Já nada me surpreende, mas a preocupação torna-se ainda maior...A propósito do tremor de terra que se fez sentir segunda-feira em Portugal, que felizmente não passou de um grande susto, li ontem no jornal Público que a Região de Lisboa e Algarve continuam sem plano de emergência sísmico.
Ao princípio não queria acreditar, mas depois com os pés bem assentes na terra questionei-me porque é que numa área em que a probabilidade de acontecer um terramoto é reduzida, os nossos responsáveis teriam um incentivo para os elaborar, para afectar recursos a estes importantes instrumentos?!
É evidente que devem obrigatoriamente existir, para fazer face justamente a situações, que embora tenham associado um reduzido risco de verificação, se ocorrerem são brutais nos danos humanos e patrimoniais que podem causar.
É muito grave que continuemos sem planos de emergência sísmicos, sabendo-se perfeitamente que na sua ausência será muito difícil actuar de forma rápida e eficiente para salvar vidas.
Portugal está numa zona considerada de alto risco sísmico e os cientistas não conseguem prever se estamos mais ou menos próximos do "Big One". Desejamos todos que não! Só nos assustamos, felizmente, muito raramente, em dias como a segunda-feira passada.
Será que este tremor de terra foi suficientemente forte para abanar a consciência e a responsabilidade dos nossos governantes?
Trata-se de um problema que posto à consideração de quem assume responsabilidades nesta área da segurança civil, parece continuar a merecer, tal como já sucedeu noutros casos também importantes, haja em vista a ponte de Entre-Rios, o habitual e lacónico comentário de seja o que Deus quizer, quando ocorrer uma desgraça logo se vê, até porque há sempre casos que requerem mais atenção, ou que se revestem de maior urgência, ou ainda maior dispêndio de verbas. Quem se interessa por estas coisas, deveria ler uma judiciosa intervenção efectuada pelo Bastonário da Ordem dos Engenheiros a propósito exactamente desta matéria, ainda que noutra perspectiva. Neste exótico país onde vivemos, apenas parece relevante a politiqueira e a ribalta e a maneira de ganhar mais dinheiro, pelo que, sem tirar qualquer mérito à ideia de melhorarmos a intervenção de competentes profissionais na eleboração de projectos de arquitectura, dever-se-ia meditar um pouco sobre estes assunros, desde a metodologia subjacente ao cálculo aos sísmos, no quadro da estabilidade dos edifícios, até ao acompanhamento interessado e rigoroso dos processos de edificação e das próprias construções. Mas ainda o melhor nestas coisas é sermos ou ignorantes ou inconscientes.
ResponderEliminarSe calhar é melhor que não haja plano.
ResponderEliminarDesta forma já todos sabemos que só podemos contar connosco - tudo ao molho e fé em Deus.
A haver planos vão ser uma maravilha - os mais modernos do mundo. Bem vistas as coisas serão de facto únicos: só existirão no papel.
Descasquemos onde redundam os planos.
ResponderEliminarO site do Instituto de Meteorologia está muito bem feito, muito bonito, mas após o sismo desapareceu do mapa: entupiu.
Está tudo muito bem, mas exactamente quando foi preciso, o gajo finou-se: entupiu. Só funciona quando é pouco necessário.
Caro Range-o-dente
ResponderEliminarTem toda a razão. Não ter planos ou ter planos que são uma maravilha e não funcionam é exactamente a mesma coisa. Neste caso, não ter planos fica mais barato...
Mas que os planos que funcionam fazem muita falta, fazem...
Caro antoniodasiscas
ResponderEliminarLembrou bem a ponte Entre-Rios, o exemplo acabado da negligência total do Estado, da falta de "planos"!
Será que me pode informar onde é que posso encontrar a "judiciosa" intervenção do Bastonário da Ordem dos Engenheiros?