que se faça a avaliação de desempenho das pessoas (credível!) sem que seja feita a avaliação da organização, serviço a serviço?
Falar de uma coisa tem de ser, também, falar da outra.
Querer este ou outro SIADAP a funcionar ser arrancar com a avaliação dos organismos é querer o impossível.
Que é feito do "CAF"?
concordo com o que diz António Almeida Feliz . o Siadap , o sistema de avaliação que foi intrudizo pelo governo de durão barroso tem algumas falhas.a introdução de quotas é uma falácia. o que interessa é que os critérios de avaliação sejam objectivos claros e transparentes.sendo que muitas vezes , pela própria natureza dos organismos em causa isso é muito complicado.
ResponderEliminarPois, de facto, concordo com o Menino Mau.
ResponderEliminarA introdução de quotas é algo que considero completamente idiota. Num qualquer serviço nem todos são excelentes, nem todos são uma porcaria. O problema está e sempre esteve no modelo de avaliação e em quem conduzia a avaliação.
Digo-vos, eu compreendo a posição dos sindicatos porque, simplesmente, eu também não confio nas pessoas que fazem as avaliações na AP e então com quotas ainda confio menos. A confiança conquista-se, não se impõe e neste momento, duvido que os funcionários públicos confiem naqueles que lhes fazem a avaliação.
Por exemplo, o 1º caramelo que me vier fazer uma avaliação, das duas uma:
- Ou vem muito bem preparado, com todos os documentos de suporte, e consegue articular as minhas competências com o trabalho que tenho vindo a desenvolver e com os resultados obtidos (sim porque eu impus-me medições a mim mesmo visto que mais ninguém o faz aqui no tasco, só me falta contabilizar quantas vezes sorrio para os colegas no local de trabalho. É loucura, eu sei, mas há que ser objectivo e apresentar os critérios e os números).
- Ou vai ter um problema muito, muito grande consoante a avaliação que me atribuir.
Tenho tudo planeado, documentado e devidamente justificado pelo que as únicas coisas que exijo de um avaliador são: a isenção, a imparcialidade e a transparência (e uma declaração de não conflito de interesses assinada). Isto, até agora, não tem acontecido na função pública. Aliás, até basta olhar para a incapacidade que os dirigentes têm em definir objectivos (sem os quais qualquer avaliação está posta em causa).