"ÓRGÃOS À VENDA" foi hoje objecto de uma pequena notícia que terá passado despercebida... Pequena no espaço que lhe foi dedicado, mas grande nas vidas que movimenta!
O tráfico de órgãos é um negócio que assume hoje proporções alarmantes e chocantes.
Com efeito, multiplicam-se nos países pobres as pessoas dispostas a vender órgãos do seu próprio corpo e crescem nos países ricos as pessoas que estão dispostas a comprar um pulmão ou um rim.
Segundo a notícia, um coração da China poderá ser transaccionado por 66 mil euros, enquanto que um fígado do Egipto pode atingir 231 mil euros! São muitos os países envolvidos, na oferta e na procura, diversos os órgãos transaccionados e variados os preços praticados. Um verdadeiro mercado, negro, bem negro!
Sabe-se muito pouco sobre a dimensão deste mercado e da sua perigosidade. E tão pouco se conhece sobre o que está a ser feito no combate ao tráfico.
"Salvar" vidas com menos vida e "salvar" vidas com a morte de uma vida não nos pode deixar indiferentes. É uma realidade tenebrosa da crua realidade de um mundo de avassaladores contrates de vida. Que mundo é este em que vivemos? Que mundo é este que estamos a construir?
A verdadeira resposta à sua interrogação final, cara Margarida, passa necessáriamente e numa primeiríssima análise pela necessiadade absoluta de estar em ambas as situações. Sem descurar obviamente o cerne da questão que o seu post muito racionalmente levanta. Porém e num panorama onde a miséria é tão grande e a esperança de vida não ultrapassa o minuto que está a ser vivido, perante a possibilidade de em troca da venda de um orgão se garanta, por exemplo o futuro dos filhos... Não sei cara Margarida se a opção mais racional, para não entrar em linha de consideração a opção emocional, será mesmo sacrificar aquilo que já não tem valor. Triste, muito triste, concordo em absoluto com a sua opinião e o seu sentir, que para se salvar uma vida com poder económico, se sacrifique outra que não o possui.
ResponderEliminarCara Margarida,
ResponderEliminarSão pertinentes e legítimas as suas interrogações. Eu gostava de saber responder-lhe; mas uma coisa eu sei: este mudo é tudo o que o seu post diz.
Há dias, a Suzana Toscano trouxe a este espaço o mítico Sísifo. Ao recordá-lo, talvez achemos alguma fonte de inspiração. Talvez este mundo em que vivemos, seja um mundo em que uns tantos carregam, incessantemente, o peso de empurrar a humanidade para um estádio superior, e outros, ainda no estádio de bestas, carreguem a outra parte da mesma humanidade em sentido contrário.
Mas é importante que lhe diga: ao post da Suzana Toscano a Margarida disse ânimo; ao seu eu digo o mesmo.
Caro Bartolomeu
ResponderEliminarPegando nas suas palavras: "sacrificar aquilo que já não tem valor" pode muito bem ser a motivação racional para tamanha miséria...
Caro invisivel
ResponderEliminarSim, é mesmo preciso ter ÂNIMO, a melhor forma de empurrar a outra parte da humanidade do seu "estádio de bestas" para um "estádio superior"...
É importante que nos confrontemos com estas duras realidades, para que a consciência não ande adormecida e as nossas forças se reforcem!