sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

"A saúde pública prejudica os políticos?”

Um artigo de opinião publicado hoje, no El País, chamou-me a atenção por causa do título: “Perjudica la salud pública a los políticos?”
O articulista faz uma análise sobre a lassidão, por parte das comunidades autónomas, na vigilância da aplicação da lei antitabágica, o não respeito das sentenças judiciais que pretendem proteger os cidadãos das agressões acústicas, e a recente “queda” da proposta de lei para proteger os jovens do consumo do álcool.
Claro que as razões são fáceis de identificar: “interesses económicos e pressões inconfessáveis”!
Muitos problemas que afectam as comunidades são do âmbito da saúde pública: tabaco, álcool, poluição, consumo excessivo de produtos alimentares, aditivos, contaminantes, enfim, uma panóplia bem conhecida de “causas e efeitos” mas que escapam a um controlo e intervenção efectivos, porque a saúde pública, sendo benéfica para a população, pode ser perniciosa para os políticos. E com a saúde destes não se brinca….

3 comentários:

  1. E... creio que os nossos vizinhos, dão valor à palavra, na medida em que ela veícula a vontade e o sentir das gentes. E por fim, sai obra. Obra concludente, efectiva, que visa o propósito desejado da palavra e se reflecte naquilo que os distingue de nós, em condições de vida. Por cá, esvaziou-se o conteúdo sério da palavra. Por isso, cada vez mais se empluma a máxima da frase popular "Casa onde não ha pão, todos ralham, ninguem tem razão". Em tempos idos, falava-se quando havia motivos para o fazer. Apesar da conhecida repressão política à liberdade de expressão. Mas dizia-se de nossa justiça e as palavras tinham eco, produziam efeito. Hoje, diáriamente, nas televisões, rádios, jornais, fala-se, fala-se, fala-se e não se diz nada. Ou então diz-se aquilo que todos estão esfarrapados de conhecer, mas sem que com esse falar, se consiga efeito.

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  2. Caro Professor,

    Mais um, como sempre, excelente post.
    Comento, no entanto, a apresentação das "pressões" (ainda não das depressões) como causa/razão exclusiva para a inacção dos políticos em certas questões.
    A questão não estará mais na ordem das motivações, da percepção da sua importância e do saber como fazer, das competências portanto?
    É que esta causa, ao contrário da outra, sabemos bem como abordá-la.
    Temos é de levar os políticos à "escola"! Pode ser, até, que ganhem o gosto pela coisa...
    Temos que mudar também a nossa abordagem na análise destas coisas e ser mais práticos: atacar problemas que têm solução e que sabemos como resolver...
    Porque os políticos, à sua maneira, são práticos: evitam os problemas que não sabem resolver!...

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  3. Caro SC

    Concordo com o que disse. Levar os políticos à "escola" é uma boa ideia, o problema é saber se eles gostam da "escola".
    Motivá-los não é fácil, mas não é impossível. Leva o seu tempo.
    Gostei imenso da sua última frase "evitam os problemas que não sabem resolver", mas às vezes são atrevidos, quando pretendem resolver o que não sabem...

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